Doenças fatais e os obstáculos de Deming
Doenças fatais
- Ausência de firmeza de propósito: produtos e serviços não são planejados tendo-se em vista um mercado garantido, o que coloca em risco a sobrevivência da empresa e sua capacidade de gerar empregos.
- Ênfase nos lucros de curto prazo: o raciocínio de curto prazo (o oposto da firmeza de propósito) é alimentado pelo medo de aquisições hostis e pela pressão por geração de dividendos.
- Avaliação de desempenho, avaliação por mérito, ou avaliações anuais.
- Mobilidade dos administradores, que constantemente passam de um emprego para outro.
- Administração que trabalha apenas com números conhecidos e negligencia os desconhecidos ou impossíveis de ser conhecidos.
- Custos médicos excessivos, que podem estar associados a licenças remuneradas (afastamento por motivos de saúde), aconselhamento psicológico para pessoas deprimidas com o resultado de suas avaliações anuais, aconselhamento e tratamento para pessoas viciadas em álcool ou drogas, etc. (Deming fala sobre os custos relacionados ao mau ambiente para a saúde física e psicológica do trabalhador).
- Custos excessivos com responsabilidades jurídicas (indenizações).
Os obstáculos
- A suposição de que a melhoria da qualidade e da produtividade pode ser alcançada instantaneamente por meio de uma profissão de fé. “Não existe bolo instantâneo” - são necessários esforços contínuos.
- A suposição de que a solução de problemas, a automação dos processos, a simples compra de novos equipamentos podem transformar a indústria.
- A crença dos administradores de que seus problemas são diferentes e únicos, esquecendo-se que os princípios que levam à melhoria da qualidade e dos serviços são de natureza universal.
- Obsolescência das escolas de administração.
- Ensino medíocre dos métodos estatísticos na indústria.
- Utilização de padrões e tabelas obsoletas para aprovação de amostras.
- Tarefas que só poderiam ser executadas por administradores, supervisores, gerentes de compras e pessoal da produção (que podem contribuir diretamente com a qualidade) são erroneamente delegadas ao departamento de controle de qualidade.
- A suposição de que não haveria problemas de produção caso os funcionários realizassem seu trabalho da forma exata que lhes foi ensinada. Os trabalhadores são limitados pelo sistema, e o sistema é de responsabilidade da administração.
- A administração não compreende que um programa de melhoria da qualidade e da produtividade, para dar certo, deve ser um processo de aprendizagem contínua, liderado pelos altos dirigentes e assimilado por todos na empresa.
- A crença de que os computadores e sistemas digitais podem realizar o trabalho de análise e aprendizagem, bastando que sejam colhidos dados.
- A ideia de que basta cumprir as especificações.
- A falácia do “zero defeito”: não corresponde à realidade a ideia de que tudo aquilo dentro do limite de especificação (sem defeito) está perfeito e tudo aquilo fora está errado. As perdas podem ser cada vez maiores dependendo do quanto os valores se afastem do valor nominal, mesmo que o produto esteja nas especificações. Além disso, não basta ter clientes satisfeitos, eles devem ser cativos.
- Testes inadequados com protótipos.
- Dirigentes que ignoram que o aperfeiçoamento de um trabalho advém somente de diferentes tipos de conhecimentos. Recursos externos à empresa (consultoria ou outra prestação de serviços externa) combinados com recursos internos (conhecimentos já possuídos pela empresa, porém subutilizados) podem contribuir para a melhoria dos processos.
Abordados no Green Belt e Black Belt.
por: Marco César Prado Soares – consultor associado FM2S e instrutor dos cursos EAD Lean Logistics e Excel
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