IPCA, IGP-M e outras análises para saber como sair da crise
Como avaliar o IPCA?
IPCA: neste post vamos continuar aplicando a Estatística que ensinamos em nossos cursos de greenbelt e blackbelt para entendermos um pouco mais do nosso cenário macroeconômico. Vamos começar pelo PIB mensal, calculado pelo Banco Central. Para primeira análise, vamos utilizar o gráfico de tendência, figura 1.
Figura 1: gráfico de tendência do PIB mensal.
O que é IPCA?
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), além de ser o termômetro oficial da inflação, pode afetar diretamente boa parte dos investimentos. Dominar e acompanhar esse índice é uma das chaves para ser um investidor mais consciente. Calculado desde 1979, então, o IPCA identifica uma variação nos preços do comércio. Ele é utilizado pelo Banco Central para monitorar a inflação. Mas foi apenas a partir dos anos 2000, por determinação do Conselho Monetário Nacional (Copom), que o índice passou a ser considerado pelo Banco Central como o indicador oficial da inflação.
Esse importante índice é medido mensalmente pelo IBGE para identificar a variação dos preços no comércio. Esse dado é considerado o índice oficial da inflação ou deflação pelo Banco Central. Ele reflete o custo de vida para famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos. A sua mensuração é feita em nove regiões metropolitanas: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além dos municípios de Goiânia e Brasília.
A coleta de dados para o índice vai do dia 1º ao dia 30 ou 31 (dependendo do mês), contemplando setores do comércio, prestadores de serviços, domicílios (para verificar valores de aluguel) e concessionárias de serviços públicos. Os preços obtidos na pesquisa retratam pagamentos à vista nas seguintes categorias: alimentação e bebidas, artigos de residência, comunicação, despesas pessoais, educação, habitação, saúde e cuidados pessoais, transportes e vestuário.
Cada uma possui um peso diferente no cálculo, conforme você pode observar nas porcentagens abaixo, informadas pelo IBGE.
- Alimentação e bebidas (23,12%)
- Artigos de residência (4,69%)
- Transportes (20,54%)
- Comunicação (4,96)
- Despesas pessoais (9,94%)
- Habitação (14,62%)
- Saúde e cuidados pessoais (11,09%)
- Vestuário (6,67%)
- Educação (4,37%).
Pela figura 1, vemos que o PIB cresceu bastante nos últimos anos, mas agora parece estar iniciando um período de estabilidade.
Na segunda etapa, vamos ver o comportamento dos índices de inflação IPCA e IGP-M mensais ao longo dos anos, de 1995 até 2015. Isto pode ser conferido na figura 2 e 3. Para o IPCA e IGP-M iremos utilizar a variação mensal .
Figura 2: análise IPCA mensal.
Para que serve o IPCA?
O IPCA é usado pelo Banco Central como principal medidor da inflação do país. Ele serve, portanto, como referência para que o governo monitore sua meta de inflação anual e, a partir daí, defina suas políticas monetárias e medidas econômicas.
Para evitar descontrole nas taxas de inflação do país, como ocorreu no início da década de 90, o governo trabalha com uma meta de inflação por ano. Quando o IPCA sinaliza que essa meta poderá ser ultrapassada, o governo passa a tomar medidas, como aumentar a taxa de juros da economia, a Selic, para controlar o movimento inflacionário. Indiretamente, então, o IPCA afeta o valor do seu dinheiro – e do seu poder de compra.
Mas, se você for um investidor consciente, pode usar o índice de inflação ao seu favor. Isso porque ele também é utilizado pelo governo como índice variável de rendimento para alguns investimentos no Tesouro Direto, programa de venda de títulos públicos. Essa é uma aplicação, portanto, protegida de altas da inflação.
Sobre a relação entre IPCA e investimentos, falaremos um pouquinho mais na sequência. Mas, antes, é preciso reforçar que não é apenas o governo que faz uso do índice. Muitos contratos de aluguel têm cláusulas de reajuste anual baseadas em sua variação. A maioria dos comerciantes também reajusta o preço dos produtos de acordo com o indicador.
IGP-M
Figura 3: análise IGP-M.
Figura 4: gráfico de dispersão entre IPCA e IGP-M.
Pelos gráficos das figuras 2, 3 e 4 é possível observar que o IPCA e o IGP-M saíram do controle várias vezes durantes os governos passados. Quando olhamos especificamente para este, vê-se que a Dilma está em maus lençóis, haja vista que janeiro, fevereiro e março de 2015 o indicador estava fora de controle. Este desvio fica mais claro na figura 5.
Figura 5: análise IPCA no governo Dilma.
Outra análise interessante é o famoso “tempering” que o governo Dilma utiliza para controlar a inflação. Está claro que o quando a inflação cai muito o governo atua e quando sobe também, mas que a capacidade de controlar a inflação com as medidas heterodoxas estão a se esgotar. Prova disto são os três meses consecutivos fora do controle no ano de 2015. E aí pessoal? Será que a equipe da Dilma conseguirá se reinventar? Pelo visto, a tentativa de controle está mais para replicação do modelo FHC, já que a taxa de juros voltou a subir, conforme figura 6.
Figura 6: taxa de juros e IPCA.
Na figura 6 é possível verificar que mesmo com uma taxa de juros nos níveis de 2011, nosso IPCA está muito maior. Para acompanhar se o remédio está fazendo bem, só nos resta esperar. E aí? Qual será o prazo para a taxa de juros domar a inflação? Mais 3 meses? 6? Vamos aguardar.
Se você gostou da análise e deseja aprender a elaborá-las, participe de nossos cursos. Há on-line e presencial. Para levar um presencial para sua cidade é fácil, basta entrar em contato conosco.Nossos cursos de green belt e blac kbelt são ótimos para isto.