Melhoria de Processos

26/03/2025

Como reduzir custos com Six Sigma: ferramentas e exemplos

Reduzir custos é uma prioridade em qualquer organização. Mas cortar gastos sem planejamento pode comprometer a qualidade ou a entrega. O Six Sigma oferece um caminho mais estruturado: identifica desperdícios, reduz variabilidades e gera economia de forma sustentada.

Neste conteúdo, você vai ver como aplicar o Six Sigma para reduzir custos e quais ferramentas utilizar em cada etapa. Também vamos mostrar exemplos práticos de projetos bem-sucedidos.

Por que usar o Six Sigma para reduzir custos?

O Six Sigma é uma metodologia voltada para a redução de falhas, variabilidade e desperdícios nos processos. Ao aplicar seus princípios, é possível identificar onde os recursos estão sendo mal utilizados e corrigir as causas de custos elevados.

Entre os principais ganhos estão:

O Six Sigma atua diretamente nos pontos que elevam os custos operacionais, como falhas, atrasos, retrabalho e erros recorrentes.

Etapas do Six Sigma para Redução de Custos (DMAIC)

1. Definir: onde estão os custos excessivos?

A primeira etapa do DMAIC tem como foco entender quais processos estão gerando custos desnecessários. Pode ser o retrabalho, desperdício de materiais, excesso de estoque ou falhas na entrega.

Nesta fase, o time delimita o problema, define metas claras e escolhe os indicadores que serão acompanhados.

Ferramentas como SIPOC, Voz do Cliente (VOC) e CTQs ajudam a organizar o escopo do projeto e mapear as primeiras causas de desperdício.

Exemplo: uma empresa observa um aumento no custo de atendimento ao cliente. Ao aplicar o SIPOC, identifica que erros na entrada de pedidos impactam o tempo de resolução, gerando retrabalho e insatisfação.

Veja como aplicar as ferramentas desta etapa:

2. Medir: quais são os dados reais?

Com o problema definido, é necessário levantar dados concretos que comprovem a dimensão dos custos. Essa etapa busca identificar quanto tempo é gasto, quantas falhas ocorrem e como os recursos estão sendo utilizados.

A coleta de dados precisa ser padronizada e confiável. Ferramentas estatísticas como cartas de controle, histogramas, gráficos de dispersão e cálculos de capabilidade (Cp e Cpk) ajudam a visualizar padrões, variações e comportamentos que afetam o desempenho do processo.

Exemplo: ao medir a taxa de retrabalho em diferentes turnos, a equipe observa que um deles apresenta maior variabilidade. O histograma revela picos fora do padrão, e o cálculo de Cpk confirma que o processo está fora das especificações.

Veja como utilizar as ferramentas desta etapa:

3. Analisar: por que os custos estão altos?

Com os dados em mãos, o próximo passo é entender o que está causando os desperdícios. A análise deve identificar gargalos, falhas de processo e atividades que não agregam valor. O objetivo é chegar às causas raiz que elevam os custos operacionais.

Ferramentas como o Diagrama de Ishikawa, 5 Porquês e Gráfico de Pareto ajudam a organizar as informações e priorizar os fatores com maior impacto financeiro.

Exemplo: após identificar alto custo com devoluções, o Gráfico de Pareto mostra que 72% dos casos estão ligados a falhas de montagem. A análise com os 5 Porquês e o Diagrama de Causa e Efeito revela problemas na capacitação da equipe e na ausência de padronização.

Veja como utilizar as ferramentas desta etapa:

4. Melhorar: como corrigir e reduzir?

Nesta fase, são implementadas as ações que eliminam ou reduzem as causas dos custos elevados, com base no que foi identificado anteriormente. O foco está em melhorar o desempenho do processo, reduzindo retrabalhos, atrasos, falhas e desperdícios.

Ferramentas como o Mapa de Fluxo de Valor (VSM)KaizenFMEA ajudam a redesenhar processos, propor soluções viáveis e prever riscos antes da execução.

Exemplo: um time usa o VSM para identificar excesso de movimentação no setor de expedição. Após um evento Kaizen, o layout é ajustado e o tempo médio de envio cai 25%. O FMEA é usado para antecipar riscos no novo processo.

Veja como utilizar as ferramentas desta etapa:

5. Controlar: como manter os resultados?

Após implementar as melhorias, o desafio é garantir que os ganhos sejam sustentados ao longo do tempo. Isso exige monitoramento contínuo, padronização dos processos e capacitação das equipes.

A etapa de controle evita que os problemas antigos retornem, assegura a estabilidade operacional e mantém os custos sob controle.

Ferramentas como checklists, controle visual, auditorias internas e gráficos de monitoramento ajudam a manter a disciplina e garantir a conformidade com os novos padrões.

Exemplo: após a reorganização de um processo logístico, são criados checklists diários e painéis visuais com indicadores de performance. A equipe acompanha os dados e identifica desvios rapidamente, mantendo os resultados obtidos.

Veja como aplicar os controles nesta etapa:

Exemplos práticos de redução de custos com Six Sigma

Projetos baseados no Six Sigma geram ganhos financeiros concretos. A seguir, veja como empresas de diferentes setores aplicaram a metodologia para reduzir custos e melhorar a eficiência operacional.

Indústria

Uma fabricante do setor alimentício enfrentava altos índices de retrabalho na etapa final de embalagem. As falhas estavam relacionadas à variação no peso dos produtos, causada por erros de calibração nas máquinas dosadores. Isso gerava desperdício de matéria-prima, atrasos na linha de produção e aumento no custo por unidade.

Com o uso da metodologia Six Sigma, a equipe aplicou o ciclo DMAIC para identificar a causa raiz. Durante a fase de Medição, foi observado que as máquinas apresentavam oscilações acima do limite de controle. A análise com o Diagrama de Ishikawa indicou falhas na rotina de manutenção preventiva e ausência de um padrão claro de calibração.

Após a implementação de um plano de padronização, treinamento da equipe de operação e controle diário dos ajustes, o processo foi estabilizado. A taxa de retrabalho caiu significativamente, resultando em uma economia anual de R$ 240 mil e maior confiabilidade na entrega dos lotes.

Serviços

Um call center apresentava alta variabilidade no tempo de atendimento, especialmente nas etapas iniciais de triagem das chamadas. A consequência era o aumento no tempo médio de resposta, sobrecarga nos atendentes e insatisfação por parte dos clientes.

A empresa iniciou um projeto de melhoria com base no ciclo DMAIC. Na etapa de Definição, foi identificado que os principais custos estavam relacionados ao tempo improdutivo na triagem. Durante a fase de Medição, os dados mostraram que 40% das ligações eram transferidas de forma incorreta, gerando retrabalho e aumento no tempo total de atendimento.

A equipe utilizou ferramentas como o SIPOC e o Gráfico de Pareto para mapear o fluxo atual e identificar os principais pontos de falha. Na fase de Melhoria, foram realizados ajustes no script de atendimento, reformulação dos critérios de direcionamento e um treinamento específico para os atendentes da triagem.

Com essas mudanças, o tempo médio de resposta caiu 18%. Houve também uma redução significativa nos custos operacionais por ligação, além de aumento na taxa de resolução na primeira chamada e melhoria na experiência do cliente.

Logística

Uma empresa de distribuição lidava com altos custos de transporte e dificuldades para cumprir os prazos de entrega. A análise inicial apontou que as rotas eram definidas de forma empírica, sem uso sistemático de dados operacionais, o que gerava trajetos mais longos, ociosidade e consumo excessivo de combustível.

Com a aplicação do ciclo DMAIC, a equipe iniciou a coleta e análise de dados de entregas anteriores, incluindo tempo de deslocamento, paradas, regiões atendidas e custos por quilômetro. O Mapa de Fluxo de Valor (VSM) ajudou a visualizar o processo logístico completo, desde a separação até a chegada ao cliente.

Na fase de análise, foi identificado que 22% dos trajetos apresentavam sobreposição de rotas e desvios desnecessários. A etapa de Melhoria envolveu a reformulação do planejamento com base em critérios como proximidade geográfica, volume de entregas por região e horários de restrição de tráfego urbano.

Após a implementação do novo modelo de roteirização, padronizado e com acompanhamento por indicadores, a empresa obteve redução de 12% no consumo de combustível e melhora significativa na pontualidade das entregas. Os ganhos foram sustentados com o uso de checklists diários e painéis de controle visual.

Como iniciar um projeto de redução de custos com Six Sigma

A redução de custos com Six Sigma exige método, dados confiáveis e equipes preparadas. Antes de aplicar as ferramentas, é importante garantir que o projeto comece bem estruturado.

Veja os primeiros passos para conduzir a iniciativa com clareza e foco em resultado:

Com esse ponto de partida bem definido, o projeto segue com mais clareza e aumenta as chances de entregar resultados sustentáveis.

Quer aprender a aplicar o Six Sigma na prática e começar a reduzir custos com mais eficiência? Acesse gratuitamente o curso White Belt da FM2S e veja como iniciar seus projetos de melhoria com foco em resultados sustentáveis.

Leia mais: