Liderança

09/06/2020

Última atualização: 13/11/2024

Propósito e Lucro: Qual a Conexão?

Um senso de propósito que vá além do objetivo de ganhar dinheiro pode ser forte motivador para os seus funcionários. Mas, para sustentá-lo, é preciso prestar atenção a vários princípios fundamentais de organização. Neste post vamos te mostrar as possibilidades e diversas formas de engajamento, além de mostrar táticas para você manter o equilíbrio entre elas e assim manter sua organização sempre em movimento crescente.

No fundo, trata-se de uma ideia antiga: se você deseja criar uma empresa que realmente motive seus funcionários, ela precisa ter um senso de propósito. Afinal, quando um objetivo claro existe, ele fornece aos funcionários um senso de direção, ajuda na priorização e inspira a ir além - o que acaba impactando positivamente nos fins lucrativos.

O que é um propósito?

Propósito é o sentido profundo que dá direção e significado às nossas ações, seja na vida pessoal ou profissional. Ele responde à pergunta fundamental: "Por que faço o que faço?". Ter um propósito significa encontrar uma conexão entre nossos valores e nossas atividades, nos motivando a buscar mais do que simples resultados.

Para uma pessoa, o propósito pode estar ligado a melhorar a vida da família, a crescer em sua carreira ou a contribuir positivamente para o mundo. Nas empresas, ele representa a razão de existir além do lucro, guiando decisões, inspirando colaboradores e criando uma conexão autêntica com os clientes e com a sociedade. Com um propósito claro, as empresas se tornam mais que negócios; elas passam a ser movidas por um ideal que ressoa com as pessoas e ajuda a construir um legado.

Mas, finalmente, este é um debate bem ensaiado e já gasto, com muitas evidências disponíveis para apoiar os dois lados do argumento. Por fim, a questão importante não é se existe alguma tensão entre propósito e lucros: há sim. Em vez disso, as perguntas a serem feitas são: como a tensão entre objetivo e lucro pode ser melhor administrada? Quais estruturas uma empresa precisa criar para garantir que seu objetivo de ordem superior não seja prejudicado pela busca de lucro a curto prazo? Como os executivos podem garantir que os funcionários mantenham esses objetivos em mente no dia a dia? E como esse equilíbrio pode ser alcançado a longo prazo?

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Propósitos organizacional e a sua influência

Um propósito organizacional serve como guia e motiva os funcionários diariamente. Quando uma empresa define um propósito forte e alinhado aos valores das pessoas, cria um ambiente onde todos se sentem parte de algo, estimulando o sentimento de pertencimento e engajamento.

Esse propósito ajuda os funcionários a enxergarem seu trabalho como uma contribuição para um objetivo maior, promovendo um espírito de cooperação e dedicação. Eles sabem que suas ações têm valor e impacto, o que incentiva a proatividade e a flexibilidade para lidar com novas situações.

Além disso, o propósito organizacional reforça a cultura interna da empresa, criando uma identidade sólida que orienta decisões e comportamentos. No dia a dia, isso se reflete em atitudes mais colaborativas, inovadoras e adaptáveis, que não apenas fortalecem a equipe, mas também contribuem para o crescimento sustentável da organização.

Entendendo a Teoria da Definição de Objetivos

Essa teoria parte da ideia de que, qualquer que seja o momento, as pessoas têm um foco de preocupação que as faz se concentrar em aspectos específicos de seu trabalho e negligenciar outros. Assim, quando os funcionários se preocupam mais com sua própria satisfação, cuidam das partes divertidas de seu trabalho, da atividade que realmente os excita e negligenciam as coisas que parecem chatas ou um pouco incertas. Isso é chamado de objetivo hedônico.

Já quando a principal preocupação é renda e / ou promoção, o funcionário se concentra nas oportunidades de ganhar dinheiro extra ou causar uma boa impressão, de forma que ajude a aumentar as chances de ser promovido, e negligenciará outros aspectos do trabalho. Isso é chamado de objetivo de ganho.

Por fim, quando a principal preocupação é atingir um objetivo comum, como lançar um produto em um cronograma apertado ou realizar uma campanha de angariação de fundos, os funcionários atenderão principalmente a esse objetivo e menosprezarão as preocupações com relaxamento, ganhar mais dinheiro ou melhorar de posição. Isso é chamado de objetivo pró-social.

A importância do Equilíbrio para o Propósito

Quais fatores influenciam a força relativa desses três tipos de objetivos? Obviamente, diferenças inatas entre indivíduos desempenham um papel, mas uma influência muito mais forte é tipicamente os estímulos imediatos que os funcionários recebem daqueles que os rodeiam em seu ambiente de trabalho e de seus superiores. Se toda a conversa for sobre o tamanho do bônus anual, a meta de ganho dominará, imediatamente, as outras metas.

Mas muitas empresas querem que seus funcionários ajudem a organização a atingir objetivos comuns, em vez de priorizarem ganhos pessoais ou bem estar no trabalho. Portanto, o desafio passa a ser como tornar essas metas comuns mais salientes e significativas para os funcionários de toda a empresa. Em grande parte, trata-se de tentar transmitir o objetivo da empresa aos funcionários para que eles possam ver como seus esforços se encaixam nos de outros funcionários para cumprir seu objetivo geral. Isso funciona melhor se o objetivo for pró-social, porque isso fornece um vínculo muito direto das metas da empresa com uma orientação pró-social dos funcionários.

Mas veja bem...

Apesar da ótima cara dos objetivos pró-sociais, trabalhar em direção aos objetivos da empresa sem ser recompensado e sem se sentir bem também não é uma proposta considerável. Portanto, é necessário um equilíbrio delicado aqui, e a teoria de definição de objetivos fornece algumas informações valiosas sobre como ele pode ser mantida.

Nesse sentido, como primeira diretriz, as declarações da empresa devem priorizar metas pró-sociais à frente das metas financeiras. As metas financeiras, assim, devem ser abordadas de maneira oblíqua ou indireta e serem vistas como consequência natural de se alcançar os objetivos pró-sociais, e não como fins em si mesmos. Se as metas financeiras recebem muito destaque, elas geralmente deslocam as metas pró-sociais.

Segundo, a fragilidade dos objetivos pró-sociais significam que eles precisam ser reforçados e apoiados de forma consistente e regular por meio de sistemas de incentivos e recompensas, por conversas e discussões informais, por gerenciamento simbólico e por estruturas formais que chamamos de contrapesos. Por exemplo, as recompensas individuais devem estar ligadas ao desempenho do grupo, unidade operacional ou empresa como um todo, e não apenas aos resultados individuais.

O perigo da superficialidade

A teoria de definição de objetivos fornece uma nova (e útil!) maneira de encarar os desafios que as empresas enfrentam ao alinhar o comportamento em torno das metas. Mas, na maioria dos casos, não houve impacto discernível na maneira como os funcionários realmente se comportaram. Às vezes, o objetivo pró-social era apenas um conjunto de palavras - na verdade, um verniz em cima de uma empresa orientada para o ganho.

Conclusão

Com este post, nosso objetivo é ajudar a entender por que e como um propósito corporativo é importante. Além de mostrar como ele pode ser realizado sem sacrificar a lucratividade - e de fato pode resultar em maior lucratividade. A teoria da definição de objetivos mostra que os Propósitos de uma empresa só fazem diferença quando eles trabalham com as crenças dos funcionários. Assim como os propósitos mais valiosos são os que apoiam o trabalho colaborativo - o que chamamos de objetivos pró-sociais.

No entanto, esses objetivos competem com outros, podendo então ser facilmente eliminados por objetivos hedônicos e de ganho. Como resultado, os executivos das empresas precisam trabalhar duplamente para afirmar objetivos pró-sociais e desenvolver sistemas e estruturas que os reforcem. E, mais fundamentalmente, estabelecer metas pró-sociais exige o desenvolvimento de uma tolerância à obliquidade. Ou seja, a noção paradoxal de que, se seguirmos as metas pró-sociais, na verdade não estamos nos livrando das metas de ganho. Em vez disso, estamos percebendo-as de forma mais eficaz.

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