O que é o custo de estocagem?
O custo de estocagem é formado por todos os custos relacionados a manter bens armazenados em um determinado espaço físico, e é geralmente expresso como uma porcentagem do valor do inventário.
Ele inclui o custo de capital relacionado à manutenção do espaço físico e dos bens (por exemplo, a mão-de-obra envolvida no gerenciamento), o custo do armazém propriamente dito (capital fixo utilizado para comprar o espaço, aluguel pago, contas de água, luz, etc, impostos sobre o espaço físico), custo de depreciação dos bens que ficam armazenados, custo relacionado ao pagamento de apólices a seguradoras (comumente é feito seguro dos bens em estoque), custo relacionado ao fato de os materiais tornarem-se obsoletos (principalmente se você lida com eletrônicos ou produtos computacionais, em poucos meses uma versão superior pode surgir; se seu produto se tornar obsoleto, você terá de vendê-lo por um preço menor que o custo de aquisição ou fabricação) e o que comumente se denomina "shrinkage costs": são custos relacionados à diferença entre o registro de inventário e o inventário físico, causados, por exemplo, por erros na contagem ou no registro, ou resultados de roubos, quebra do material durante o período de transporte e estocagem (o que, na indústria alimentícia, pode ser tratado como o custo relacionado ao vencimento do prazo de validade ainda durante a estocagem, comum em supermercados).
O que é este custo de depreciação?
Constantemente a expressão custo de depreciação é ouvida nos noticiários ou lida em textos econômicos e gerenciais, sendo que muitas pessoas desconhecem o que isso realmente significa. É preciso, então, diferenciar a depreciação física da depreciação contábil.
A depreciação física está relacionada ao uso e ao desgaste dos materiais. Por exemplo, uma máquina utilizada com constância pode sofrer desgaste em suas soldas ou parafusos; um chuveiro vai danificando sua resistência elétrica ao longo da sua vida útil, até que ela precise ser trocada; uma geladeira, após vários anos sendo utilizada, desgasta seus mecanismos, e não funciona mais da mesma forma; um carro, à medida que os anos passam, sofre depreciação física, e precisará ir ao mecânico com maior frequência.
A depreciação contábil está relacionada aos impostos que devem ser pagos ao fisco. Suponha que você tenha pago 20 mil reais por uma máquina. Como ela sofre depreciação física, após alguns anos não valerá mais os mesmos 20 mil reais, e a Receita Federal permite que você declare um valor menor, ou seja, pague menos impostos. Assim, você pode depreciar seu bem de forma contábil, de modo a recuperar o investimento fixo empregado. Se o bem tiver sido utilizado com cuidado, ao longo do tempo e recebido a manutenção preventiva correta, ele poderá se manter perfeitamente operante, ou seja, se manter como um ativo, sem que você precise continuar a ser taxado pela posse dele - o que ressalta mais uma vez a importância da manutenção preventiva total, TPM, tema de nosso mais novo curso a ser lançado em breve.
O problema do estoque está relacionado à depreciação física propriamente dita, e ao risco do seu bem se tornar obsoleto enquanto permanece em estoque. Alguns setores da indústria, particularmente o de tecnologia, são bastante dinâmicos, com inovações surgindo em intervalos de poucos meses e sobrepujando os antigos produtos. Ou seja, um produto que permanece em estoque mesmo após o lançamento do seu sucessor terá de ser vendido por um preço muito abaixo do preço de aquisição.
Além disso, imagine por exemplo, um carro que permanece muito tempo parado em uma garagem. Seus vidros elétricos podem não funcionar adequadamente quando solicitados, o motor pode apresentar problemas por ter permanecido muito tempo sem atividade, e a atividade repentina poderá danificar mecanismos internos. Ou seja, permanecer em estoque deprecia o bem de consumo: quanto mais tempo o bem permanecer ali, menos ele valerá no mercado, o que implica redução de sua margem de lucro ou mesmo prejuízo por ter de vender a um preço menor do que o de aquisição. A diferença entre o valor que você lucraria com a venda e o valor realmente lucrado (que pode ser negativo, em caso de prejuízo) representa o seu custo de depreciação por produto.
Já o termo amortização pode ser usado com um sentido parecido com o de depreciação ou, caso comum, como a prática de pagamento gradual de um empréstimo em parcelas que incluem juros.
O que eu posso usar como indicador em um projeto de melhoria para redução do custo de estocagem?
Um bom indicador deve ser mensurável de forma metódica, ou seja, da forma mais homogênea possível, independente de quem esteja realizando a medição. Assim, deve-se evitar indicadores qualitativos, como escalas de gosto, escalas de satisfação, escalas de dor, que sejam subjetivos a quem o utiliza.
Um bom indicador, portanto, é o número médio de dias em inventário: o número médio de dias que os bens permanecem em estoque, e que corresponde ao intervalo de tempo entre o fim da produção ou aquisição, com deposição em estoque, e o transporte ao consumidor seguinte, que pode ser uma pessoa física, que realiza a compra pela internet, um outro processo da empresa, que necessita daqueles bens, um supermercado, onde mais uma vez o produto permanecerá em estocagem até ser adquirido pelo consumidor final, etc.
Uma boa prática é realizar benchmarks e encontrar quais são os tempos médios, no seu ramo de negócios, que o produto costuma permanecer em estoque. Se o seu produto está permanecendo em estoque por um tempo superior a este, você pode estar com problemas em seu processo de vendas ou está adquirindo mais matéria-prima do que o necessário. Se o seu produto permanece por tempo inferior, então você pode estar com problemas em atender a sua demanda.
Quaisquer destes casos podem ser abordados com a metodologia Kanban de dimensionamento de estoques. A FM2S possui uma planilha de gestão de estoques que automatiza o quadro kanban e te indica o quanto de produto você deve manter em estoque.
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A gestão de estoques é de suma importância para manter o dinamismo e competitividade de seu negócio, especialmente em tempos de crise econômica, que necessitam do uso mais racional possível dos recursos disponíveis.
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