Concentração: 7 Dicas para Manter o Foco
A princípio, a concentração se destaca no mundo cada vez mais digitalizado e com o home office disputando com o híbrido pela posição de favorito das empresas (o presencial jogado para escanteio pela maioria), a habilidade de se manter focado frente às distrações é ímpar para o mercado. Entenda o porquê é tão importante não se perder nas mil distrações do dia a dia, e quais ferramentas podem te ajudar nisso!
O que é concentração?
Embora a pergunta pareça desnecessária, vamos resgatar o que o dicionário diz a respeito. O Dicionário Priberam, por exemplo, traz a definição “ato de juntar o que está separado ou disperso”. As referências à química também são muitas – “quantidade de substância dissolvida em alguma coisa”. Podemos pensar também no seu antônimo: dispersão. E assim como a dispersão no ambiente de trabalho é muitas vezes o vilão da produtividade, a concentração pode ser a salvadora da pátria. Então foca aqui para saber como um trabalha para te derrubar e o outro é o que você está buscando há tanto tempo.
Concentração x Dispersão
Ao passo que pensamos em concentração, pode vir a imagem de uma leitura taciturna em uma biblioteca quieta, um monge budista meditando, ou mesmo Rocky Balboa esmurrando um saco de box antes de enfrentar Drago. Todos são exemplos do ato de concentração – e as consequências a gente sabe de ver o filme: vitória. Além disso, sempre que a dispersão aparece na jogada, ela leva a derrota do protagonista. Ao estudar o processo criativo na década de 1960, observei que quando o trabalho em uma pintura estava indo bem, o artista persistia obstinadamente, desconsiderando fome, fadiga e desconforto – e perdia o interesse na tela pintada uma vez terminado o trabalho. Esse relato pode parecer saído de outro filme, mas faz parte da pesquisa de Mihaly Csikszentmihalyi – mais conhecido por formular a teoria do Flow. A princípio, uma teoria que melhor exemplifica um estado de concentração e seus muitos benefícios.
A Teoria do Flow
Pesquisando o tópico de pessoas extremamente focadas desde meados da década de 50, o professor Mihaly descreve o estado de Flow, ou, estado de Fluxo. Em outras palavras, um estado, descrito por ele, de tão profunda concentração, que estímulos externos e mesmo internos (como fome e cansaço) deixam de surtir efeito. A pessoa só segue em sua atividade – que tende a ser muito superior as de seus pares. O mais incrível foi sua descoberta de que tal estado não era conquistado pela privação, mas pela disciplina, e que costuma trazer, além de ganhos quantitativos para a produtividade, uma maior sensação de prazer ao cumprir as tarefas. Mais felicidade e mais produtividade notrabalho – chefes e funcionários podem dar as mãos alegres!
Três vilões da concentração
Para começarmos a alcançar um estado semelhante – ou pelo menos melhorarmos a concentração em geral – é importante identificarmos os nossos pontos de dispersão. Aquelas coisas que nos tiram de uma atividade quando estamos a segundos de chegar a uma resolução, ou que interrompem um fluxo contínuo de ideias.
1. Celular – fonte de estímulos desnecessários para concentração
Um dos vilões é, segundo pesquisas no campo, o celular. Um estudo da Social Psychology, publicado em 2014, indicava que a mera presença do celular em um ambiente – fosse virado para baixo, com a tela bloqueada ou no silencioso – já influenciava na performance de tarefas de maior complexidade. A dica aqui é a mesma fornecida no artigo – tire o celular do seu campo de visão. Uma gaveta opaca, uma mochila guardada dentro do armário, ou mesmo deixá-la em outro cômodo pode ser uma forma maravilhosa de se livrar de dezenas de notificações push inúteis. Além de preservar a bateria do aparelho.
2. Reuniões que poderiam ser e-mails – e vice versa
Nada tira mais a concentração do que chamadas de vídeo ou idas a salas de coordenadores para colocá-los a par do que está acontecendo. Aqui existe um problema estrutural que alia falta de autonomia do profissional com má gestão das demandas de um time. Sendo assim a produtividade em equipe é essa capacidade de não precisar tomar o tempo de toda a sua equipe para estarem em sincronia – e se o seu chefe ainda está pecando por falta nesse quesito, recomende o nosso curso de liderança no ambiente profissional.
3. Cansaço
E claro, quem nunca sentiu os olhos enevoarem com um dia pesado de trabalho? Depois de horas de dedicação à uma atividade, a energia diminui, e com ela a concentração. É comum que as últimas atividades do dia sejam aquelas pior feitas, com mais erros ou com maior necessidade de uma revisão. Spoiler: não é você que é ruim! A verdade é que o trabalho com atividades criativas ou que demandam maior atenção – como atividades manuais muito precisas – tem um “tempo útil” que se conseguem exercer. Passado esse tempo – que varia de pessoa para pessoa e de experiência para experiência – é insistir no erro. Algo bem pouco produtivo.
Como manter a concentração?
Agora que você já tem uma noção do que evitar, está na hora de começar a procurar o que ativamente pode te ajudar a ter uma melhor gestão da sua concentração. Pois diversas ferramentas e métodos foram desenvolvidos ao longo do tempo – dado o interesse em sermos mais focados – e nós separamos alguns dos melhores para você.
4. Organize suas prioridades
Algo que todo procrastinador crônico já sofreu é não saber por onde começar. No meio de tantas opções e atividades que precisam ser realizadas, iniciar o trabalho pode ser (mais) uma decisão difícil. Por isso, antes de começar o dia, a rotina de trabalho ou uma tarefa mais elaborada, elabore um checklist que te ajude a dar foco nas prioridades. Um bom checklist vai ter algumas regrinhas que te ajudam a manter a dosagem certa de etapas. Afinal, você não quer criar uma etapa para cada passo que vai dar, nem colocar como um quadrado assinalável “me tornar diretor” sem mais nem menos. Por isso, disponibilizamos algumas dicas específicas para lidar com essa situação.
5. Dose sua energia
Portanto, já vimos que a concentração cai na mesma medida que seu cansaço aumenta. Agora vamos passar um pouco do método usado e estudado sobretudo no Vale do Silício de otimização de energia: o método Pomodoro. Desenvolvido nos anos 80 e até hoje inspirando lideranças, o método é uma forma de dosar sua energia e aproveitá-la ao máximo. O método usa de sprints, intervalos de intenso foco e curta duração, intercalados com momentos de descanso ainda mais curtos. Dessa forma se trabalha com a proporção de 20 minutos de trabalho e 5 de descanso, com intervalos maiores de descanso depois de quatro sprints. Separamos alguns detalhes do método caso queira se aprofundar.
6. Foque no seu tempo
A sua mão de obra, a sua capacidade produtiva, pode aumentar com o tempo. Você vai se tornando, com a senioridade, mais apto a fazer as coisas mais rápido. Porém o dia continua tendo 24 horas, e você precisa saber onde concentrar seus esforços em cada uma delas. A gestão do tempo usa alguns conceitos, como a Matriz de Eisenhower, por exemplo, para determinar quando cada uma das tarefas que você elencou no seu checklist deva ser executada. Em síntese, não é algo fácil, por isso separamos um curso dedicado a gestão do tempo e como ela pode ser aplicada na prática.
7. Saiba para onde vai
Entender que direção está seguindo é algo que não necessariamente está no campo da filosofia. Um exemplo bem claro: em uma viagem é muito mais fácil dosarmos a nossa expectativa se soubermos o tempo médio de trajeto do ponto A ao ponto B. O clássico “a gente já tá chegando?” acontece justamente devido à falta dessa percepção: não se sabe para onde ou quando se chegará ao destino. Por isso, saiba sempre onde aquela atividade que você está desenvolvendo naquele instante irá lhe levar. Com isso o senso de propósito relatado pelos entrevistados nas pesquisas sobre o Estado de Fluxo pode vir a se tornar o seu, e os resultados, igualmente excepcionais.