Como se dá o processo de design, no Design Thinking?
Design Thinking

14 de julho de 2017

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Como se dá o processo de design, no Design Thinking?

Como se dá o processo de design, no Design Thinking?


O Processo de Design, na metodologia do Design Thinking, se dá em diversas etapas, como analisamos no post anterior, que fala sobre os estágios do Design Thinking e sobre a estrutura de pensamento do Design Thinker. Sendo assim, dedicaremos aqui algumas linhas para que você possa entender melhor a estruturação do processo!



Como é o estágio inicial do processo de Design Thinking?


O primeiro passo do Processo de Design consiste na identificação das restrições mais importantes e na definição de critérios para avaliação. Lembre-se: não existe Design Thinking sem restrições - um ponto importante da teoria da otimização que, caso seja do interesse dos leitores, poderemos dedicar um post inteiro mais à frente - e o melhor design é aquele que leva em conta estas restrições, para criar um produto que atenda às especificações do cliente.


É importante notar que as restrições não são criadas iguais, e um projeto pode ser desproporcionalmente orientado por tecnologia, por orçamento, ou por outros fatores. Por exemplo: um projeto pode ter restrições orçamentárias, causadas pela crise econômica atual, ou a empresa pode não dispor da melhor tecnologia do mercado - situação comum nos laboratórios das grandes universidades brasileiras, e que obriga nossos pesquisadores a utilizarem toda a sua criatividade, em um processo inconsciente de Design Thinking. Outro tipo de restrição seria um carro que deve ser projetado para ter um peso limite, de modo a poder atingir alta velocidade.


Além disso, vale destacar que a técnica do Design Thinking busca o foco nas necessidades humanas fundamentais.



Existem critérios para avaliar e priorizar as restrições, quando realizando o Processo de Design, no Design Thinking?


A metodologia do Design Thinking trabalha com 3 critérios para avaliar e priorizar restrições, que são a Praticabilidade, a Viabilidade e a Desejabilidade. O objetivo do Design Thinking não é solucionar as três restrições, mas sim colocar as restrições em equilíbrio:


Vamos, então, analisar o que é cada um destes critérios.



O que significa Praticabilidade, para o Design Thinking?


Praticabilidade é aquilo que é funcionalmente possível em um futuro próximo.

O que significa Viabilidade, para o Design Thinking?


Viabilidade é aquilo que provavelmente se tornará parte de um modelo de negócios.

O que significa Desejabilidade, para o Design Thinking?


Desejabilidade é aquilo que faz sentido para as pessoas.

Como deve ser o ambiente de trabalho, para que o processo de design do Design Thinking proceda da melhor forma possível?


O Design Thinking, por ser uma abordagem centrada no ser humano, deve ser realizado em um ambiente de trabalho plural. Sendo o indivíduo a menor minoria e individualidade possível, quanto maior o número de pessoas envolvidas em uma iniciativa de inovação, maior será a pluralidade de ideias e maior será a abrangência da visão. Assim, o Design Thinking precisa de equipes interdisciplinares, e não multidisciplinares, para ser feito da melhor forma possível.


Sendo conceitos parecidos e comumente confundidos, vamos dedicar algumas linhas para discutir as diferenças entre uma equipe multidisciplinar e uma equipe interdisciplinar.



O que é uma equipe multidisciplinar?


Uma equipe multidisciplinar é aquela formada por diversos elementos, sendo que cada um possui uma especialidade e atribuição bem definida.


Em uma equipe multidisciplinar, cada pessoa defende a própria especialidade técnica, e o projeto se transforma em uma prolongada negociação entre os membros da equipe, provavelmente resultando em concessões a contragosto.



O que é, por sua vez, uma equipe interdisciplinar, capaz de realizar o processo de design de forma eficiente?


Uma equipe interdisciplinar por sua vez, é aquela em que todos se sentem donos das ideias e assumem asResultado de imagem para ambiente de trabalho responsabilidades por elas. São formadas por profissionais com capacidade e, principalmente, disposição para trabalhar em várias disciplinas.


Ou seja, são equipes nas quais os profissionais, apesar de ter uma formação técnica básica, atuam de forma plural, sem um conjunto de competências e atribuições claramente definidos. São pessoas que podem, facilmente, transitar entre diversas áreas, e realizar as mais variadas funções, sem que isso os prejudique nem do ponto de vista profissional nem do ponto de vista profissional. Pelo contrário, é um profissional versátil, com possibilidade de exercer uma carreira bastante dinâmica.


Exemplos de profissionais interdisciplinares são os arquitetos que estudaram psicologia; artistas com MBA em gestão; fisioterapeutas com certificação Lean Seis Sigma, engenheiros com experiência em marketing (e claro, pessoas como você que sempre nos acompanha, profissionais com certificados FM2S!).


A metodologia do Design Thinking define, ainda, os chamados espaços da inovação.



O que são os espaços da inovação, para realizar o processo de design do Design Thinking?


Uma equipe só será eficaz na aplicação do Design Thinking se os espaços físico e psicológico da organização estimularem a criatividade e funcionarem em conjunto para definir a eficácia das pessoas dentro deles.


Os ambientes social e espacial devem permitir que as pessoas saibam que podem fazer experimentos, assumir riscos e explorar suas aptidões. Uma cultura que recompensa as pessoas pelo sucesso, mas lhes dá permissão para falhar, tende a remover sérios obstáculos à geração de novas ideias.


Assim, são três os espaços da inovação, no Design Thinking - espaços físicos e psicológicos proporcionados pela organização:




  1. InspiraçãoResultado de imagem para inspiration

  2. Idealização

  3. Implementação


Nas próximas postagens, nos aprofundaremos mais em cada um destes espaços, e no que eles representam em termos práticos para a organização. Reflita sobre o que foi lido, reveja as postagens anteriores e, caso deseje, baixe nossa apostila completa sobre o Design Thinking!


É importante que você tente, você mesmo, imaginar como pode aplicar estes conhecimentos agora mesmo. Tente, por exemplo, aplicar o Pensamento Divergente às suas ações cotidianas, em casa.


 
Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.