Toyotismo: o modelo de produção que mudou o mundo
Em algum momento da sua vida, mesmo que na escola, você já escutou falar sobre Toyotismo. Um termo que hoje pode ser vago para você, ainda é muito atual na história da humanidade.
Entender sobre esse conceito vai muito além do que uma aula de história, é uma necessidade para compreender um pouco mais sobre os sistemas produtivos do mundo todo. Neste breve artigo você vai conhecer um pouco mais sobre este sistema, incluindo principais características e influências que causou - e vem causado - no Brasil. Vamos lá?
O que é o sistema Toyotismo?
O Toyotismo é um sistema complexo, cuja teoria principal é aplicada de diferentes maneiras - e não somente no mundo industrial. De modo geral, é um modelo de produção da indústria e teve seu início na década de 70, no Japão. O nome acaba sendo bem sugestivo, pois a primeira vez em que foi aplicado foi justamente na montadora Toyota (sim, essa que você conhece!). O modelo veio como uma alternativa aos que estavam dominando as fábricas, mas que, claramente, não estavam atendendo a real necessidade das indústrias (pelo menos não de uma forma inteligente).
Então, nesse cenário, um dos objetivos era trazer um sistema mais eficiente que o tão famoso Fordismo que reinava nos Estados Unidos na mesma época. O Toyotismo também é denominado como um modelo de acumulação flexível devido ao seu processo produtivo e sua respectiva organização. Foi o primeiro modelo a usar o famoso Just-in-time (“na hora certa” poderia ser uma boa tradução para o termo).
E o que isso quer dizer? Bem, é justamente uma das maiores características do Toyotismo: acompanhar o mercado e ditar o ritmo de produção através disso. Ou seja, a aquisição de matérias-primas e a respectiva produção eram baseadas na demanda. Isso ia totalmente contra o Fordismo, cujo um dos pilares era justamente muita produção e acumulação de estoque.
Quais são as características do Toyotismo?
Para entender um pouco mais sobre o Toyotismo é importante conhecer as suas características mais fundamentais. A partir dela você começa a notar como tudo está conectado e até mesmo a reconhecer o sistema no mundo atual. Primeiramente, vale ressaltar que o Toyotismo é muito distinto daquilo que estava sendo aplicado nos Estados Unidos.
Com origem no Japão, o sistema trouxe uma ideia completamente oposta aos métodos que estavam sendo utilizados. Dentre as principais características deste método podemos citar o controle de matérias-primas. Os outros regimes trabalhavam com muita estocagem, independente da demanda, e isso criou um desequilíbrio na produção.
O Toyotismo é um sistema de produção baseado na eficiência, flexibilidade e melhoria contínua. Ele é caracterizado por:
- Sistema "Just-in-time" (JIT): O sistema JIT busca manter estoques mínimos e produzir somente o que é necessário, quando é necessário, para reduzir os custos e aumentar a eficiência, seguindo a demanda real do mercado.
- Melhoria contínua: O Toyotismo busca constantemente melhorar a eficiência e qualidade dos processos de produção.
- Empoderamento dos funcionários: Funcionários de todos os níveis são incentivados a sugerir melhorias e a tomar decisões sobre como melhorar a produção.
- Flexibilidade: O Toyotismo busca ser flexível para adaptar-se rapidamente às mudanças no mercado e nas demandas dos clientes.
- Qualidade: o foco desse sistema de produção era a qualidade do produto ou serviço, incentivando os funcionários a identificarem e corrigirem problemas.
Quais são os princípios fundamentais do Toyotismo?
Então, podemos dizer que o principal fundamento do modelo toyotista é a questão do estoque e, também, da maior qualidade na produção. Algo que parece tão trivial para nós hoje em dia, na época foi extremamente revolucionário.
O Toyotismo veio para quebrar tudo aquilo que havia sido proposto pelos modelos anteriores. E a avaliar pelo tempo em que começou a se popularizar, podemos dizer que foi - e ainda é - um modelo de sucesso.
Como surgiu o Toyotismo?
A criação deste modelo foi do engenheiro mecânico Taiichi Ohno (1912–1990). Ele trabalhava como diretor de produção na Toyota na década de 50 e tinha a perspectiva de que as coisas precisavam mudar. Ele adequou o sistema à realidade do Japão, incluindo visões econômicas e sociais. Para ele, era nítido que o fordismo não estava mais funcionando e que iria colapsar (como acabou acontecendo de fato).
Além disso, o Japão não tinha um número grande de pessoas (o estoque tinha menos sentido ainda nesse caso), porém, exigiam maior diversidade de produtos. Nesse cenário houve a ideia de implementar um novo sistema e, a partir daí, surgiu a ideia do Just-in-time e todas as outras características do modelo Toyotista. Como você pôde notar ao decorrer deste artigo, o modelo toyotista, por mais que pareça ser muito distante da nossa realidade por remeter a algo antigo, está muito presente em nosso cotidiano.
Quais são os três pilares do Toyotismo?
O Toyotismo é composto de diversos princípios, mas os três mais centrais para o sistema são:
- Just-in-Time (JIT): consiste em produzir bens e serviços no momento em que são necessários, procurando a criação de estoques e o desperdício de recursos. Assim, aumenta-se a flexibilidade da produção e sua eficiência.
- Autonomização (Jikoda): evita a parada de itens de produção e a produção de itens defeituosos ao automatizar as máquinas e os funcionários para identificar e resolver problemas que surgem.
- Kaizen (melhoria contínua): Kaizen é a busca constante da melhoria dos processos e práticas da empresa, incentivando que os trabalhadores deem ideias para aperfeiçoar o sistema de produção.
Como foi o Toyotismo no Brasil?
Estamos falando de como o Toyotismo foi no Japão, mas qual é a influência de tudo isso em nosso país? Na verdade, em pouco tempo, na década de 80, o sistema já havia se tornado mundial. Em 1990 já era uma realidade no Brasil, ainda mais com o fim da ditadura militar.
Como você pode notar, não faz tanto tempo assim que o sistema chegou ao país e você já deve ter percebido, de acordo com as suas características, que ele ainda prevalece. É claro que ele vem sofrendo transformações ao decorrer do tempo, mas as premissas são as mesmas (pelo menos os pilares do Toyotismo). Então, o Brasil foi muito receptivo e o modelo ajudou a trazer novas oportunidades e maior tecnologia para as fábricas brasileiras.
Porque o Toyotismo ainda é atual?
Perante tudo isso que foi dito, fica mais fácil entender como o Toyotismo ainda é atual. Além de questões de logística, hoje em dia todos os mercados são muito dinâmicos e os produtos ficam defasados rapidamente. Ou seja, um grande estoque não faria sentido. Somado a isso, há a maior exigência pela qualidade dos produtos e serviços por parte do público-alvo. Considerando que hoje temos diversas ferramentas de controle e de análise de mercado, o Toyotismo nunca foi tão bem aplicado como é atualmente.
Aprender sobre o conceito é muito importante e você deve aplicar isso caso seja um empreendedor. O estudo de mercado e a previsão de demanda ajuda qualquer negócio a ter maior assertividade nas decisões de produção. Isso economiza tempo e dinheiro, duas coisas fundamentais e que qualquer negócio necessita.
Essas foram algumas considerações sobre esse regime de produção que começou há boas décadas, mas que ainda se faz totalmente presente em todas as indústrias. Gostou de conhecer mais sobre o Toyotismo? Não deixe de acompanhar outras novidades e conteúdos interessantes no seu dia a dia!