Gerenciamento de Riscos: como mitigá-los?
O gerenciamento de riscos é um processo sistemático de identificar, avaliar, priorizar e tratar riscos associados às atividades, projetos ou operações de uma organização. O objetivo principal do gerenciamento de riscos é minimizar as incertezas, proteger os recursos e os ativos, garantir a continuidade das operações e otimizar as oportunidades de negócio.
O que significa gerenciamento de risco?
A Análise de Riscos é um processo que ajuda a identificar e gerenciar possíveis problemas que possam prejudicar iniciativas ou projetos empresariais importantes. Para realizar uma Análise de Risco, você deve primeiro identificar as possíveis ameaças que enfrenta, e então estimar a probabilidade de que essas ameaças se materializem.
A análise de risco pode ser complexa, pois você precisará usar informações detalhadas, como planos de projetos, dados financeiros, protocolos de segurança, previsões de marketing e outras informações relevantes. No entanto, é uma ferramenta de planejamento essencial, e que pode economizar tempo, dinheiro e reputação.
Conheça as diretrizes da gestão de riscos estabelecidas pela norma ISO 31000 e torne-se apto a analisar os riscos e aplicar a norma no seu ambiente de trabalho. Comece agora e acelere sua carreira.
Quais são os 4 processos básicos do gerenciamento de riscos?
Os quatro processos básicos do gerenciamento de riscos são:
- Identificação de riscos: este processo envolve a detecção e descrição dos riscos que podem afetar uma organização, projeto ou atividade. Isso inclui a análise das fontes de risco (internas e externas) e a identificação de eventos ou condições que possam ter um impacto nos objetivos. Técnicas como análise SWOT, brainstorming e revisão de documentos podem ser utilizadas para identificar riscos;
- Análise de riscos: nesta etapa, os riscos identificados são avaliados em termos de probabilidade (a chance de ocorrer) e impacto (as consequências se o risco se materializar). A análise pode ser qualitativa (categorizando os riscos como baixo, médio ou alto) ou quantitativa (usando métodos estatísticos e numéricos para estimar a probabilidade e o impacto). Essa análise fornece informações para a tomada de decisões sobre quais riscos devem ser tratados e quais podem ser tolerados;
- Tratamento de riscos: após a análise, as estratégias de tratamento de riscos são desenvolvidas e implementadas. O tratamento pode incluir:
- Redução do risco: Tomar medidas para diminuir a probabilidade ou o impacto do risco;
- Transferência do risco: Transferir a responsabilidade ou o impacto do risco para terceiros, como através de seguros ou contratos;
- Aceitação do risco: Decidir conscientemente aceitar o risco sem tomar medidas adicionais, geralmente quando os custos de tratamento superam os benefícios;
- Evitar o risco: Eliminar a causa do risco, geralmente abandonando ou alterando atividades relacionadas.
4. Monitoramento e revisão: o último processo envolve o monitoramento contínuo dos riscos e a avaliação da eficácia das estratégias de tratamento implementadas. Isso pode incluir o acompanhamento de indicadores- chave, a realização de auditorias e a revisão de relatórios de incidentes. Além disso, o processo de gerenciamento de riscos deve ser periodicamente revisado e ajustado para garantir sua eficácia e a adaptação às mudanças nas condições internas e externas.
Esses quatro processos básicos são interdependentes e formam um ciclo contínuo de gerenciamento de riscos que ajuda a organização a tomar decisões informadas, proteger seus ativos e alcançar seus objetivos.
Qual é o objetivo de um gerenciamento de riscos?
O objetivo principal do gerenciamento de riscos é identificar, avaliar, tratar e monitorar riscos associados às atividades, projetos ou operações de uma organização, de modo a minimizar incertezas, proteger os ativos e recursos, e garantir a continuidade e sucesso dos negócios. Ao gerenciar riscos de forma eficaz, uma organização pode:
- Tomar decisões informadas: o gerenciamento de riscos fornece informações valiosas para a tomada de decisões, ajudando a organização a compreender os riscos e as oportunidades associadas às suas atividades e a tomar decisões estratégicas com base nesses dados;
- Proteger ativos e recursos: ao identificar e tratar os riscos, a organização pode proteger seus ativos tangíveis e intangíveis (como instalações, equipamentos, propriedade intelectual e reputação) de perdas, danos ou depreciação;
- Melhorar a eficiência operacional: ajuda a identificar áreas de melhoria nos processos e operações internas, reduzindo a probabilidade de erros, falhas e ineficiências que podem afetar negativamente os resultados;
- Cumprir com regulamentações e normas: ajuda a garantir que a organização esteja em conformidade com as leis, regulamentações e normas aplicáveis, evitando multas, sanções e danos à reputação;
- Aumentar a resiliência e a continuidade dos negócios: uma organização que gerencia efetivamente seus riscos é mais capaz de enfrentar eventos adversos, adaptar-se às mudanças e garantir a continuidade das operações em caso de interrupções;
- Otimizar oportunidades de negócio: não se concentra apenas em evitar perdas, mas também em identificar e aproveitar oportunidades de negócio que possam surgir a partir de mudanças no ambiente externo ou interno;
- Melhorar a confiança dos stakeholders: demonstra que a organização está comprometida com a gestão responsável e transparente, o que pode aumentar a confiança de investidores, clientes, funcionários e outros stakeholders.
Em resumo, o gerenciamento de riscos visa criar valor para a organização, permitindo uma melhor tomada de decisão, protegendo seus ativos e recursos, garantindo a continuidade dos negócios e aproveitando oportunidades para melhorar e crescer.
Quando usar a análise de risco
A análise de risco é útil em muitas situações:
- Quando você está planejando projetos, para ajudá-lo a antecipar e neutralizar possíveis problemas;
- Quando você está decidindo se deve ou não avançar com um projeto;
- Quando você está melhorando a segurança e realizando o gerenciamento de riscos potenciais no local de trabalho;
- Quando você está se preparando para eventos como falhas de equipamentos ou tecnologia, roubo, doença ou desastres naturais;
- Quando você planeja mudanças em seu ambiente, como novos concorrentes que entram no mercado ou mudanças na política do governo.
Quais os tipos de gerenciamento de riscos?
Existem diversos tipos de gerenciamento de riscos, com foco em diferentes aspectos e áreas. Alguns dos tipos mais comuns incluem:
- Gerenciamento de riscos corporativos (Enterprise Risk Management - ERM): é uma abordagem integrada e abrangente para identificar, avaliar, gerenciar e monitorar riscos em toda a organização. O ERM visa garantir a continuidade dos negócios, proteger a reputação da empresa e alcançar os objetivos estratégicos;
- Gerenciamento de riscos financeiros: concentra-se nos riscos associados a eventos financeiros e econômicos, como flutuações nas taxas de câmbio, taxas de juros, inflação e liquidez. Esse tipo de gerenciamento de riscos ajuda as organizações a minimizar as perdas financeiras e otimizar suas estratégias de investimento e financiamento;
- Gerenciamento de riscos operacionais: foca nos riscos relacionados às atividades e processos internos da organização, como falhas de sistemas, erros humanos, fraudes e interrupções na cadeia de suprimentos. O gerenciamento de riscos operacionais busca melhorar a eficiência e a eficácia das operações e garantir a continuidade dos negócios;
- Gerenciamento de riscos de projetos: aborda os riscos específicos relacionados à execução e entrega de projetos, como atrasos, custos excessivos, escopo mal definido e mudanças nas necessidades dos stakeholders. O gerenciamento de riscos de projetos ajuda a garantir que os projetos sejam entregues no prazo, dentro do orçamento e com a qualidade esperada;
- Gerenciamento de riscos de TI (Tecnologia da Informação): enfoca os riscos associados aos sistemas de informação e tecnologia, como falhas de hardware, ataques cibernéticos, perda de dados e violações de privacidade. O gerenciamento de riscos de TI busca proteger os ativos de informação e garantir a confidencialidade, integridade e disponibilidade dos dados;
- Gerenciamento de riscos de conformidade: trata dos riscos relacionados ao não cumprimento de leis, regulamentações, políticas internas e padrões éticos. O gerenciamento de riscos de conformidade ajuda as organizações a evitar multas, sanções legais e danos à sua reputação;
- Gerenciamento de riscos ambientais, sociais e de governança (ESG): foca nos riscos associados às questões ambientais (como mudanças climáticas e poluição), sociais (como condições de trabalho e direitos humanos) e de governança (como ética empresarial e responsabilidade dos executivos). O gerenciamento de riscos ESG visa garantir que as organizações atuem de maneira sustentável e responsável.
Cada tipo de gerenciamento de riscos tem suas próprias técnicas, metodologias e ferramentas, mas todos compartilham o objetivo comum de minimizar incertezas e proteger os ativos e recursos das organizações.
Como usar a análise de risco?
A análise de risco é uma parte fundamental do processo de gerenciamento de riscos e envolve a avaliação sistemática dos riscos identificados em termos de probabilidade de ocorrência e impacto potencial. Veja como realizar uma análise de risco:
- Identifique os riscos: antes de começar a análise, identifique os riscos relevantes para o seu projeto, atividade ou organização. Isso pode ser feito usando várias técnicas, como brainstorming, análise SWOT, revisão de documentos, entrevistas com especialistas e análise histórica;
- Determine a probabilidade: para cada risco identificado, estime a probabilidade de ocorrência. A probabilidade pode ser expressa como uma porcentagem, uma frequência (por exemplo, uma vez por ano) ou uma escala qualitativa (por exemplo, baixa, média ou alta). Use informações históricas, dados estatísticos, experiência de especialistas ou análise de cenários para fazer essa estimativa;
- Avalie o impacto: estime o impacto potencial de cada risco caso ele se materialize. O impacto pode ser quantificado em termos financeiros, temporais ou de qualidade, ou pode ser avaliado qualitativamente (por exemplo, baixo, médio ou alto). Considere os efeitos diretos e indiretos do risco, bem como os possíveis efeitos cumulativos de múltiplos riscos;
- Calcule o nível de risco: combine a probabilidade e o impacto para calcular o nível de risco. Isso pode ser feito multiplicando a probabilidade pelo impacto (para uma abordagem quantitativa) ou usando uma matriz de risco (para uma abordagem qualitativa). A matriz de risco é uma ferramenta visual que categoriza os riscos em diferentes níveis com base em sua probabilidade e impacto (por exemplo, baixo, médio, alto ou crítico);
- Priorize os riscos: classifique os riscos de acordo com seu nível e determine quais deles são mais críticos e merecem maior atenção e recursos. Isso ajudará a concentrar seus esforços de gerenciamento nos riscos mais relevantes e a tomar decisões informadas sobre como tratá-los;
- Desenvolva estratégias de tratamento: com base na análise de risco, desenvolva e implemente estratégias adequadas para reduzir, mitigar, transferir ou aceitar os riscos. As estratégias podem incluir ações preventivas, planos de contingência, transferência de riscos (por exemplo, através de contratos de seguro) ou aceitação dos riscos, quando os benefícios potenciais superam os custos e impactos negativos;
- Monitore e revise: após a implementação das estratégias de tratamento, monitore continuamente os riscos e revise periodicamente a análise de risco para garantir que ela permaneça atualizada e relevante. Isso pode envolver a coleta e análise de dados, a revisão de relatórios de incidentes e a atualização das informações de risco conforme necessário.
Lembre-se de que a análise de risco é um processo dinâmico e deve ser adaptado às mudanças nas condições internas e externas.
Como realizar o gerenciamento de risco
Depois de identificar o valor dos riscos que você enfrenta, você pode começar a olhar para maneiras de gerenciá-los.
Dica: Procure abordagens econômicas - raramente é sensato gastar mais na eliminação de um risco do que o custo do evento se ocorrer. Pode ser melhor aceitar o risco do que usar recursos excessivos para eliminá-lo.
Seja sensato em como você aplica isso, no entanto, especialmente se a ética ou a segurança pessoal estão em questão.
Evite o risco
Em alguns casos, você pode querer evitar todo o risco. Isso pode significar não se envolver em um empreendimento comercial, transmitir um projeto ou ignorar uma atividade de alto risco. Esta é uma boa opção ao assumir o risco, não envolve nenhuma vantagem para sua organização, ou quando o custo de enfrentar os efeitos não vale a pena.
Lembre-se de que, quando você evitar um risco potencial, você pode perder uma oportunidade.
Compartilhe o risco
Você também pode optar por compartilhar o risco - e o potencial ganho - com outras pessoas, equipes, organizações ou terceiros.
Por exemplo, você compartilha riscos quando você assegura seu prédio de escritórios e seu estoque com uma companhia de seguros. Ou ainda quando se associou com outra organização em uma iniciativa conjunta de desenvolvimento de produtos.
Aceite o risco
Sua última opção é aceitar o risco. Esta opção geralmente é melhor quando não há nada que você possa fazer para prevenir ou mitigar um risco. Quando a perda potencial for menor do que o custo de garantir contra o risco, ou quando o ganho potencial vale a pena aceitar o risco.
Por exemplo, você pode aceitar o risco de um lançamento do projeto atrasado se as vendas potenciais continuarão a cobrir seus custos.
Antes de decidir aceitar um risco, realize uma Análise de Impacto para ver as consequências completas do risco. Você pode não ser capaz de fazer nada sobre o risco em si, mas é provável que você tenha um plano de contingência para lidar com suas consequências.
Controle de risco
Se você optar por aceitar o risco, há várias maneiras pelas quais você pode reduzir seu impacto.
Experiências empresariais são uma maneira efetiva de reduzir o risco. Eles envolvem o desenvolvimento da atividade de alto risco, mas em pequena escala, e de forma controlada. Você pode usar experiências para observar onde ocorrem problemas e encontrar formas de introduzir ações preventivas antes de você apresentar a atividade em uma escala maior.
A ação preventiva envolve o objetivo de impedir que ocorra uma situação de alto risco. Inclui treinamento em saúde e segurança, proteção contra firewall em servidores corporativos e treinamento cruzado em sua equipe.
A ação do detetive envolve a identificação dos pontos em um processo em que algo pode dar errado e, em seguida, colocar os passos no lugar para corrigir os problemas prontamente, se ocorrerem. As ações de detetive incluem relatórios de finanças de verificação dupla, realização de testes de segurança antes do lançamento de um produto ou instalação de sensores para detectar defeitos no produto.
Plano-Do-Check-Act é um método semelhante para controlar o impacto de uma situação de risco. Como uma experiência empresarial, envolve testar possíveis formas de reduzir um risco. As quatro fases da ferramenta orientam você através de uma análise da situação, criando e testando uma solução, verificando o quão bem isso funcionou e implementando a solução.