Melhoria de Processos

09/05/2022

Última atualização: 11/07/2024

Taylorismo e Fordismo: o que é, características e diferenças

Você já se perguntou como as grandes indústrias conseguiram revolucionar suas produções ao longo do tempo? Conheça o Taylorismo e o Toyotismo, duas abordagens que transformaram a maneira de gerenciar processos produtivos. 

Neste artigo, exploramos como a busca por eficiência e inovação moldou essas metodologias e impactou profundamente o mundo dos negócios

Prepare-se para descobrir as principais características de cada uma delas, as diferenças, as críticas, a crise e as lições que essas estratégias podem oferecer para o cenário atual.

O que é taylorismo?

O taylorismo é uma teoria de gestão centenária que visa melhorar a eficiência operacional das empresas usando análise de desempenho para informar melhorias iterativas no fluxo de trabalho. Desenvolvido por Frederick Taylor, um engenheiro mecânico, o taylorismo foi altamente influente no início e meados do século XX, moldando como muitas empresas estabeleceram os seus processos de produção em massa.

Esta escola de pensamento é construída sobre quatro princípios fundamentais:

O taylorismo é o mesmo que teoria científica de gestão?

Sim, o taylorismo é o mesmo que a teoria científica da gestão. O nome da abordagem de Taylor evoluiu ao longo do tempo, de "gestão de loja" e "gestão de processos" para "gestão científica", depois que esta última foi popularizada pelo ex-advogado Louis Brandeis.

Quais são as principais características do taylorismo?

O Taylorismo ou Administração Científica apresenta diversas características que o tornam distinto como um sistema de gestão. Aqui estão as principais:

Estudo científico do trabalho

Taylor defendia a necessidade de estudar cientificamente cada elemento do trabalho para identificar a "melhor maneira" de executar cada tarefa. Isso envolvia a análise detalhada de cada movimento e a medição do tempo necessário para realizá-lo.

Seleção científica dos trabalhadores

Em vez de deixar os trabalhadores fazerem as tarefas como eles acreditavam ser o melhor, Taylor propôs que os trabalhadores deveriam ser selecionados e treinados para realizar suas tarefas de acordo com os métodos científicos determinados.

Cooperação entre gestores e trabalhadores

O Taylorismo enfatiza a necessidade de uma cooperação estreita e contínua entre os gestores e os trabalhadores. Os gestores são responsáveis por preparar e planejar o trabalho, enquanto os trabalhadores devem executar o trabalho de acordo com o planejado.

Divisão de trabalho

Taylor propôs que o trabalho deveria ser dividido em tarefas menores e mais simples. Cada trabalhador se tornaria altamente especializado em uma única tarefa, em vez de ter uma compreensão geral do processo de produção completo. Isso tornava o trabalho mais eficiente e permitia que os trabalhadores produzissem mais em menos tempo.

Ênfase na eficiência e produtividade

A principal preocupação do Taylorismo é a eficiência. O objetivo era minimizar o desperdício de tempo e esforço para maximizar a produtividade.

Controle de tempo

Uma das principais inovações de Taylor foi o conceito de controle de tempo. Ele acreditava que cada tarefa poderia ser reduzida a um tempo ótimo. Para isso, Taylor cronometrava as tarefas dos trabalhadores para estabelecer padrões de tempo.

Pagamento por performance

Taylor também introduziu o conceito de "pagamento por peça" ou pagamento por performance. Os trabalhadores eram pagos com base no número de itens que produziam, incentivando-os a trabalhar de forma mais eficiente.

Embora o Taylorismo tenha sido criticado por tratar os trabalhadores como "partes de uma máquina", negligenciando aspectos humanos e sociais, não se pode negar seu impacto na indústria e sua influência contínua nos sistemas modernos de gestão.

O que Taylor conseguiu alcançar com suas ideias?

Embora concordemos que o taylorismo está ultrapassado, não podemos ignorar que a abordagem de gestão científica de Taylor produziu resultados significativos. 

Na Bethlehem Steel, os experimentos de Taylor no local de trabalho fizeram com que o custo de carregamento de ferro-gusa em vagões caísse de 8 centavos por tonelada para 4,8 centavos. Ele também patenteou sete invenções, cada uma projetada para reduzir ineficiências. Um exemplo são seus designs de pás leves, essas ferramentas otimizadas permitiram que os trabalhadores trabalhassem com pá de forma consistente por várias horas e quase quadruplicaram sua produtividade.

As ideias de Taylor tiveram um impacto generalizado no mundo dos negócios, que ainda hoje é visível. Os princípios de gestão científica continuam a influenciar as estratégias de produtividade em áreas preocupadas com a eficiência, tais como processos de fabrico, produção em massa e engenharia mecânica.

As ideias de Taylor podem funcionar no local de trabalho moderno?

Tem havido rumores recentemente de um ressurgimento do pensamento taylorista . Para os trabalhadores modernos que valorizam a sua autonomia, isto seria muito indesejável.

Embora as ideias de Taylor possam proporcionar enormes benefícios financeiros aos empregadores, isso será sempre à custa do bem-estar dos funcionários. Como vimos, os princípios do taylorismo priorizam a eficiência económica acima de tudo, o que pode prejudicar a saúde física e mental dos trabalhadores. 

Alguns aspectos do taylorismo permanecem relevantes para o local de trabalho moderno, como a implementação de procedimentos operacionais padrão para melhorar a eficiência dos recursos . Avaliações de desempenho, métricas de qualidade e metas de vendas são conceitos modernos relevantes derivados das ideias de Taylor; no entanto, reconhecer que alguns aspectos da gestão científica são valiosos não significa que todas as ideias de Taylor sejam aplicáveis ​​no mundo do trabalho de hoje – nem são aplicáveis ​​a todos os tipos de trabalho.

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Pensando além do taylorismo: teorias alternativas de gestão

Embora o taylorismo possa estar desatualizado, na melhor das hipóteses, e perigoso, na pior, existem muitas teorias alternativas de gestão que você pode querer considerar ao revisar o design organizacional da sua empresa . Vamos explorar as vantagens oferecidas por seis teorias alternativas de práticas de trabalho.

O que é fordismo?

O Fordismo consiste em um sistema de produção industrial idealizado e difundido pelo empresário Henry Ford. Como fundador da Ford Motor Company, em 1914, Henry tinha o objetivo de atingir um nível produtivo em que a eficiência industrial atingisse seu ápice. Para isso, criou o método batizado de Fordismo, comprovando que a produção massificada, e padronizada, atingia uma capacidade de produção ímpar.

Em suma, Ford implementou uma linha de montagem que visava a padronização de todos os processos operacionais. Isso foi possível através da implementação de uma série de melhorias e planejamento estratégico. No fim, a proposta de Ford atingiu seu objetivo, a produção era eficiente, acelerada, barata e padronizada, tornando-se o sistema de produção adotado em todo o mundo no século XX, com uma alta aderência entre as décadas de 2070.

A origem

A prática do Fordismo teve origem, como dissemos, em 1914. Ford se apoiou nas ideias de outro visionário, Frederick Taylor, que anos antes havia desenvolvido um sistema produtivo que se baseava no tempo de movimento dos trabalhadores, o Taylorismo

Ao se apoiar nos fundamentos do Taylorismo, Ford melhorou as ideias de Taylor e as adaptou à realidade automotiva americana. Essa evolução tornou o Fordismo um símbolo da Segunda Fase da Revolução Industrial, contribuindo, por exemplo, para a expansão de mercado e crescimento das empresas que produziam bens em massa. 

Quais as 4 características do Fordismo?

O modelo fordista de produção é explicado através de quatro características principais. Confira:

Aumento da produtividade e produção massificada

O principal fundamento do Fordismo é a alta, e ganho, de produtividade para que a produção massificada seja possível. Esse aumento se dá pela baixa necessidade de requisitos do colaborador, tornando-o “especialista” em uma atividade única.

Por um lado, isso acelerou as linhas produtivas como um todo. Por outro, a falta de requisitos e qualificação condenava o futuro do profissional, que conhecia apenas uma função e não compreendia o processo inteiro.

Estímulo ao consumo em massa

Ford fundamentou seu sistema não só na alta produtividade, mas, também, no fomento ao consumo de massa. A ideia era que seus automóveis fossem consumidos em grandes quantias. Mas, para que isso funcionasse, o consumidor necessitava um poder de compra.

Por isso, Ford, foi um grande “defensor” do aumento salarial e concessão de crédito aos trabalhadores. Além disso, Ford foi adepto da propaganda para promover e difundir sua marca e principais modelos.

Baixas condições laborais

O modelo fordista de produção era extremamente  repetitivo, padronizado, maçante e desgastante para os trabalhadores. Não havia uma “saúde” do espaço de trabalho, menos ainda do trabalhador.

Esse cenário de condições adversas é retratado, por exemplo, em crítica feita pelo ator Charles Chaplin, no clássico “Tempos Modernos”.

Pouca variedade para consumo

A frase “O cliente pode ter o carro da cor que quiser, desde que seja preto” é um marco do Fordismo. O motivo é que a personalização de um bem, como o automóvel, era incompatível quando calculada junto da redução dos custos de produção, possibilitada pelo modelo produtivo.

Ford, então, produzia carros pretos, pois a tinta custava menos e secava mais rápido, acelerando, assim, a produção.

Qual o principal objetivo do fordismo?

O principal objetivo do fordismo era aumentar a eficiência e a produtividade da produção, reduzindo os custos e, consequentemente, tornando os produtos mais acessíveis ao consumidor final. Isso foi alcançado através da introdução de novas técnicas de produção, como a linha de montagem e a produção em série, além de uma reorganização da fábrica e do trabalho para maximizar a eficiência.

Além disso, o fordismo também incluía a política de "cinco dólares por dia" para os seus trabalhadores, o que permitia que eles pudessem comprar os carros que eles mesmos produziam, aumentando assim a demanda do produto.

Como o Fordismo funciona na prática?

Ao apropriar-se e melhorar os princípios do Taylorismo, Ford reduziu a complexidade do trabalho e eliminou desperdícios, enquanto buscava a produtividade plena e máxima. As tecnologias da época contribuíram para que o Fordismo avançasse sobre outros modelos. As esteiras rolantes, por exemplo, viabilizaram o layout ágil que as fábricas precisavam para massificar o processo produtivo.

Essa linha de montagem automatizada foi um marco da produção fordista. Na prática, os trabalhadores ficavam parados em seus postos, reduzindo desperdícios de tempo com o movimento que outros modelos de produção adotavam. O processo então, tornou-se mais organizado e linear. O ganho de ritmo e agilidade eram facilmente percebidos. 

Para concluir, o Fordismo funciona a partir de três princípios básicos de produção - e estes princípios fundamentam as características do modelo, que apresentaremos a seguir - sendo eles: Intensificação, Produtividade e Economia. 

A ideia é que a intensificação age na redução do tempo de produção, o que significa um tempo de espera reduzido por parte do consumidor, por exemplo. A produtividade aborda a capacidade da mão de obra repetitiva e contínua que, consequentemente, resulta em uma padronização do processo. Por fim, a economia tem como foco a redução de custos na produção a um mínimo necessário, por meio da produção em massa.

O que se conseguiu com o fordismo?

O Fordismo teve um impacto significativo na história da produção em massa e na economia global. Algumas das conquistas e realizações do Fordismo incluem:

Essas são algumas das conquistas do Fordismo que transformaram a economia global e mudaram a maneira como os produtos eram produzidos e distribuídos.

Quais são os benefícios do Fordismo?

O fordismo é uma técnica de produção em massa que foi desenvolvida e implementada pelo empresário americano Henry Ford no início do século XX. Os benefícios do fordismo incluem:

O declínio do Fordismo

A prática de produção fordista foi um verdadeiro sucesso, e em poucas décadas conquistou todas as indústrias estadunidenses, expandiu-se para a Europa e foi fator fundamental para recuperação de grandes polos industriais após a Primeira Guerra Mundial.

Entretanto, o modelo de Henry Ford era baseado no acúmulo de grandes estoques, pois focava na produção massificada e barata. Esse acúmulo começou a impactar a economia e resultou em uma crise de superprodução.

Somado a isso, a criação de Leis Trabalhistas, a constante flutuação do petróleo e o surgimento de um novo modelo produtivo no Japão, o Toyotismo - Sistema Toyota de Produção (Toyota Production System) - foram fatores que contribuíram para que o Fordismo entrasse em declínio e, assim, desse espaço para os novos modelos de produção e empresários visionários.

Qual a diferença entre Fordismo e Taylorismo

Fica evidente a diferença entre o Toyotismo e os outros dois meios de produção, mas e entre Taylorismo e Fordismo? Qual é a real diferença entre eles? A maior diferença entre esses dois sistemas é que no Fordismo é a forma de bonificação do operário. No caso do Taylorismo, havia uma bonificação pela produção. 

Ou seja, quanto mais ele produzia, mais ele ganhava. Isso não acontecia no Fordismo, pois o que ditava o ritmo era uma máquina (esteira), sendo assim, a produção tinha que ocorrer.  Além disso, no Fordismo as funções de cada operário eram ainda mais superficiais, não exigindo qualquer treinamento por parte da indústria. Era apenas seguir a linha de montagem e produzir.

A indústria no mundo atual Fordismo, Taylorismo e Toyotismo

Depois de tudo o que foi dito, você acha que o Taylorismo e Fordismo têm espaço na indústria atual? A resposta, como você mesmo já deve ter imaginado, é “não”. Estamos vivendo em uma época de alta tecnologia, onde novos recursos e ferramentas são desenvolvidos a cada dia.

Desenvolver uma linha de produção rígida, estagnada e que prevê altos volumes de estoque não conversa com as necessidades do mundo do século XXI. A ideia do Toyotismo, por isso vez, se mantém bastante no que vemos hoje. 

As indústrias e empresas produzem a partir de demanda, considerando estudo de mercado. Inclusive, há muitas corporações que só realizam a produção a partir de um pedido prévio.  E, claro, tudo isso considerando as Leis Trabalhistas e o bem-estar dos operários, coisa que não era levada em conta no século passado.  

Impacto do Taylorismo e do Fordismo

Aumento da eficiência e da produtividade 

O Taylorismo e o Fordismo levaram a um aumento na eficiência e na produtividade no local de trabalho, o que permitiu a produção em massa de bens a preços mais baixos. Isso tornou possível para as pessoas comuns terem acesso a bens que antes eram considerados de luxo.

Padronização da produção

O Taylorismo e o Fordismo enfatizavam a padronização da produção, ou seja, a produção de bens de forma uniforme e repetitiva. Isso permitiu que os fabricantes produzissem bens em massa a preços mais baixos e aumentou a qualidade dos bens produzidos.

Crescimento da economia industrial 

O Taylorismo e o Fordismo foram importantes para o crescimento da economia industrial no início do século XX. Aumentaram a eficiência e a produtividade, o que permitiu às empresas produzir mais bens em menos tempo e a um custo menor, o que por sua vez impulsionou o crescimento econômico.

Mudanças nas relações de trabalho

O Taylorismo e o Fordismo também tiveram um impacto significativo nas relações de trabalho. Enfatizavam a especialização de tarefas e a divisão do trabalho, o que significava que muitos trabalhadores passavam a realizar tarefas repetitivas e monótonas. Além disso, o treinamento e a supervisão rigorosas e a remuneração baseada em desempenho poderiam ser vistos como restritivos e desumanos.

Impacto na qualidade de vida

Embora o Taylorismo e o Fordismo tenham aumentado a eficiência e a produtividade e tenham sido importantes para o crescimento econômico, eles também tiveram um impacto negativo na qualidade de vida de muitos trabalhadores. As tarefas repetitivas e monótonas, juntamente das condições de trabalho rigorosas, podem levar a problemas de saúde física e mental.

As críticas ao Taylorismo e Fordismo

Despersonalização do trabalho

O enfoque no aumento da eficiência e da produção em massa levou à despersonalização do trabalho, com os trabalhadores sendo vistos como peças de uma máquina em vez de indivíduos. Isso pode levar a uma sensação de alienação e falta de satisfação no trabalho.

Redução da criatividade

O enfoque no aumento da eficiência pode levar à redução da criatividade e da inovação, já que os trabalhadores são incentivados a seguir estritamente as rotinas estabelecidas.

Competição entre os trabalhadores

A remuneração baseada em desempenho pode levar a uma competição acirrada entre os trabalhadores, o que pode prejudicar a colaboração e o trabalho em equipe.

Exaustão física e mental

O ritmo intenso de trabalho imposto pelo Taylorismo e pelo Fordismo pode ser exaustivo tanto fisicamente quanto mentalmente, levando a problemas de saúde e ao esgotamento dos trabalhadores.

Desigualdade social

Embora o Taylorismo e o Fordismo tenham trazido melhorias para alguns, eles também ampliaram a desigualdade social, já que os trabalhadores mais pobres eram submetidos a condições de trabalho precárias e mal remuneradas.

A crise do Fordismo e Taylorismo

Taylorismo e Fordismo tiveram o seu ápice, mas o modelo produtivo não se sustentou por muito tempo e isso se deve a diversas razões.  Na década de 70 houve fatores econômicos que levaram esses dois modelos praticamente à extinção. Veja quais foram os gatilhos para a crise:

Estoques lotados

Dentre os motivos mais marcantes, temos a própria consequência do modelo do Taylorismo e Fordismo.  Como seu objetivo era produção em massa e alto volume de estoque, não houve demanda suficiente para atender tudo isso. Ou seja, os produtos ficaram parados. Havia produção, mas não havia venda.

Necessidade de produtos diversificados

Outra característica do Taylorismo e Fordismo era justamente a padronização da produção.  Entretanto, com a expansão do mercado e a globalização houve a necessidade de coisas diversificadas, algo que esses sistemas não conseguiam atender.

Desenvolvimento tecnológico

desenvolvimento tecnológico de outros meios de produção, como é o caso do próprio Toyotismo, fez com que o Fordismo perdesse lugar no mercado.

Maior pressão sindical

Ambos os sistemas eram extremamente exploratórios. A classe proletária do século XIX trabalhava em péssimas condições. Os operários começaram a se unir e pressionar as indústrias por melhores condições. 

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