Logística

30/03/2023

Última atualização: 14/04/2025

Gerenciamento de estoque: qual sua importância?

gerenciamento de estoques é um componente essencial de qualquer negócio bem-sucedido. Envolve o seguimento e monitorização cuidadosos dos níveis de inventário de uma empresa, desde as matérias-primas e produtos acabados até aos produtos em trânsito e aos que aguardam expedição. 

Neste artigo, iremos explorar os fundamentos do gerenciamento de estoques, incluindo os princípios e estratégias chave que as empresas utilizam para manter os seus níveis de inventário sob controlo. 

Quer seja um pequeno empresário ou um gestor da cadeia de abastecimento, compreender os fundamentos do gerenciamento de estoque é essencial para alcançar o sucesso a longo prazo.

O que é um gerenciamento de estoque?

O gerenciamento de estoque representa o conjunto de práticas adotadas para controlar os materiais armazenados por uma empresa. Isso inclui desde matérias-primas até produtos acabados.

Esse controle busca equilibrar a quantidade de itens disponíveis, evitando tanto o excesso quanto a falta de mercadorias. Para isso, são utilizados métodos específicos e ferramentas tecnológicas que garantem eficiência operacional e redução de custos.

Qual a importância do gerenciamento de estoque?

Manter o estoque organizado e sob controle influencia diretamente os resultados do negócio. Um estoque desorganizado pode causar atrasos nas entregas, desperdícios e aumento dos custos operacionais.

Por outro lado, uma boa gestão evita rupturas, reduz perdas e melhora a experiência do cliente. A empresa consegue operar com mais previsibilidade, antecipar demandas e ajustar a produção conforme as necessidades reais.

Vantagens de um gerenciamento de estoque eficiente

Melhoria no atendimento ao cliente

Os clientes esperam agilidade e confiabilidade. Ter produtos disponíveis no prazo certo fortalece a reputação da empresa. Quando o estoque é bem gerido, o ciclo de atendimento se torna mais fluido e eficaz.

Redução de custos operacionais

Estoque parado representa capital imobilizado. Além disso, produtos com validade curta ou sujeitos à obsolescência tecnológica geram perdas. Uma gestão adequada reduz esses impactos e melhora o fluxo de caixa.

Apoio à tomada de decisão

Com dados atualizados, gestores conseguem analisar padrões de consumo, identificar gargalos e projetar a necessidade de reposição com maior precisão. Isso permite decisões mais alinhadas com a estratégia da empresa.

Otimização do espaço físico

O controle do estoque também contribui para o uso eficiente do espaço. A ocupação desnecessária compromete a logística interna e pode gerar custos extras com armazenagem.

Como funciona o gerenciamento de estoque?

O processo começa com o cadastro correto dos itens, incluindo informações como descrição, código, categoria, quantidade mínima e máxima, e localização.

A entrada e saída de produtos devem ser monitoradas em tempo real. Para isso, sistemas integrados auxiliam na coleta de dados e alertam quando for necessária a reposição.

Além disso, a rotatividade dos itens precisa ser analisada periodicamente. Isso permite identificar produtos que estão girando com lentidão ou com risco de vencimento.

Métodos de controle de estoque mais utilizados

A escolha do método de controle de estoque impacta diretamente nos custos, na tributação e na acuracidade das informações contábeis e operacionais. Cada modelo tem características próprias e se adapta melhor a determinados tipos de negócios.

PEPS – Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair

O método PEPS (FIFO – First In, First Out) considera que os itens mais antigos no estoque são os primeiros a serem utilizados ou vendidos. Isso garante que os produtos não permaneçam por longos períodos armazenados, reduzindo o risco de deterioração ou obsolescência.

É amplamente utilizado por empresas que trabalham com produtos perecíveis, como alimentos, medicamentos e itens com validade determinada. Além disso, o PEPS mantém uma valorização de estoque mais próxima da realidade de aquisição, já que os itens vendidos refletem custos mais antigos.

Do ponto de vista contábil, em períodos de inflação, esse método tende a apresentar lucros maiores, pois os custos reconhecidos são mais antigos e, portanto, menores.

UEPS – Último a Entrar, Primeiro a Sair

No método UEPS (LIFO – Last In, First Out), considera-se que os produtos mais recentemente adquiridos são os primeiros a serem consumidos ou vendidos. A lógica aqui é inversa à do PEPS.

É utilizado principalmente por empresas que trabalham com itens não perecíveis ou em ambientes de alta oscilação de preços, como setores industriais e comércios atacadistas. O UEPS permite alinhar os custos das mercadorias vendidas com os valores mais atuais de compra.

Contabilmente, tende a reduzir o lucro tributável em períodos de inflação, já que os custos reconhecidos são mais recentes e, portanto, mais altos. No entanto, esse método não é aceito para efeitos fiscais no Brasil, sendo mais comum em análises internas.

Custo Médio Ponderado

Nesse modelo, o valor do estoque é definido com base na média ponderada dos custos de aquisição de todos os itens em estoque. A cada nova entrada de mercadoria, recalcula-se o custo médio.

É indicado para empresas que lidam com grandes volumes de produtos similares, como indústrias e distribuidores de bens homogêneos. Também é útil para negócios que não têm controle rigoroso sobre quais lotes estão sendo utilizados primeiro.

Esse método suaviza as variações de preços ao longo do tempo e oferece maior estabilidade nas análises financeiras, embora possa mascarar variações reais de custo em cenários mais voláteis.

Just in Time (JIT)

Just in Time é um sistema de gestão que visa reduzir o nível de estoque ao mínimo necessário. Em vez de manter grandes volumes armazenados, a empresa recebe materiais exatamente quando são necessários para o processo produtivo.

A aplicação do JIT exige uma cadeia de suprimentos integrada, estável e com prazos rigorosos. Qualquer atraso de fornecedor pode interromper a produção ou prejudicar o atendimento ao cliente.

Embora ofereça ganhos expressivos em redução de custos com armazenagem e obsolescência, o modelo traz riscos logísticos. Por isso, é mais indicado para operações que conseguem prever com precisão a demanda e que têm fornecedores confiáveis.

Ferramentas para o gerenciamento de estoque

O uso de sistemas ERP (Enterprise Resource Planning) tem sido uma solução eficaz. Eles permitem o controle em tempo real, a integração entre setores e a automatização de processos.

Ferramentas como o código de barras, RFID e dashboards de indicadores ajudam a registrar movimentações e identificar falhas com mais rapidez.

Indicadores importantes na gestão de estoque

Giro de estoque

Mostra a frequência com que os produtos são vendidos ou utilizados dentro de um período. Um giro baixo pode indicar excesso ou lentidão nas vendas.

Cobertura de estoque

Refere-se ao tempo que o estoque atual pode atender à demanda sem reposição. Ajuda a prevenir faltas ou excessos.

Ruptura de estoque

Aponta a indisponibilidade de itens no momento da venda. Impacta diretamente a satisfação do cliente e pode gerar perda de receita.

Inventário e acuracidade

A precisão entre os registros e a quantidade real no estoque é fundamental. Diferenças indicam falhas operacionais que precisam ser corrigidas.

Boas práticas no gerenciamento de estoque

Mapeamento de processos

É importante ter clareza sobre como cada movimentação ocorre. Isso inclui recebimento, conferência, armazenamento, separação de pedidos e expedição.

Classificação dos itens

A análise ABC é útil para priorizar a atenção sobre produtos com maior impacto financeiro ou operacional. Assim, os recursos são aplicados com mais foco.

Inventários regulares

Mesmo com sistemas automatizados, realizar contagens periódicas é fundamental para validar os dados. O inventário pode ser total, rotativo ou cíclico.

Treinamento da equipe

Um bom sistema depende do fator humano. Equipes capacitadas conseguem operar o estoque com precisão, seguir procedimentos e resolver desvios com agilidade.

Quer se aprofundar ainda mais em práticas que otimizam o gerenciamento de estoque e melhoram os processos logísticos da sua empresa?

Conheça o curso gratuito Fundamentos da Gestão Logística da FM2S e aprenda a estruturar operações eficientes, reduzir custos e alinhar o estoque à estratégia do negócio.

Desafios do Gerenciamento de Estoque

Mesmo com métodos consolidados e tecnologias disponíveis, o gerenciamento de estoque enfrenta obstáculos que comprometem a eficiência e os resultados operacionais. Identificar esses desafios é o primeiro passo para enfrentá-los de forma estratégica.

Integração entre setores

Um dos principais pontos críticos está na falta de alinhamento entre áreas como compras, vendas, produção e logística. Quando esses departamentos operam de forma isolada, ocorrem falhas na previsão de demanda, atrasos no reabastecimento e sobreposição de pedidos.

Soluções integradas, como sistemas ERP, ajudam a unificar as informações e reduzir inconsistências, mas exigem processos bem definidos e comunicação clara entre os envolvidos.

Previsão de demanda imprecisa

Prever o comportamento do mercado com exatidão é difícil, especialmente em ambientes de alta variabilidade. A falta de dados históricos consistentes, mudanças no consumo e sazonalidades aumentam a complexidade da projeção.

Quando a previsão falha, o impacto se reflete diretamente no estoque: seja por excesso, gerando custos desnecessários, seja por escassez, comprometendo o atendimento.

Dados inconsistentes ou desatualizados

Registros manuais, falhas no lançamento de entradas e saídas ou sistemas desatualizados comprometem a confiabilidade das informações. Isso dificulta a análise de indicadores e afeta a tomada de decisão.

A acuracidade dos dados é indispensável para manter a operação eficiente. Auditorias internas e inventários rotativos auxiliam na correção de desvios.

Alto custo com perdas e obsolescência

Produtos com validade vencida, deterioração ou falta de giro causam perdas financeiras e ocupam espaço útil. Em setores como alimentos, medicamentos ou tecnologia, esse risco é ainda maior.

Um controle baseado em análises de rotatividade e políticas como PEPS ajudam a mitigar esse problema, mas exigem acompanhamento contínuo.

Falta de padronização nos processos

A ausência de procedimentos bem definidos para recebimento, armazenagem, separação e expedição gera retrabalho, atrasos e erros de contagem. Isso reduz a produtividade e aumenta os custos operacionais.

Criar fluxos padronizados e capacitar a equipe são ações que contribuem para uma gestão mais eficiente e previsível.

Gestão de estoques descentralizados

Empresas com múltiplos centros de distribuição enfrentam desafios adicionais. Gerenciar estoques localizados em diferentes unidades demanda maior controle sobre prazos, custos logísticos e sincronização entre as operações.

Nesses casos, a visibilidade em tempo real é fundamental para equilibrar os níveis de estoque e evitar rupturas regionais.

Resistência à mudança e cultura operacional

A implementação de novos sistemas ou métodos costuma enfrentar resistência por parte das equipes. Processos antigos, ainda que ineficientes, são mantidos por hábito, dificultando a modernização da gestão.

O sucesso de uma nova abordagem depende do envolvimento da liderança, treinamentos adequados e acompanhamento próximo dos resultados.

O gerenciamento de estoque impacta diretamente o desempenho de qualquer organização. Um controle eficaz melhora a rentabilidade, a eficiência operacional e o nível de serviço ao cliente.

Adotar boas práticas, monitorar indicadores e investir em tecnologia são passos importantes para alcançar uma gestão de estoque mais estratégica e competitiva.

Leia mais: