Gestão Financeira

30/06/2017

Última atualização: 25/01/2023

Como as micro e pequenas empresas podem prosperar?

Como as Micro e Pequenas empresas podem sair da crise?


As micro e pequenas empresas correspondem a 98% da economia paulista, empregando cerca de 70% dos trabalhadores no setor privado informal e formal e sendo responsável por 28% do PIB do estado de São Paulo, segundo dados do Sebrae, 2008. No âmbito nacional, o nível de participação das MPEs segundo uma pesquisa do Sebrae de 2004 é de 98%. Desse modo a conclui-se que a economia brasileira é altamente dependente do setor, tanto na geração de emprego como na geração de renda.


Apesar de sua enorme importância e das políticas públicas de incentivo a esse tipo de empresa, as taxas de mortalidades das empresas são preocupantes. Mesmo com uma redução de 21% no índice entre 2000 e 2005, o valor permanece extremamente alto, com cerca de 56% das empresas fechando antes de completar cinco anos de vida. Nos países desenvolvidos, este índice dificilmente ultrapassa os 50%, segundo SEBRAE-SP.


Altos custos de produção, escala reduzida, pouco acesso a informação, falta de conhecimento do mercado, necessidades de treinamento de mão-de-obra, atualização tecnológica, linhas de crédito inacessíveis ou excessivamente caras e poucas iniciativas dos empreendedores, impõem enormes dificuldades para as MPEs manterem-se ativas e competitivas no dinâmico e complexo contexto econômico atual (Balestrin e Verschoore, 2008).


Balestrin e Verschoore, 2008 afirmam que a melhor maneira de se neutralizar ou amenizar tais problemas, é a formação de redes de cooperação empresarial entre os micros, pequenos e médios empreendedores.



O que leva as Micro e Pequenas empresas trabalharem diferente?


Fachinelli et al (2002), definem o conceito de rede de cooperação inter-empresarial como uma aliança inter-organizacional, que possua um projeto coletivo para aumento da competitividade das empresas e que proporcione uma dinâmica específica com às relações preexistentes entre elas. Esse conceito é bastante utilizado por sua amplitude, mitigando as restriçoes de uma categorização de redes a empresas que sejam do mesmo setor, atuem no mesmo elo da cadeia produtiva localize-se em uma mesma região ou possuam um vinculo formal entre si.


Balestrin & Alsones, (2008), por sua vez, definem redes de cooperação como:



“... organizações compostas por um grupo de empresas formalmente relacionadas, com objetivos comuns, prazo de existência ilimitado e escopo múltiplo de atuação. Nelas, cada membro mantém sua individualidade legal, participa diretamente das decisões e divide simetricamente com os demais os benefícios e ganhos alcançados pelos esforços coletivo. São compreendidas como um modelo organizacional dotado de estrutura formal própria, com um arcabouço de coordenação específico, relações de propriedade singulares e práticas de  cooperação características.”

No contexto atual da nova economia, as redes de cooperação indicam um caminho alternativo para fazer frente às pressões competitivas, caminho no qual as conexões entre os agentes simboliza a reflexão e o reconhecimento de sua interdependência, em oposição à autonomia postulada pela teoria clássica da firma (Thorelli, 1986). Esse conceito permite abranger novas configurações de relacionamento em rede, como é o caso das redes virtuais, onde a inserção de agentes se dá por intermédio dos novos recursos da telemática.



Quais os ganhos competitivos para as Micro e Pequenas Empresas?


Balestrin e Verschoore, 2008 utilizam seus estudos prévios para afirmarem que os principais ganhos competitivos do trabalho em rede são:




As vantagens das redes listadas anteriormente, não implicam, de maneira alguma, na totalidade dos ganhos que esse tipo de arranjo organizacional proporciona, sendo apenas uma compilação de experiência dos autores citados.



Quais são os tipos de arranjos para as Micro e Pequenas Empresas?


As definições e classificações dos tipos de formas cooperativas entre empresas variam de autor para autor, sendo algum bem aceitas e conhecidas e outras se restringem ao meio acadêmico.


CASAROTTO (1998) apresenta primeiramente dois tipos de redes tradicionais, que segundo o autor mais se aplica ao contexto das MPEs.




Balestrin e Verschoore (2008), também destacam a diversidade de configurações que a redes de cooperação empresarial assumem na prática, devido a variedade de tipos de objetivos dos membros as dimensões estruturais de formalização e poder. Os autores discorrem sobre as três formas mais comum de redes de cooperação tradicionais entre as micro e pequenas empresas: redes de fornecimento, consórcios e redes associativas. Tais configurações podem ser divididas por três aspectos básicos: suas características, os benefícios que cada uma traz e os desafios que devem ser superados para o seu perfeito funcionamento.




Quais os melhores modelos para as Micro e Pequenas Empresas?


Há ainda, os modelos de cooperação, ditos emergentes. Bremer e Ortega (2000) apontam que tais modelos, surgiram devido a forte concorrência atual e a aplicação do conceito Tecnologia da Informação e Comunicação aos modelos organizacionais. Nenhum dos modelos de cooperação é excludente, isto é, uma empresa poderá estar participando nas cinco formas simultaneamente. São eles: