Green belt vale a pena?
Seis Sigma

06 de fevereiro de 2017

Última atualização: 27 de fevereiro de 2023

Como ser Green Belt? Vale a pena?

Vale a pena certificar-se Green Belt?

Muitas pessoas me perguntam se a carreira Seis Sigma vale a pena. Depois, perguntam-me qual é o caminho para chegar lá. Hoje, aos 33 anos de idade, posso afirmar que para mim, a carreira valeu a pena. Mas antes, uma pergunta: qual o seu objetivo ao entrar nela? De fazer uma certificação Green Belt?

Qual é o seu objetivo de carreira? Qual o seu objetivo de vida? No que você acredita e pelo que está disposto a lutar? Pergunto isso, pois só assim é possível responder se essa carreira vale a pena para você. Se o objetivo for ficar rico rápido, não sei se essa é a carreira ideal. Penso que há carreiras onde a riqueza, pode chegar mais rápido. Por exemplo, trabalhar numa grande consultoria ou num famoso banco de investimentos, certamente iria te colocar num caminho em que o resultado poderia chegar mais rápido. Se for escolhido pelas peneiras do tipo 20 mil para 1 vaga e, mergulhar de cabeça trabalhando das 8:30 às 3:00 da madrugada durante uns 10 anos, o seu patrimônio será grande.

Agora, se não se entusiasma por jornadas de 15 horas ajustando slides em Power Point e nem gostaria de arriscar sua vida numa chance em 20 mil, eu diria que o Seis Sigma é uma boa alternativa. Na carreira Seis Sigma, não preciso trabalhar 15 horas por dia, apenas um dia ou outro. E, o melhor, não encaro a maioria das coisas que faço como trabalho, pois permitem trabalhar com o que gosto. Mas então, como ser green belt?

apostila green belt FM2S

Como tornar-se Green Belt?

A minha jornada começou ao final do mestrado, quando fui conversar com um ex-professor que me indicou a carreira. Depois de conversarmos, ficou claro que eu gostava de problemas e desafios práticos, de análise, de Estatística, de estudar e de testar. E, na visão dele, essas eram os principais ingredientes para o prato chamado Seis Sigma. Depois, ele indicou-me outro ex-professor que era referência no assunto. Pronto. Começava aí uma história que dura até hoje, 8 anos depois.

Procurei o professor e manifestei o meu interesse. Ele, muito educado, convidou-me para acompanhar suas aulas sobre o tema, para que eu pudesse verificar se era realmente o que queria. Foram 8 meses de estudo para começar o entendimento sobre o tema. Depois de um ano, comecei a dar meus primeiros treinamentos.

Coitados dos alunos, pois era capaz de seguir bem o script, mas no caso de uma pergunta mais técnica e profunda, era obrigado a responder na próxima aula, após uma pesquisa. Sempre preferi falar que não sei a que chutar algo.

Passados os 12 meses, começamos a pegar os primeiros projetos. Conseguem adivinhar? Grandes empresas, bancos, indústrias? Não. O primeiro projeto remunerado que participei, recebia 150 reais por mês por empresa.

Eram, em sua maioria, pequenas empresas que estavam começando na metodologia e, minha função era ajuda-las a conseguir resultado. Nesse meio, apareceu até um salão de cabeleireiros. Foi o projeto mais inusitado que já participei.

O mercado se abriu após o Green Belt?

Aprendi muito com esse clientes. Ia às reuniões todo cheio de vontade, mostrando gráficos no Minitab, SAS e até Matlab para deixar claro as várias correlações descobertas por meio da Análise de Regressão. No começo da carreira Green Belt, isso era o que mais me chamava a atenção. Era bonito entender como o investimento em matéria prima de nosso cliente era correlacionado com a instabilidade econômica. Correlacionar variáveis era algo que sempre me fascinou.

Depois de 3 anos cuidando de pequenos projetos e estudando 4 horas por dia, cheguei ao meu primeiro grande projeto. Foi o primeiro em que alcançamos a cifra de 500 mil em 6 meses. Numa indústria de médio porte, tive a oportunidade de aplicar o Planejamento de Experimentos (DOE) e provocar o time à grandes mudanças. A equipe era muito boa e o final do ano, foi marcado pela sensação de que 3 anos e muito estudo depois, valeu a pena.

Mas ficou 3 anos sem ganhar nada? Não. Posso afirmar que consegui sobreviver bem durante esse período, mas sem exageros. Mas porque foquei no meu negócio, pois propostas de trabalho começaram a aparecer. Qual empresa não gostaria de contratar um profissional conduzisse sua gente a gerar resultados financeiros interessante? Qual empresa não ficaria contente de investir 6 mil reais por mês e conseguir, ao final de seis meses, um resultado de 500 mil reais?

Como o Green Belt transforma sua vida?

O que aprendi com um antigo chefe é que a melhor maneira de ser promovido, é eliminar sua função. E, um Green Belt é um profissional capacitado a eliminar desperdícios, por meio da análise de dados. Então, numa economia competitiva como a que nos encontramos, a capacidade do profissional Lean Seis Sigma é a chave para a virada de jogo de muitas empresas. Não estou fazendo apologia à algo que não acredito, pois em tudo que faço, utilizo alguma coisa que aprendi no Green Belt e no Black Belt para colocar obter uma pequena, mas decisiva vantagem.

Como ser Green Belt então? Comece respondendo: gosta de desafios? Gosta de estudar (horas de bunda na cadeira)? Gosta de aprender? De Estatística? De ler bastante? Então se inscreva no Green Belt porque terá uma carreira em que o trabalho será prazeroso por demais. É só alegria? Não. Haverá dias ruins como em qualquer coisa da vida, mas os pontos negativos serão por itens periféricos, não pela natureza do seu trabalho.

E, qual é o melhor jeito para aprender as habilidades do Green Belt? Para mim, sinceramente, é por meio do Green Belt EAD. Por que? Porque na primeira vez que fiz as 40 horas de aula durante uma semana completa, devo ter absorvido uns 10 a 15%. Ficar sentado, mesmo com exercícios e dinâmicas, durante 8 horas por dia ouvindo conteúdo novo, satura. Havia momentos em que minha concentração estava longe e lembrava-me dos tempos de colegial, em que mal sabia às vezes se estava na aula de geografia ou biologia. O aprendizado se dava na hora em que sentava na minha casa ou na empresa e ia me exercitar.

Como o blog do Green Belt começou?

Escrevi uns 200 textos para o blog, para ajudar a fixar o conteúdo. Pegava uma análise de economia feita por algum jornal e começava a analisar os dados de acordo com os fundamentos estatísticos. Não deve ser surpresa a quantidade de análises erradas feitas pelos jornais, que descobria desse modo. Era estimulante, porque ao fazê-las, mostrava-as ao meu orientador que ia mostrando os erros que cometia. E, para mostrar os erros, ele citava outros trabalhos e livros cujo problema tratado fora abordado do jeito correto. Quanto aprendizado. Aqueles 10 a 15%, começaram a virar 30, 40, 50...

Por isso, decidimos fazer um curso em que você aprenderá em pílulas. Cada dúvida, cada pergunta, cada ferramenta, terá uma aula para esclarecê-la. Eu não conseguia voltar no tempo e ir à minha aula de gráfico de controle e ver o gráfico “probability plot”, para testar a normalidade e depois, o “Box Cox” para transformar os dados. Não dava.

O máximo que conseguia, era acessar os livros e aprender como fizera na faculdade. Teoria, exemplos e exercícios. Porém, com as 170 aulas do Black Belt EAD, é possível acessar o conteúdo que precisa a hora que deseja. Nunca mais, ficará com dúvidas no Minitab ou no DMAIC com as aulas disponíveis.

Como ter disciplina no Green Belt?

Ah, poderá dizer: mas eu não sou disciplinado e gosto do networking da aula presencial. Tudo bem, é verdade. Networking sempre é bom, mas disciplina é um item indispensável para um Green Belt de sucesso. No começo da carreira, fiz várias lambanças pela maneira de “dar um jeitinho” e não ser disciplinado quanto a metodologia. Ia na onda do cliente e começava a acelerar as coisas e partir para um 5W2H antes de fazer os SIPOCs, Gráficos de Tendência, Árvore CTC, etc... Resultado: água! O projeto ia pelo ralo e o resultado, muitas vezes positivo, não era o melhor possível. Assim, futuro Green Belt e Black Belt: faça do EAD um exercício de disciplina.

Marque em sua agenda Google ou do Outlook o tempo em que você irá fazer o curso. Coloque também as horas de estudo. Depois, crie uma pasta e salve todos os arquivos da certificação. Nada de deixar espalhado na pasta “downloads” do seu computador. Depois, escreva no fórum suas dúvidas e acesse nosso site para ler o blog e nossa área de e-books. Com tudo isso, tornar-se-á um profissional destacado que quanto maior a crise, mais imprescindível será.

Por último, lembre-se do livro “Givers” em que o autor declara que no médio prazo, quem ajuda os outros alcança resultados melhores. A cultura do oportunismo e da malandragem, tão difundida no Brasil, não nos ajuda a agir como Givers, mas pare e pense, vale a pena. Antes de pedir algo a alguém, pense ou pergunte o que você poderia dar primeiro. Ajude mais e peça menos.

Qual é a raiz do sucesso de um Green Belt?

Ao invés de pedir ajuda no Linkedin, mostre seu trabalho e encaminhe-o a quem precisa. Faça mais coisas para o bem dos outros, dê recomendações, abra portas, enfim, ajude.  Quando começamos com os cursos gratuitos, nossos concorrentes deram risada e nos acusaram de bobos, mas não ligo a mínima. É importante dar nossa contribuição para fazer o mundo um lugar um pouquinho melhor e não disponibilizar tele-aulas que são apenas narração de PowerPoint.

Se for pedir uma oportunidade de emprego a alguém que você já ajudou, tenho certeza de que ele o ajudará com muito mais afinco. Não lhe verá como um oportunista que só pede quando está necessitado. Para finalizar, já que fui extenso demais nesse texto, boa sorte! A carreira Lean Seis Sigma é ótima e, se tiver o que falamos aqui, vai adorar. E entrando nela, conte comigo para te ajudar no que for possível. Grande abraço.

Virgilio

P.S.: o que achou do nosso Curso de Gestão de Processos?

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Virgilio Marques Dos Santos

Virgilio Marques Dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.