Aplicação das Ferramentas da Qualidade
Muitas pessoas ficam frustradas em não conseguir resolver os problemas das empresas. Boa parte desta frustração está em não conseguir realizar uma análise correta do problema. Uma das maneiras mais tradicionais que é usada para solucionar problemas em empresas é o clássico: “fazer o básico muito bem feito”. Um ótimo exemplo deste “básico” é com a aplicação das ferramentas da qualidade. Desta forma, trouxemos mais uma aplicação das ferramentas da qualidade em um caso real de estudo, a fim de tornar palpável a aplicação das metodologias que são objeto do nosso estudo.
Quais são os ganhos da aplicação das ferramentas da qualidade nas empresas?
A principal vantagem do uso destas ferramentas é a compreensão do processo como um todo, coletar e analisar dados e, a partir de então tomar decisões mais assertivas, criando bons planos de ação. Se a análise realizada é mal feita, tudo o que decorre dela (observação, coleta de dados, conclusões, tomadas de decisão) que tiramos a partir dali acaba sendo “em vão”, ou até mesmo pode trazer prejuízos para os steakholders. O importante é pensar em como podemos analisar processos/projetos a fim de realizar uma boa coleta de dados para estruturamos bem o processo de tomada de decisão. Fazendo isso muito bem feito, sem dúvidas teremos bons resultados. Sabemos que existem diversas ferramentas da qualidade para nos auxiliar na melhoria de processos, mas como saber qual a melhor ferramenta para determinada situação? Em princípio, temos 7 ferramentas básicas da qualidade e quando começamos a trabalhar com elas, a primeira coisa que devemos fazer é procurar estudá-las, enxergar na prática a sua aplicação em casos reais, medindo também a qualidade dos resultados obtidos. Vendo isso começamos a desenvolver nossa bagagem de qual o tipo de problema cada ferramenta resolve. Por exemplo, se de início precisarmos entender nosso processo, uma ideia seria mapeá-lo e fazer um fluxograma. O pensamento também pode ser diferente: como que o meu processo está variando? Um gráfico de controle seria uma boa aplicação para contemplar as variações de processos. Desta forma você vai acumulando bagagem e entendendo o “passo-a-passo” que cada uma das ferramentas exige. Isso nos ajuda a realizar a implementação correta destas ferramentas, conferindo qualidade aos resultados que estamos buscando.
“Temos que conhecer cada uma das ferramentas. Não dá para usar um serrote para pregar um prego.” Murilo F.M.S.
É possível integrar mais de uma ferramenta na solução de problemas?
Este seria o ideal. Numa ocasião em uma usina, diversas paradas não planejadas nos equipamentos estavam acontecendo. Para este caso, a primeira coisa que realizada foi traçar um objetivo, trazendo dados para deixar o problema mais concreto. Assim, a primeira ferramenta que se pensou em aplicar neste sentido, foi um gráfico de controle. Desta forma foi possível identificar se havia dias específicos que aconteciam muitas paradas por motivos aleatórios como num dia de chuva, por exemplo. A partir disso foi possível identificar que o processo estava “controlado” (dentro de seus limites), porém com uma variação muito alta. E daí partiu a decisão de estreitar a faixa de variação e reduzir as paradas de máquinas, pois acarretam grandes prejuízos para uma empresa. Em seguida foi levantado um gráfico de pareto, pois trata-se de uma ferramenta que focaliza os esforços de melhoria. Então foi possível identificar qual das causas iríamos atacar (no caso a causa principal). Mas para prepararmos um gráfico de Pareto é necessária uma coleta de dados. A empresa em questão já realizava coletas periódicas de dados, porém não estruturado de maneira adequada para construir o gráfico. Falando em ferramentas da qualidade, é importante ressaltar que não há uma ferramenta que seja aplicável em quaisquer casos trazendo soluções para caso estudado.
“Não existe ferramenta coringa.” Murilo F.M.S.
As ferramentas vão lhe ajudar até um “limite” e podem ser aplicadas continuamente. Este limite pode servir de alimentação para outro processo e é a partir daí que se inicia a integração entre as ferramentas da qualidade.
Em termos de controle e gestão de dados, é necessário um software específico ou o Excel é suficiente?
É possível fazer muita coisa no Excel. Existem ferramentas do Excel que são extremamente úteis e as desconhecemos, porém dependendo da aplicação, há softwares mais adequados para determinadas aplicações.
Como engajar as pessoas na utilização correta destas ferramentas?
Sabemos que ninguém faz qualidade sozinho. É necessário engajar outras pessoas e uma das formas de se fazer isso é iniciar essa aplicação com ferramentas mais básicas ou que já se tem uma maior familiaridade, como um diagrama de ishikawa por exemplo. Assim, é possível enxergar resultados de forma prática e a aplicação daquela ferramenta no dia-a-dia, engajando a equipe. A partir disso é possível demonstrar como as ferramentas conversam entre si, iniciando a integração das mesmas, dando corpo à aplicação de ferramentas mais complexas.
Conclusão
Desta forma, saber fazer “o básico bem feito”, aplicá-lo e gerar resultados de qualidade é um indicador de que se sabe trabalhar com o uso de ferramentas da qualidade. Isso colabora com o seu aprendizado e com a empresa, desenvolvendo uma carreira neste seguimento e ainda por cima, solucionando o problema em questão. Se você se interessou pelo nosso conteúdo e deseja adquirir proficiência na utilização das ferramentas da qualidade mais utilizadas no mercado, conheça a nossa certificação em ferramentas da qualidade. Recomendamos também que você acesse o nosso material de apoio. Lá você encontra diversas apostilas e ferramentas aplicadas em softwares, prontas para utilização. Também recomendamos a nossa certificação Lean Seis Sigma. Esta certificação consiste em uma vasta extensão da aplicação destas ferramentas aliadas à cultura de metodologias de excelência em operações e controle de qualidade. Não perca tempo e confira! Para você que não sabe por onde começar, recomendamos os cursos de introdução ao Lean e White Belt gratuitos.