Essencialismo: entenda tudo sobre o movimento de se dedicar apenas ao essencial
Em meio a esse sentimento generalizado de falta de controle dos dias atuais, surgiu o essencialismo. Na mudança entre home office e presencial, a transição de carreira ou na busca por se firmar em meio a Grande Resignação, é normal se perder.
Entenda de que forma o conceito de essencialismo está presente no mercado hoje e como ele pode favorecer que você se destaque!
O que é Essencialismo?
O Essencialismo é um movimento que busca se livrar dos supérfluos e do desnecessário na rotina – tanto de vida quanto de trabalho. Esse conceito parte da premissa de que um dos maiores problemas hoje é o excesso: de informação, de ideias, de demandas. Visto que, ao identificar o que é essencial para cada indivíduo, momento ou projeto, é possível alocar esforços para o que realmente importa.
Movimento de contracultura
O essencialismo é também considerado um movimento de contracultura. Ao negar a lógica de que “mais é melhor”, e reforçar o “menos, mas melhor”, o conceito fica na outra ponta da produtividade, valorizando a qualidade em detrimento da quantidade. Com isso, ele consegue se posicionar a favor de culturas mais saudáveis de trabalho enquanto aumenta o valor agregado de entregas, por exemplo.
Como surgiu o movimento?
A princípio, o movimento vai além do mercado de trabalho e de suas aplicações na vida corporativa. O termo foi cunhado no livro “Essencialismo – a disciplinada busca por menos”, publicado pela primeira vez em 2014. Escrito por Greg McKeown, o livro busca induzir lideranças e indivíduos a abraçar a ideia de se envolver apenas com o essencial em diferentes esferas da sua vida e, logo, eliminar o que não é essencial.
Um pouco adiantado, o volume ganhou repercussão gradativamente à medida em que as outras pessoas sentiam correlação entre os episódios descritos no livro e suas rotinas profissionais.
Entre elas, o trabalho baseado em reagir a e-mails, a falta de autoconhecimento na gestão da carreira e a busca por reduzir desperdícios. Menos de dois anos depois, o livro apareceu como best-seller na lista do New York Times, e seu autor ganhou projeção e relevância mundial.
Greg McKeown
Formado em comunicação pela Universidade de Brigham e com MBA pela Universidade de Stanford, Greg McKeown é o autor de “Essencialismo”, “Sem Esforço” e co-autor de “Multipliers” (ainda sem tradução para o português). O desempenho de destaque do autor já na formação garantiu a McKeown uma vaga como membro do Fórum de Jovens Lideranças no Fórum Econômico Mundial, em 2012. Lá, foi responsável por entrevistar Al Gore e hoje administra palestras para empresas como Google, Apple e Microsoft. É possível ler mais de suas ideias no blog da Harvard Business Review.
Para que serve o Essencialismo?
Basicamente, é um movimento que fala sobre priorizações, logo, envolve a habilidade de saber quando dizer “sim” e “não” para uma demanda. No primeiro capítulo de seu livro, McKewon descreve como “quando você não prioriza seu tempo, alguém irá priorizá-lo para você”. O essencialista buscará reduzir os desperdícios, em um movimento muito similar ao do Lean no ambiente fabril e ao dos 5S.
Onde ele se aplica?
O autor – e a crítica – são bem claros com os espaços onde o essencialismo pode ser aplicado: todos. Esse é, inclusive, o incentivo dado por McKewon ao indicar que além de aplicar na sua vida profissional – melhorando a sua produtividade no processo – é possível e necessário implementá-lo na vida pessoal.
No entanto, como falamos do mercado de trabalho, seus benefícios estão muito próximos aos oferecidos por uma autodisciplina, quando você se sente sobrecarregado. É possível pensar no essencialismo como um passo para uma autodisciplina ainda mais eficaz.
No trabalho, ele pode ser associado com soft skills relacionadas a capacidade de priorizar tarefas e se autogerir, habilidades muito valorizadas no mercado de trabalho.
Além deles, é possível ver reflexos em soluções menos soft e mais hard, como o minimalismo digital, que leva o estilo essencialista para soluções de software de grande sucesso no mercado.
5 passos para desenvolver o Essencialismo de McKeown
É sempre bom ler o livro e acompanhar as teorias do autor, que vão ganhando robustez a cada edição e nova publicação feitas. No entanto, também é possível começar a desenvolver o essencialismo na sua vida através desses cinco pontos principais que destacamos para você:
1 - Aprenda a dizer não
Às vezes, o óbvio precisa ser dito na forma de um “não”. Seja porque você não pode acrescentar essa tarefa ao Sprint da semana ou porque você não tem domínio de visualização de dados, saber dizer “não” te impede de perder o seu tempo (e o das demais pessoas) em atividades que você não tem competência para entregar no momento.
O foco na qualidade do seu trabalho também demanda que você foque as suas horas (um recurso finito) naquilo que você puder fazer e souber entregar.
2 - Autoconhecimento
Essa poderosa ferramenta de gestão aparece como um dos pontos principais do Essencialismo, pois, para identificar o que é essencial, você precisa se conhecer e entender quais as suas prioridades. O autoconhecimento vai indicar o que é essencial para você, tornando muito mais claro o que pode – e deve – ficar de fora.
3 - Poder da rotina
Dentre as recomendações de McKeown, está a redação de um diário no qual você irá registrar o que lhe ocorre todos os dias, possibilitando que você dê um passo para criar uma rotina. Através desse diário será possível enxergar as perdas de tempo ou energia, aumentar seu autoconhecimento (em que horário você produz melhor?) e irá abrir seus olhos para quais atividades devem ser priorizadas. A rotina traz um senso de certeza – aquilo que o essencialista busca.
4 - Divida seus objetivos
Muitas metas não são alcançadas por soarem impossíveis. Por isso, quebre as metas em objetivos alcançáveis, mensuráveis e que lhe deem doses constantes de satisfação. Perceber-se alcançando um objetivo é quase tão importante quanto alcançá-lo de fato. Ao quebrar os objetivos em metas menores e mais constantes, você irá garantir que não fique “empanturrado” de conquistas, nem “faminto” por mais.
5 - Busque propósito
O motivo da maior parte desses pontos é esse: encontrar o porquê de você fazer o que faz. Ter um propósito em uma carreira, em um projeto ou em um objetivo é o principal fundamento sobre o qual se apoiar. Afinal, o seu propósito deve ser o ponto essencial que todo essencialista busca.
O que é ser uma pessoa essencialista na Filosofia?
Ser uma pessoa essencialista significa acreditar que há uma verdade fundamental ou essência para cada coisa, incluindo as pessoas. Isso pode incluir a crença de que há uma natureza humana básica e inalterável, ou que certos traços ou características são inerentes a certos grupos de pessoas.
Pode também incluir a crença de que existem verdades universais e absolutas sobre o mundo e a vida. A perspectiva essencialista pode levar a julgamentos e estereótipos sobre as pessoas e as coisas, e pode ser criticada por ser limitada e não levar em conta as nuances e complexidades da realidade.