Entrevista: professor da FM2S compartilha experiências sobre OEE
Quando se tem um bom OEE, você possui um norte do que fazer sem seus processos. Com isso, você vai enxergar com mais clareza onde estão as falhas e as oportunidades de melhoria. Sobretudo, a parte mais importante é a consciência adquirida quando se trabalha com o OEE. Assim, você vai ser capaz de entender o seu processo, tendo uma visão sistêmica de como uma parte afeta o todo. Agora, você lerá as partes mais importantes da entrevista com Ricardo Tessari, Coordenador de Engenharia de Processos. Aqui ele compartilhará um pouco de suas opiniões sobre algumas dúvidas comuns sobre o tema.
O que é OEE?
OEE (Overall Equipment Effectiveness), significa Eficiência Global do Equipamento. Ele foi desenvolvido como uma métrica para avaliar a eficiência de um equipamento e para dar uma direção de onde implementar as melhorias. Ou seja, com ele poderemos mensurar o quanto estamos aproveitando os recursos que temos. Deste modo podemos focar em melhorias mais simples como melhorar um processo, antes de realizar um investimento mais pesado como comprar um equipamento.
Quando utilizar?
- Nos indicadores de desempenho
- Controle do processo
- Melhoria do processo
- Determinação da capacidade do processo
- Cálculo dos custos das perdas do processo
Entrevista FM2S
Os trechos a seguir foram retirados da entrevista com Ricardo Tessari. Além de vasta experiência na área, Ricardo é professor do curso de OEE da FM2s
Qual é o fator humano dentro do OEE?
“Acima de tudo, a análise do OEE depende muito do fator humano, a sua coleta de dados na produção, principalmente dos apontamentos que são manuais dependem muito do conhecimento do operador, para que assim esses dados sejam colocados na tabela. Da mesma forma que, outro fator humano é o gestor que vai interpretar e fazer a análise desses dados. Podendo assim, identificar onde é possível melhorar seu processo, onde consegue se tornar mais competitivo, onde existem meios de reduzir os custos. Logo, o OEE depende do fator humano desde a coleta de dados até como esses dados serão utilizados.”
Qual a importância de acompanhá-lo?
“Realizar a gestão do seu indicador de OEE é importante porque, você consegue mensurar o quanto está aproveitando dos recursos disponíveis. Por exemplo, eu tenho X equipamentos, eles estão performando bem? Hoje eu poderia trabalhar em 3 turnos? Como eu comento no treinamento, hoje não consigo enxergar um processo produtivo, sem o uso de um indicador de desempenho.
Qual é o impacto de não ter um OEE?
Então, eu posso ter uma fábrica com centenas de desperdícios, que sem uma análise de dados eu não vou conseguir ser competitivo com meus concorrentes. O OEE é um mapa, que aponta para o gestor onde realizar melhorias, e onde estão os problemas.”
Como otimizar o tempo disponível?
“Como mostro no treinamento, eu preciso atuar sempre nos principais impactos do meu processo. Então, posso analisar no Pareto de paradas o que mais está impactando minha disponibilidade e onde eu mais estou perdendo em performance. Por exemplo, se hoje trabalho em três turnos, melhorando o meu processo eu posso vir a reduzir para dois turnos, e assim eu acabo por me tornar mais competitivo. Assim como, posso ter empresas que estão com 100% da ocupação e melhorando o OEE eu posso abrir uma janela no dia de trabalho, podendo até evitar um investimento precoce.”
Pode ser aplicado em quais áreas?
“O OEE pode ser perfeitamente aplicado na área de prestação de serviços por exemplo. Tomando como base o metrô de São Paulo, consigo medir a disponibilidade, o quanto ele está programado para rodar no dia, na performance eu poderia medir o tempo padrão de uma parada a outra e qual realmente foi o tempo, se em algum ponto ele perdeu velocidade ou parou... Outro exemplo é uma clínica médica. Por exemplo, o raio X: qual é a disponibilidade do equipamento? Ele possui algum problema de manutenção ou ajuste? Qual foi a qualidade das imagens? Enfim o OEE pode ser aplicado em qualquer processo, seja um produto seja um serviço. A parte importante é, conseguir adaptar como coletar os dados e realizar uma boa análise das informações que extraiu. Partindo disso, o processo segue igual em qualquer lugar, podendo aplicar a melhoria contínua."
Que cuidados são necessários na automação?
“Realmente, hoje em dia existem sistemas onde é possível captar o OEE de uma maneira automática, gerenciar e visualizar os indicadores longe da fábrica. Dentro disso, o cuidado fundamental é ter a certeza que aquilo que você está lendo no seu escritório é o que realmente está sendo executado na fábrica. Um exemplo disso é: você capta os dados por sensores, será que eles permaneceram ligados todo o tempo? Eles estão calibrados corretamente? Por que como você traça seu planejamento em cima dos dados, se eles estiverem incorretos isso compromete tudo? Além disso, é importante ir aos poucos, validar cada processo, capacitar a equipe que está mais próxima do equipamento, mas o futuro que estamos caminhando é esse, a máquina vai praticamente te entregar o diagnóstico da linha”, concluiu Ricardo.
Curso de OEE FM2S
Aqui na FM2S, possuímos um curso de OEE, com muitos exemplos práticos de como utilizá-lo. Além disso, preparamos uma planilha para realizar os cálculos. Com isso, você pode fazer uso do OEE em diversas situações que vão muito além da indústria. Ao iniciar o curso você vai entender:
- O que é OEE;
- Objetivos;
- Composição;
- Como calcular;
- O que é TEEP;
- Como implantar o OEE;
- Aprenda a coletar dados de produção;
- De que maneira criar uma tabela de cálculo do OEE;
- De que forma criar indicadores e o Pareto de paradas;
- Implementar um plano de ação para melhorar o OEE.