Como surgiu o cheque especial?
Alguns historiadores acreditam que ele tenha sido criado pelos antigos romanos por volta de 350 a.C., embora não haja evidências materiais que comprovem essa teoria. Formas rudimentares desse tipo de documento começaram a ser emitidas na Holanda no século XVI, mas seu uso só se popularizou em torno de 1780 na Inglaterra, onde os ourives negociavam, além de barras de ouro e prata, moedas de todos os países da Europa.
Na ausência de casas de câmbio, os mercadores costumavam depositar seus lucros junto a esses profissionais, que emitiam recibos. Não demorou para que esses recibos de depósito começassem a circular como meio de pagamento. Era o início do cheque bancário, coberto por um depósito à vista. Os bancos ingleses adotaram a idéia e instituíram o uso do cheque, como o conhecemos hoje, entre 1759 e 1772, incluindo sua numeração em série, usada para evitar falsificações do documento.
No Brasil, a primeira referência a cheque, ainda com a denominação de “cautela”, que se tem registro é junto com o nascimento do Banco Comercial da Bahia, em 1845. Foi em 1893 que ele foi citado com o termo “cheque” pela primeira vez, sendo regulamentado, apenas em 1912.
Para o Banco Central, o uso do cheque, em termos gerais apresenta algumas vantagens como facilitar grandes movimentações financeiras, economiza tempo e torna as transações mais seguras, diminuindo a possibilidade de roubos. Porém, todas essas definições se referem ao uso do cheque como meio de pagamento à vista. Ele se baseia no conceito de que apenas quem tem fundos disponíveis no banco pode emitir cheque ou ordem de pagamento em favor próprio ou de terceiros.
O que é o cheque especial?
O cheque especial é uma operação de crédito oferecida pelos bancos para cobrir cheques e outros tipos de pagamentos que ultrapassem o valor existente na conta. O produto fica vinculado à conta corrente e os recursos são disponibilizados automaticamente, conforme a necessidade do cliente.
Basicamente é uma linha de crédito oferecida como um serviço de um banco ou instituição financeira que permite que sua conta fique “negativa” ou seja, que você gaste mais dinheiro do que tem disponíveis na sua conta. Ou seja, se você tem R$10,00 na conta e gastou R$30,00 com seu débito, o cheque especial deixa que você fique devendo R$20,00 ao banco.
Porém, o cheque especial é como uma linha de crédito e tem um limite pré aprovado. Você não conseguirá gastar além deste limite do cheque especial. Você pode até negociar com seu gerente por um limite maior ou menor, mas tudo isso vai se basear na sua comprovação de renda e seu perfil financeiro.
Por que juros do Cheque Especial são altos?
O Brasil, conhecido como o país dos juros altos, tem um cheque especial caro. Em outros países como Estados Unidos e Inglaterra não existe cheque especial, mas sim o chamado overdraft. Ele é equivalente ao cheque especial brasileiro, mas com algumas diferenças expressivas, principalmente quando se trata de taxas.
O que acontece no exterior, no chamado overdraft, é que são cobradas multas, pré-fixadas ou não, cada vez que o correntista fica com o saldo negativo ou faz alguma operação com o saldo insuficiente. Em um primeiro momento isso pode parecer até mais do que os brasileiros costumam pagar em juros do cheque especial. Porém, estudos mostram que na ponta do lápis, mesmo as taxas mais elevadas destes bancos estrangeiros ficam em torno de 4 vezes menores do que os percentuais cobrados por aqui.
Como casar o 6 Sigma e o Cheque Especial?
6 Sigma e o Cheque: no post de hoje vamos voltar para a aplicação do 6 sigma na nossa vida. É comum aplicarmos 6 sigma para resolvermos nossos projetos na indústria, desenvolvimento, etc, mas na vida as ferramentas de melhoria são um pouco esquecidas. Para esta aplicação do 6 sigma vamos utilizar o Google Trends e algumas inferências. Objetivo: medir a temperatura da crise. Isto é abordado no Green Belt e no Black Belt.
A primeira coisa que faremos é entendermos como está a busca pelo termo “investimentos” e “empréstimos”. Na figura 1 mostramos a evolução entre empréstimos e investimentos.
Figura 1: gráfico de tendência do volume de buscas para os termos investimentos e empréstimos.
Pela figura 1 não é possível ver muita coisa. Que tal fazermos uma relação entre estas variáveis? Vamos criar uma variável de relação igual a divisão dos investimentos pelos empréstimos e plotar a evolução.
Figura 2: gráfico de controle x-barra da relação investimentos/empréstimos.
Pelo gráfico 2, fica claro os anos em que a preocupação de onde investir era maior. De 2010 para cá, só cai. Porém, parece-me que investimentos são mais buscados no Google do que empréstimos. Quando você tem dinheiro para investir a busca por opções é maior do que quando você precisa de grana. Para ver se esta hipótese é verdadeira, vamos procurar a palavra cheque especial, outro indicador de que as coisas não estão indo muito bem.
Figura 3: gráfico de controle x-barra pelo termo cheque especial.
Voilà! Parece que na hora de emprestar o cheque especial ainda o preferido, apesar dos juros altíssimos. As ferramentas 6 sigma mais uma vez nos ajudaram a medir que a coisa está feia. OS brasileiros estão começando 2015 no cheque especial, pois batemos o record de pesquisa dos últimos 7 anos.
Como utilizar o cheque especial?
Imprevistos podem acontecer, como por exemplo, você pode estar sem dinheiro na conta corrente, e alguém descontar um cheque seu antes do prazo, assim, o cheque será pago com o limite do cheque especial e você evitará um cheque devolvido e uma restrição de CCF.
Ou então, seu salário pode terminar cedo e você precisa daquele dinheiro naquele dia, você pode contar com o limite do cheque especial para te “salvar” em alguma situação!
Nunca utilize o limite de cheque especial por muito tempo, isso não é bom aos olhos do banco, e não é bom para seu bolso, que vai sofrer pagando altos juros! Caso precise de dinheiro emprestado por mais tempo, procure uma agência do seu banco e simule/contrate um empréstimo.