O que é um espaço da inovação, no Design Thinking?
Design Thinking

15 de julho de 2017

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

O que é um espaço da inovação, no Design Thinking?

O que é um espaço da inovação, no Design Thinking?


Vamos, em primeiro lugar, recapitular alguns trechos do post anterior, no qual falamos sobre como se dá o processo de design, no Design Thinking, para compreender a importância de um espaço da inovação.

Como dissemos nesta postagem, uma equipe só será eficaz na aplicação do Design Thinking se os espaços físico e psicológico da organização estimularem a criatividade e funcionarem em conjunto para definir a eficácia das pessoas dentro deles.

Os ambientes social e espacial devem permitir que as pessoas saibam que podem fazer experimentos, assumir riscos e explorar suas aptidões. Uma cultura que recompensa as pessoas pelo sucesso, mas lhes dá permissão para falhar, tende a remover sérios obstáculos à geração de novas ideias.


Assim, são três os espaços da inovação, no Design Thinking - espaços físicos e psicológicos proporcionados pela organização:




  1. Inspiração

  2. Idealização

  3. Implementação


O que é o espaço da inovação deve fornecer para a prática correta do Design Thinking?


É importante que o espaço forneça oportunidades para a prática colaborativa, mas aquela que intensifica os poderes criativos das pessoas – e não os enfraquece em nome da coletividade.


Esta prática deve sempre ser focada em um objetivo, mas precisa ser flexível e reativa a oportunidades inesperadas que surgem no dia-a-dia, e permitem que se obtenha mudanças inesperadas.


Além disso, a prática deve ser concentrada não apenas em otimizar os componentes sociais, técnicos e de negócios de um produto, mas também em atingir um equilíbrio harmonioso entre todas as necessidades e restrições existentes.


Para o design thinker, os comportamentos nunca são certos ou errados, mas são sempre significativos. O seu trabalho é, portanto, converter necessidade em demanda.


O desafio não é atender a necessidades expressas, criando, por exemplo, uma impressora mais rápida ou um teclado mais ergonômico, mas sim ajudar as pessoas a articular necessidades latentes que podem nem saber que têm. Ferramentas de pesquisa de mercado tradicionais podem ser úteis para indicar melhorias incrementais, mas não levam a ideias revolucionárias, capazes de quebrar paradigmas.


Para concretizar este desafio de converter necessidade em demanda, as pessoas precisam ter novas ideias. A geração de ideias se dá, geralmente, em três espaços da inovação psicológicos: os insights, a observação e a empatia.



O que é o espaço da inovação do insight?


Insight se refere à geração de ideias novas, sobre perceber coisas que não haviam ainda sido percebidas. É obter "uma luz", como a tradução do inglês já denuncia.


O ponto de partida, para ter insights é observar como as pessoas vivenciam o dia-a-dia, e suas experiências: como usam o transporte público para ir ao trabalho, como as enfermeiras precisam improvisar diante de uma emergência grave, etc.


O design thinker precisa entender que as pessoas raramente são capazes de dizer o que fazer, mas seus comportamentos fornecem valiosas dicas sobre suas necessidades não atendidas. Assim, percebemos que para operar no espaço do insight, muitas vezes é preciso trabalhar primeiramente no espaço da observação.



O que é o espaço da inovação da observação?


O design thinker precisa entender as pessoas, para poder traduzir suas necessidades em inovações, ou seja, novos produtos ou serviços, ou modificação ou melhoria dos já existentes para atender a necessidades ainda não atendidas. Para isso, como visto, eles precisam observar como as pessoas vivenciam suas situações cotidianas, que dão origem às necessidades.


Todo projeto envolve um intenso período de observação, incluindo observar aquilo que as pessoas fazem e dizem.


Assim, uma técnica útil quando se opera dentro do espaço da inovação da observação é buscar situações análogas à situação de estudo, o que pode fornecer insights importantes.


Comportamentos aparentemente inexplicáveis representam diferentes estratégias das pessoas para lidar com um mundo confuso, complexo e contraditório no qual as pessoas vivem. Por isso, o design thinker deve prestar atenção especial a estes comportamentos, pois eles é que revelam quais são, de fato, as necessidades não atendidas. Muitas vezes, necessidades não atendidas levam às improvisações, às famosas "gambiarras", o que, dentro de determinados contextos, como uma fábrica, pode representar um enorme risco à segurança de todos.


Um exemplo de busca de situações análogas é a observação de situações que envolvem alta velocidade e alta precisão, como um pit-stop de Fórmula 1, para a obtenção de ideias de como melhorar o atendimento em um pronto-socorro de hospital.


Como podemos já perceber, todos os espaços da inovação são bastante interdependentes, assim como as próprias equipes de Design Thinking, abordadas na postagem anterior. Na realidade, dentro da mente de um design thinker, muitas vezes sequer é feita distinção. Porém, como abordamos no curso de Gestão do Tempo, na aula sobre o método natural de pensamento, é extremamente útil compreender o modelo natural do pensamento, de modo a melhorar a estruturação das ideias e a geração delas.



O que é o espaço da inovação da empatia?


A empatia é o desenvolvimento de uma conexão com as pessoas observadas, em nível fundamental.

A missão do Design Thinking é traduzir observações em insights, e estes em produtos e serviços para melhorar a vida das pessoas. Portanto, ele precisa utilizar a empatia para fazer essa tradução.


Isto porque a empatia consiste na tentativa de ver o mundo através dos olhos dos outros, de compreender o mundo por meio das experiências alheias, e de sentir o mundo por suas emoções.


Vemos assim que o Design Thinking reflete os processos complexos de reflexão e aprendizado que os designers realizam, tomando decisões, e comumente trabalhando de forma colaborativa, em equipes. É um processo um pouco diferente - apesar de todas as semelhanças - do design de engenharia clássico, que consiste em um processo inteligente e sistemático no qual os designers geram, avaliam e especificam conceitos para dispositivos, sistemas ou processos, cujas formas ou funções atendem aos objetivos dos clientes ou às necessidades dos usuários, ao mesmo tempo que satisfazem a um conjunto específico de restrições. Note que o uso dos espaços da inovação do Design Thinking, em especial dos insights e da empatia, alia a criatividade e o componente humano às questões puramente técnicas clássicas.



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Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.