Transição de Carreira: o que é? como fazer?
Talvez você esteja frustrado com o rumo que a sua carreira tomou. Chefes tóxicos, ambientes com poucas perspectivas ou salários baixos fazem os profissionais se perguntarem: estou na trilha certa? Dessa forma, existem mil razões para considerar uma transição de carreira, mas poucas maneiras de fazer a transição da melhor maneira.
O que é transição de carreira?
Transição de carreira significa adequar o rumo profissional que foi trilhado até então. Mas também a transição de carreira é um termo mais amplo, que abrange profissão, atribuições e expectativas, e não deve ser confundido com uma mudança de profissão ou uma mudança de emprego. Sendo assim, quando falamos em transição de carreira, estamos nos referindo a uma troca de olhares sobre o seu futuro profissional. Nela, você irá determinar novos objetivos profissionais, entender quais habilidades devem ser aprendidas e pensar em como aprendê-las. Além disso, demanda se inserir em um ambiente muitas vezes novo, com novos contatos e maneirismos. A transição de carreira é uma repaginada na sua trajetória profissional.
Por que fazer transição de carreira?
A princípio, motivos não faltam para pensar em uma transição de carreiras, os concursos públicos, objetivo de muitos profissionais brasileiros, estão no menor valor desde 2007. Enquanto isso a taxa de desocupação no Brasil chegou a 13,2% em 2021, com 40% da população ocupada trabalhando na informalidade. Sendo assim, profissionais também estão reaprendendo valores de trabalho e dizendo não a empregos tóxicos: a Grande Resignação está batendo na porta. Uma nova carreira pode oferecer um salário mais condizente com as suas atribuições. Ou, em meio a pandemia, você pode ter percebido que ficar perto da família vale mais do que uma posição na empresa X. Então talvez hoje o seu emprego não permita que você tenha a condição ideal de trabalho, e logo, você começa a estudar outras alternativas.
Insatisfação profissional
Entrar no mercado de trabalho é muito diferente de olhá-lo de fora. A insatisfação profissional é o fenômeno de não se enxergar mais trilhando o caminho daquela carreira. Seja por posições engessadas, incompatibilidade com a função ou querer viver outras experiências, a insatisfação profissional toma diversas formas.
Salários
A busca por um salário melhor não necessariamente significa trocar de emprego: pode significar trocar de carreira. Com inflação alta ano a ano e cargos juniores pedindo competências cada vez mais avançadas, é natural que se queira migrar onde o trabalho é melhor valorizado financeiramente.
Realização profissional
Você pode perceber, ao longo da sua carreira, que aquela atividade não condiz com seus valores ou suas aspirações. Algumas pessoas são movidas por propósito ao trabalhar, e isso pode fazer com que você queira experimentar uma outra área de atuação. Se sentir realizado profissionalmente é um critério para novos profissionais decidirem as empresas onde trabalharão.
Compatibilidade vida pessoal x carreira
A pandemia colocou muita coisa em perspectiva. Horas de trânsito ou a distância para os familiares parecem menos aceitáveis para quem viu que pode produzir o mesmo, mesmo estando longe. Muitos especialistas já decretaram o fim do trabalho presencial, mas a verdade é que muitos profissionais estão olhando com outros olhos empregos e carreiras onde possam equilibrar melhor o pessoal e o profissional.
Perspectivas profissionais
Empregos se transformam como a sociedade, e o que é necessário hoje pode ser automatizado amanhã. É um medo constante na indústria e nos serviços, e é natural que ele faça algumas pessoas quererem se adiantar às mudanças. É melhor e mais certo estar preparado para a tempestade do que ser pego fora de casa quando a chuva cair. Na falta de uma perspectiva de crescimento profissional ou de novos horizontes para onde crescer, muitos têm olhado para outras carreiras com brilho nos olhos.
Independência profissional
Quando falamos na transição de carreira não necessariamente se abandona o ramo antigo de atuação. De fato, muitas pessoas conciliam múltiplos empregos – facilitados pelo home office – para aumentar a renda ou se posicionar melhor no mercado. A isso chamamos independência profissional: ter autonomia para se desligar dessa ou aquela função, sabendo que você tem mais de uma carreira para te assegurar.
Como fazer a transição de carreira?
Em meio a tudo isso é importante destacar que existem maneiras boas e ruins de fazer uma transição de carreira, assim como há maneiras boas e ruins de começar uma carreira. Ao fazer uma transição de carreira você precisa: entender onde você está, visualizar onde você quer chegar e traçar o que precisa fazer para isso. Os pontos abaixo listam melhor cada um desses processos.
Autoconhecimento
Para entender onde você está, é necessário um exercício profundo de autoconhecimento profissional. Você vai precisar entender bem quais são as suas habilidades-chave, seus pontos fortes, e quais soft e hard skills você possui. O autoconhecimento sempre é uma habilidade valiosa para um profissional: para a transição de carreira, é imprescindível.
Estabilidade
Talvez você pretenda fazer a transição de carreira enquanto mantém o emprego atual, mas isso demanda tempo, energia e esforço. Enquanto isso, muitos profissionais em transição de carreira estão desempregados. Assim, é importante que para pensar em uma transição de carreira, você tenha algum mínimo de estabilidade – seja através de uma reserva de emergência que possa financiar sua recolocação ou o tempo necessário para que ela ocorra.
Plano de carreira
Sempre saiba para onde está indo. Estude a área que está te interessando, os principais motivos para seguir nela e entenda qual é o plano de carreira comum naquela área e o plano que você quer traçar. Existem estratégias específicas para desenhar um bom plano de carreira: não deixe de conferi-las!
Recolocação
Agora, com um plano de carreira definido e entendendo que tipo de profissional você é, você pode começar a buscar a recolocação. A recolocação profissional é o ato de se inserir em uma nova área profissional (se colocar de novo). Ou seja, uma recolocação pode acontecer em diferentes níveis, mas tende a ocorrer nos níveis mais baixos de cargos, como júniores, trainees e estagiários.
Como fazer a recolocação profissional?
Na etapa de recolocação profissional você já está preocupado com ingressar nessa nova área de trabalho. Portanto, agora é necessário pensar em como fazê-la da melhor maneira possível. Então, separamos três etapas importantes para se manter atento na hora de buscar a recolocação e começar com o pé direito em uma área nova de trabalho.
Adequação de currículo
Com o surgimento de diversos novos empregos e áreas com o avanço da tecnologia, muitas graduações ou cursos superiores não acompanham a demanda. Ao mesmo tempo, a prevalência do S em ASG (sigla de Ambiental, Social e Governança) têm pedido mais soft skills e não deixando antigos comportamentos passarem ilesos. Adequar o currículo significa inserir as habilidades-chave para demonstrar fluência e competência na área onde se quer ingressar.
Hards Skills x Soft Skills
Todo emprego demanda uma série de hard skills (habilidades técnicas) e soft skills (habilidades sociais). Operar softwares como Google Data Studio e Power BI, por exemplo, englobam hard skills de visualização de dados. Já uma comunicação assertiva, liderança e entendimento de OKR’s podem aparecer como soft skills para Product Owners. Portanto, a dica aqui é: entenda quais são as hard skills e soft skills da carreira que quer seguir. É possível que você já tenha muitas delas e só precise adequá-las um pouco.
Posicionamento e networking
Redes sociais profissionais como o LinkedIn são ótimos lugares onde se posicionar sobre determinados assuntos. Acima disso, é nelas que muitos recrutadores buscam os próximos funcionários. Tenha certeza de que seu perfil está otimizado para a área que quer buscar, e não é má ideia montar um calendário de publicações sobre assuntos da área que quer ir. Alguém que queira se posicionar como desenvolvedor, por exemplo, pode publicar produções recentes, comentar posts de recrutadores de grandes empresas ou cadastrar certificados de habilidades.
Processos seletivos
Participe, mesmo que não esteja pronto. Os processos seletivos possuem uma linguagem própria, uma gama de habilidades que são cobradas e em muitos casos possuem cases técnicos que podem servir de portfólio. Portanto, participe sempre de processos seletivos e use eles para aprender como responder e otimizar suas respostas para a área onde quer entrar.
É possível fazer uma transição de carreira
Pode parecer tarde demais, mas nunca é. A transição de carreira é um movimento que pode fazer a diferença na sua vida, e é possível fazê-lo com leveza. Tenha sempre claro quais são seus objetivos e plano de carreira em mente, que será fácil guiar – afinal, se você está em transição de carreira, é porque já conseguiu uma vez.