Qual a importância da teoria para o sucesso do negócio?
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18 de março de 2016

Última atualização: 25 de janeiro de 2023

Qual a importância da teoria para o sucesso do negócio?

O que é teoria?


Uma teoria científica é um tipo específico de teoria utilizada no método científico. O termo "teoria" pode significar algo diferente, dependendo de quem você pergunta.


"A maneira como os cientistas usam a palavra" teoria "é um pouco diferente do que é comumente usado no público leigo", disse Jaime Tanner. "A maioria das pessoas usa a palavra" teoria "para significar uma ideia ou intuição que alguém tem, mas na ciência a palavra" teoria "refere-se à maneira como interpretamos os fatos".


Toda teoria científica começa como hipótese. De acordo com o Merriam-Webster Dictionary, uma hipótese é uma ideia que ainda não foi comprovada. Se existirem provas suficientes para apoiar uma hipótese, ela se move para o próximo passo - conhecida como uma teoria - no método científico e torna-se aceita como uma explicação válida de um fenômeno.


Uma teoria científica é o quadro para observações e fatos. As teorias podem mudar, ou a forma como elas são interpretadas podem mudar, mas os fatos em si não mudam. Tanner compara teorias com uma cesta em que os cientistas mantêm fatos e observações que acham. A forma dessa cesta pode mudar à medida que os cientistas aprendem mais e incluem mais fatos. "Por exemplo, temos uma ampla evidência de características em populações cada vez mais comuns ao longo do tempo (evolução), então a evolução é um fato, mas as teorias gerais sobre a evolução, a forma como pensamos que todos os fatos se juntam podem mudar com novas observações da evolução".



Qual a definição de teoria?


A Universidade da Califórnia, Berkley, define uma teoria como:



"uma explicação detalhada e natural para uma ampla gama de fenômenos. As teorias são concisas, coerentes, sistemáticas, preditivas e amplamente aplicáveis, muitas vezes integrando e generalizando muitas hipóteses".

Qualquer teoria científica deve basear-se em um exame cuidadoso e racional dos fatos. Fatos e teorias são duas coisas diferentes. No método científico, há uma clara distinção entre fatos, que podem ser observados e/ou medidos, e teorias, que são explicações e interpretações dos fatos dos cientistas.


Uma parte importante da teoria científica inclui declarações que têm consequências observacionais. Uma boa teoria, como a teoria da gravidade de Newton, tem unidade, o que significa que consiste em um número limitado de estratégias de resolução de problemas que podem ser aplicadas a uma ampla gama de circunstâncias científicas. Outra característica de uma boa teoria é que ela se formou a partir de uma série de hipóteses que podem ser testadas de forma independente.



Como a teoria evolui?


Uma teoria científica não é o resultado final do método científico. As teorias podem ser comprovadas ou rejeitadas, assim como hipóteses. As teorias podem ser melhoradas ou modificadas à medida que mais informações são reunidas para que a precisão da previsão se torne maior ao longo do tempo.


As teorias são fundamentos para promover o conhecimento científico e para colocar as informações recolhidas para uso prático. Os cientistas usam teorias para desenvolver invenções ou encontrar uma cura para uma doença.


Alguns acreditam que as teorias se tornam leis, mas teorias e leis têm papéis distintos e distintos no método científico. Uma lei é uma descrição de um fenômeno observado que é válido sempre que é testado. Não explica por que algo é verdadeiro; Apenas afirma que é verdade. Uma teoria, por outro lado, explica as observações que são coletadas durante o processo científico. Assim, enquanto a lei e a teoria fazem parte do processo científico, são dois aspectos muito diferentes, de acordo com a National Science Teachers Association.



Como a teoria se conecta à nossa vida?



Teoria: num terreiro, numa cidadezinha no interior, vivia um galo que todos os dias, antes do nascer do sol, cantava. O galo cantava e poucos minutos depois, o sol nascia. Todo dia era assim, ele cantava e o sol nascia. Um belo dia, ao ser perguntado por seu filho sobre o motivo que o sol nascia, o galo pensou um pouco e formulou uma teoria, que explicava o fato. “Filho”, disse o galo, “o sol nasce porque eu canto”. O filho do galo, não ficou satisfeito com a resposta e propôs ao pai um teste.


O galo argumentou que o teste não era necessário, pois todos os dias era cantar e observar: nascia o sol. O filho, então, pediu ao pai que fizesse outro teste e observasse o que aconteceria caso não cantasse. O galo, reticente, aceitou o desafio decidindo que não cantaria no dia seguinte. Antes de raiar o dia, o galo não cantou e observou o que aconteceu. Para sua surpresa, o sol raiou da mesma maneira que fazia todas as manhãs em que ele havia cantado. O galo se reuniu com seu filho para estudar o resultado do teste e após fazê-lo, teve de descartar a sua teoria, que se mostrou falsa. O galo e seu filho decidiram então, estudar para propor outra teoria que explicasse o motivo pelo qual o sol nascia descartando de uma vez por todas a teoria “galocentrica” testada. A história contada foi inspirada no livro “A Nova Economia”, do Dr. Deming.



Como funciona a teoria nas empresas?


Em muitas empresas, observamos gestores com comportamento semelhante ao do galo, fazendo coisas há vários anos e não analisando se o motivo pelo qual fazem, é válido. Várias organizações não possuem um método estruturado de aprendizado, pautando-se pela tradicional tentativa e erro. Processos industriais são acertados sem nenhuma estrutura de teste, com os operadores e gerentes alterando vários parâmetros sem entender seu impacto no processo. As alterações continuam até que o processo se “acerte”.


O problema da tentativa e erro, é que ninguém sabe realmente o porquê o processo começou a funcionar, já que as alterações foram feitas sem uma teoria por trás. Pela nossa experiência, é muito importante que os colaboradores das empresas escrevam o que esperam antes de atuar no processo, deixando claro suas predições sobre as conseqüências de se alterar a velocidade de corte na potência de corte da máquina, por exemplo. É esta etapa que garante que a equipe irá aprender com os testes.



Teoria é importante para o sucesso?


O hábito de formular e testar teorias é uma das coisas que garante a inovação nas empresas. Este processo já é utilizado há séculos nas universidades como forma de se adquirir conhecimento, sendo chamado de método científico. Nas empresas, sua utilização é mais recente, sendo proposto de maneira estruturada, pela primeira vez por Shewart, em 1939. Tal método tinha como objetivo a inovação tecnológica no desenvolvimento de produtos e era composto por 4 fases: proposição de um novo produto, produção, inspeção do resultado e o reprojeto do produto. Com este poderoso método, aperfeiçoado por Deming e chamado de PDSA (Plan – Do – Study – Act), é possível estruturar a forma pela qual as empresas adquirem conhecimento.


Utilizando este método, é possível desafiar os velhos paradigmas, as velhas teorias que sobrevivem apenas por não serem testadas, como aconteciam no caso do galo e de sua teoria sobre o nascimento do sol.  Para permanecerem competitivas no ambiente de inovação contínua as empresas não podem mais deixarem de questionar os velhos dogmas, precisam aprender e testar novas teorias a cada dia seja novos negócios, novos produtos, novas maneiras de abordagem ou novos mercados, e para isto, são incríveis os resultados obtidos quando estas começam a utilizar o ciclo PDSA em seu cotidiano. Desta forma, nossos clientes desenvolveram teorias úteis sobre como cortar custos, como reduzir o ciclo de desenvolvimento de produtos, reduzir estoques, seqüenciar a produção, melhorar o atendimento ao cliente entre outras. Abordados no White BeltGreen Belt e Black Belt, além do Lean do PMP.

Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.