Liderança

14/06/2024

Abilio Diniz: quem é e como ficou rico?

Abilio Diniz é uma das personalidades mais influentes e respeitadas no cenário empresarial brasileiro, cuja trajetória é um testemunho do impacto que uma liderança visionária pode ter sobre a economia de um país. Seu envolvimento no negócio familiar desde cedo lhe proporcionou uma perspectiva única, que ele soube aproveitar para impulsionar a inovação e o crescimento sustentável. 

Quem é Abilio Diniz?

Abilio Diniz é um renomado empresário brasileiro, conhecido principalmente por seu trabalho no setor de varejo. Ele nasceu em 1936, em São Paulo, e é um dos filhos do fundador do Grupo Pão de Açúcar, um dos maiores conglomerados de supermercados do Brasil. Abilio Diniz esteve à frente da empresa por muitos anos, transformando-a em uma potência no varejo brasileiro.

Além de sua carreira no Grupo Pão de Açúcar, Diniz também esteve envolvido em diversas outras iniciativas empresariais, incluindo parcerias com grupos internacionais. Ele também é conhecido por seu interesse em questões de saúde e bem-estar, praticando esportes e mantendo uma rotina rigorosa de exercícios.

Em sua trajetória, enfrentou várias controvérsias e desafios, incluindo sequestro e disputas de poder dentro de sua própria família e com parceiros de negócios. Apesar desses desafios, Abilio Diniz é frequentemente visto como um exemplo de perseverança e sucesso no mundo dos negócios no Brasil.

Como Abilio Diniz ficou rico?

A trajetória de Abilio Diniz no comando do Grupo Pão de Açúcar começou em 1959, quando ele e seu pai, o imigrante português Valentim Diniz, inauguraram a primeira unidade do Supermercado Pão de Açúcar. Abilio Diniz desempenhou um papel fundamental na expansão e transformação da empresa no maior varejista do Brasil.

Durante a década de 1970, o Grupo Pão de Açúcar intensificou sua expansão através da aquisição de importantes redes, como a Eletroradiobraz, a maior rede de eletrodomésticos e eletrônicos na época, e a introdução do Jumbo, um dos pioneiros no conceito de hipermercado no Brasil. Também foram adquiridas as redes Superbom, Peg-pag e Mercantil.

Nos anos 1980, Abilio decidiu diversificar as operações do grupo, incluindo a Sandiz, uma loja de departamentos, além das mercearias de desconto Minibox e a Peg & Faça, especializada em produtos para bricolagem. No entanto, ao final da década, com a decisão de focar no varejo e diante de resultados abaixo do esperado nas novas áreas, houve uma reestruturação significativa. As lojas Jumbo foram convertidas em unidades do Extra, e a empresa passou por uma reorganização que resultou na criação da Companhia de Distribuição Brasileira (CBD).

Em 1990, Abilio assumiu a presidência do Pão de Açúcar e, em 1993, tornou-se acionista majoritário. Seus filhos, Ana Maria Diniz e João Paulo Diniz, também se juntaram ao negócio. Essa época foi marcada por uma crise quase fatal para o grupo, agravada por disputas familiares que remontavam aos anos 80 e um ambiente econômico nacional desafiador. Para evitar a falência, Abilio implementou cortes de custos severos, incluindo o fechamento de lojas e demissões.

O estilo de gestão arrojado de Abilio ficou evidente quando o grupo lançou o Pão de Açúcar Delivery, o primeiro serviço de entrega em até 24 horas em algumas lojas. Em 1995, o grupo realizou uma oferta pública inicial de ações (IPO) na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), arrecadando US$ 112,1 milhões, seguida de uma captação adicional de US$ 172,5 milhões na Bolsa de Nova York em 1997, tornando-se a primeira varejista brasileira a listar ADRs em Nova York.

Além disso, para aumentar sua penetração no mercado, o grupo adquiriu várias redes de supermercados locais que atendiam a um público mais popular, como a rede Barateiro, que mais tarde se tornou CompreBem, e a rede Peralta. Esta série de ações e estratégias destacou a capacidade de Abilio Diniz de liderar e inovar no setor de varejo brasileiro, deixando um legado duradouro na história empresarial do país.

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Qual é o valor da fortuna de Abilio Diniz?

Abilio Diniz, que faleceu aos 87 anos em 18 de fevereiro, deixou uma fortuna substancial avaliada em US$ 2 bilhões. De acordo com o ranking da revista Forbes, essa considerável soma o posicionava como o 21º homem mais rico do Brasil. Ao longo dos anos, a fortuna de Abilio Diniz flutuou significativamente devido a variações no mercado, mudanças estratégicas nas empresas que liderava e o ambiente econômico global. Sua riqueza era resultado de décadas de trabalho no setor de varejo, onde ele liderou a transformação do Grupo Pão de Açúcar em um dos maiores conglomerados de supermercados do país. Historicamente, Diniz figurou diversas vezes nas listas da Forbes, destacando-se entre os empresários mais bem-sucedidos e influentes do Brasil. A herança de Abilio Diniz reflete não apenas seu sucesso empresarial, mas também o impacto profundo que suas inovações e liderança tiveram no mercado brasileiro e além.

Quem é o atual dono do Pão de Açúcar?

O atual controlador do Grupo Pão de Açúcar é o Casino, que assumiu oficialmente o controle em 2012. Essa transição foi prevista desde 2006, marcando um momento crucial na história do grupo, quando o Casino comprou o controle em um acordo significativo com Abilio Diniz. Este acordo foi fundamental para estabelecer as bases da futura governança corporativa do grupo.

O relacionamento entre Abilio Diniz e o Casino começou em 1999, quando o Pão de Açúcar enfrentava dificuldades financeiras e necessitava de investimentos. O grupo francês fez uma aquisição minoritária, proporcionando ao Pão de Açúcar o capital necessário para continuar suas expansões, incluindo aquisições de redes como Sendas e Sé. Em 2003, Abilio assumiu a presidência do Conselho de Administração, abrindo caminho para o primeiro presidente fora da família Diniz, Augusto Marques da Cruz Filho, marcando a profissionalização da gestão.

Em 2005, uma nova holding foi criada e o controle do Grupo Pão de Açúcar foi dividido igualmente entre a família Diniz e o Casino. Uma cláusula do acordo especificava que Abilio Diniz continuaria na presidência até 2012, momento em que o Casino se tornaria o acionista majoritário. Nesse período, o grupo expandiu para novos formatos de loja, como o Extra Perto, um minimercado similar aos da rede Casino na Europa, e se associou ao Assaí Atacadista, entrando no mercado de “atacarejo”.

A disputa pelo controle do grupo se intensificou em 2011, quando Diniz tentou romper o acordo com o Casino ao propor uma fusão com o Carrefour, seu grande rival na Europa. Apesar de buscar apoio governamental, o plano falhou, e o Casino assumiu o controle total em 2012, após uma extensa batalha legal. Em 2013, Abilio deixou o conselho do grupo, e o Pão de Açúcar passou a ser oficialmente conhecido pela sigla GPA. Sob a nova administração, o GPA expandiu significativamente, incluindo a venda de mais de 70 lojas da marca Extra Hiper ao Assaí e a saída do modelo de hipermercados no Brasil.

Em 2022, surgiram rumores de que Abilio Diniz poderia voltar a participar da empresa, embora não houvesse uma confirmação oficial, refletindo o contínuo interesse e o prestígio que Diniz mantém no setor de varejo. Assim, a trajetória do controle do Pão de Açúcar por parte do Casino reflete uma era de expansão, inovação e disputas estratégicas que moldaram o futuro do varejo no Brasil.

Como Abílio Diniz foi sequestrado?

Na manhã de 11 de dezembro de 1989, Abilio Diniz, então principal acionista da maior rede de supermercados do Brasil, o Grupo Pão de Açúcar, foi sequestrado enquanto se dirigia ao trabalho. O sequestro aconteceu em um momento politicamente carregado, coincidindo com a manhã do segundo turno da eleição presidencial brasileira de 1989, envolvendo os candidatos Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva.

Os sequestradores utilizaram uma minivan Caravan, disfarçada de ambulância, para interceptar Diniz nas esquinas das ruas Sabuji e Seridó, no bairro Jardim Europa, em São Paulo. Diniz foi então arrastado para fora de sua Mercedes-Benz e colocado na caminhonete. Ele foi mantido em cativeiro em uma casa segura, onde foi colocado em uma pequena cela subterrânea e submetido a música alta para quebrar sua resistência. Curiosamente, foi uma queixa de um vizinho sobre o volume alto da música que levou a polícia ao local, resultando na libertação de Diniz após seis dias de cativeiro.

Os sequestradores eram membros do Movimento da Esquerda Revolucionária (MIR) do Chile, incluindo quatro chilenos, dois argentinos, dois canadenses e um brasileiro. Entre eles, Ulises Gallardo Acevedo, Pedro Fernandes Lembach e Maria Emilia Badilla, que já tinham históricos de ativismo político no Chile. O MIR, em colaboração com as Forças Populares de Libertação (FPL) de El Salvador, planejou o sequestro, exigindo um resgate de US$ 30 milhões para financiar suas atividades guerrilheiras.

A libertação de Diniz foi negociada pelo então Arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, um evento que atraiu ampla atenção pública e mídia, dada a tensão política do momento e a natureza dramática do sequestro.

Como Abilio Diniz morreu?

Abilio Diniz, renomado empresário brasileiro, faleceu no dia 18 de fevereiro de 2024, após uma batalha contra uma pneumonite, condição que levou a uma insuficiência respiratória. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, onde recebia cuidados médicos especializados para tratar esta grave inflamação pulmonar.

A pneumonite, que afetou Abilio Diniz, é uma doença pulmonar caracterizada por inflamação não infecciosa dos pulmões. Diferente da pneumonia, que geralmente é causada por uma infecção bacteriana ou viral, a pneumonite é provocada pela exposição a irritantes ambientais, como produtos químicos, alérgenos ou, em casos mais raros, pela reação adversa a medicamentos. Essa exposição resulta em uma reação inflamatória que dificulta significativamente a capacidade respiratória do indivíduo.

No que Abilio Diniz acreditava?

Abílio Diniz acreditava firmemente no potencial transformador da educação e no desenvolvimento de lideranças. Após criar a Península Participações, ele estabeleceu o Instituto Península, uma organização social dedicada a melhorar a qualidade da educação no Brasil, com foco especial no papel dos professores como agentes dessa transformação. O instituto promove formações e projetos que visam enriquecer os conhecimentos dos docentes para aprimorar suas habilidades pedagógicas.

O Instituto Península tem uma atuação significativa na publicação de livros voltados para a educação, como “O Papel da Prática na Formação Inicial de Professores” e “Professores em foco: 80 reflexões sobre a importância da profissão para o desenvolvimento do Brasil”, este último contando com contribuições de figuras proeminentes como Luís Roberto Barroso e Luciano Huck. Essas publicações sublinham a crença de Diniz na educação contínua e no debate intelectual como fundamentais para o avanço educacional.

Abílio também valorizava o desenvolvimento da liderança entre os jovens. Em 2010, ele criou e ministrou o curso “Liderança 360º” na FGV, que tinha o objetivo de cultivar habilidades de liderança em jovens e auxiliá-los a definir planos de ação para suas carreiras ou projetos pessoais.

No âmbito esportivo, Diniz investiu em um núcleo de alto rendimento para atletas e no incentivo ao treinamento de atletas de base, refletindo sua crença nos benefícios do esporte para o desenvolvimento pessoal e profissional.

Finalmente, realizando seu sonho de infância de ser professor, Abílio escreveu e publicou dois best-sellers, "Caminhos e Escolhas" e "Novos Caminhos, Novas Escolhas", nos quais compartilhou as lições aprendidas em sua própria vida, reforçando sua visão de que os desafios podem ser superados com resiliência e decisões sábias. Essas ações coletivas mostram que Abílio Diniz acreditava na capacidade de educar e inspirar, seja através do ensino, da literatura ou do esporte, como pilares para construir um futuro melhor.

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