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28/04/2015

Última atualização: 25/01/2023

Perspectiva 2015: desemprego o e índice de confiança

Desemprego: neste artigo vamos continuar aplicando ferramentas do green belt para análise econômica: desemprego. A ideia é analisarmos se há ou não uma crise no horizonte. Para isto, fomos garimpar dados na FGV dados, site mantido pela FGV que disponibilizar vários indicadores econômicos, todos com visualização muito fácil. Se você fez algum curso de Minitab e quer bons dados para aplicar seus conhecimentos, FGV dados é o lugar.



Qual é a tendência do Desemprego?


Primeiramente, gostaria de traçar um gráfico de tendência da taxa mensal de desocupação (desemprego) nas regiões metropolitanas. Esta análise vai nos responder que pé que está o tão temido desemprego.










Figura 1: taxa de desocupação nas regiões metropolitanas.

Pela figura 1 é possível observar que o desemprego caiu bastante, porém, há indícios de que está para mudar a trajetória. Para fazer uma análise mais detalhada, vamos lançar mão do gráfico de controle de individuais, dividindo-o por governos. A ideia é criarmos 5 categorias, já que 2002 foi FHC, 2003-2006 e 2007-2010 Lula, 2011-2014 Dilma, 2015 Dilma 2.










Figura 2: gráfico de controle da taxa de desocupação.

Como está a taxa de desocupação?


Pela figura 2 é possível verificar que do governo Dilma 1 para o Dilma 2, alguma coisa mudou. Para entender melhor, podemos elaborar um gráfico de controle só deste período e verificar se os primeiros meses de 2015 são uma variação normal ou se realmente são causas especiais e um claro sinal de mudança.










Figura 3: taxa de desocupação governo Dilma.

O Desemprego afeta o índice de confiança do consumidor?


Pela figura 3 fica claro que março de 2015 é uma causa especial, porém, não tão distante dos limites de controle. Parece-me que o barulho sobre a taxa de desocupação está mais relacionado aos três meses de alta, do que ao número em si. Deste modo, fica claro que a população está mais preocupada com o salto do índice do que no valor, ao contrário do que o governo sugere em algumas entrevistas. A percepção do futuro está ruim e se isto for verdade, tal fato deve estar impactando o índice de confiança do consumidor. Vamos dar uma olhada nele? Figura 4.










Figura 4: índice de confiança no consumidor.

Na figura 4 fica claro que este índice também está caindo. E será que há correlação entre eles? Vamos de regressão novamente?










Figura 5: gráfico de dispersão entre confiança e desocupação.

Com a figura 5 não é possível afirmar que há correlação, mas é interessante analisarmos os dois indicadores num gráfico de tendência para compararmos as tendências.










Figura 6: gráfico de tendência entre o ICC e a taxa de desocupação.

Pela figura 6 fica mais fácil enxergarmos algumas coisas. A primeira, é que desde o começo do governo Dilma o índice de confiança está a cair, mesmo com um desemprego em queda. A queda da confiança é mais forte ainda nos três meses de 2015, fortalecendo ainda mais a perspectiva negativa dos brasileiros sobre a economia.


Assim, conclui-se que o ano de 2015 será desafiador para a nova equipe econômica, pois ela terá de melhorar indicadores importantes, como a taxa de desocupação, e aumentar a confiança do consumidor, que está em patamares bem ruins.


Com todos estes números voando sobre nossas mentes, resolvi voltar aos temas macroeconômicos e dar uma investigada nos dados que possuímos disponíveis no IPEA, Banco Central, FGV Dados e IBGE. Vamos começar com o desemprego nas regiões metropolitanas, depois índice de atividade industrial e fecharemos com o custo de energia elétrica.



Como está a série histórica do desemprego?









Figura 1: gráfico de tendência e controle (x-barra) do desemprego nas regiões metropolitanas.


Pela figura 1 é possível verificar que a taxa continua subindo, com abril chegando a 6,4%. Esta alta mostra que a média anual está um pouco maior que 2012 e 2013, assemelhando-se ao comportamento de 2011. Não dá para falarmos que a taxa chegará a patamares de 10% ainda este ano, mas dá para falarmos que se espera a manutenção da alta para nos próximos meses. Nosso próximo dado será o índice de atividade econômica, calculado pelo Banco Central. Este índice tem base 100 em 2002.










Figura 2: evolução do índice de atividade econômica.

A atividade econômica se relaciona com o desemprego?


A figura 2 mostra que o índice de atividade econômica reverteu uma sequência de 4 meses em queda, mas isto não significa muita coisa. Digo, pois estamos estagnados desde 2012. Agora, será que o índice de atividade econômica é uma boa variável para estimarmos o desemprego? Será que há uma relação entre os dois índices? Como vimos em nosso penúltimo post, para descobrir isto basta elaborarmos uma regressão (fig. 3).










Figura 3: regressão linear entre a taxa de desemprego (Y) e o índice de atividade econômica (X).


Por meio da figura 3 é possível verificar uma clara relação entre estes dois indicadores. Tal qual vocês aprendem em nossos cursos de greenbelt, 85% da variabilidade da variável Y pode ser explicada pela variabilidade da variável X. Quanto mais forte estiver nossa indústria, mais fraco estará o desemprego. Para reduzir o desemprego o governo deve estimular a atividade industrial. Para isto, a manutenção dos investimentos é condição fundamental para o desemprego manter-se baixo.


Com os cortes orçamentários nos investimentos anunciados, aumento da carga tributária para a indústria e aumento dos principais insumos, a indústria vai esfriar e o desemprego aumentar. Como última análise, vamos conferir o comportamento do preço do MWh em reais no mesmo período que analisamos os demais índices. Faremos isto pois a energia elétrica é um dos principais insumos industriais e comum a todas.










Figura 4: gráfico de tendência do preço médio do MWh.



Como está a atividade Econômica?


Por meio do gráfico da figura 4 fica claro que o custo da energia quase duplicou de 2013 para 2015. E, será que o valor da energia tem relação com o índice de atividade econômica? Figura 5.










Figura 5: gráfico de dispersão entre índice de atividade industrial e custo da energia elétrica.


Pela figura 5 está claro que o preço da energia elétrica maior que 230 reais por MWh limita a atividade industrial. Há uma boa correlação até 230, a partir deste custo, a atividade industrial para em 150. Com uma energia nos patamares atuais, a indústria brasileira terá de reinventar-se para conseguir superar os 150 pontos de atividade. Se o governo não acordar, o desemprego poderá sair do controle, e rápido.


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