Quando um projeto precisa de recursos, tempo e pessoas para sair do papel, a intuição não basta. Empresas exigem justificativas técnicas que demonstrem impacto, custo, risco e retorno. É aí que entra o business case, um documento estruturado que apresenta, de forma objetiva, por que determinada proposta deve ser aprovada.
Além de justificar a iniciativa, o business case também ajuda a definir prioridades, comparar alternativas e antecipar riscos. Seu uso é comum em áreas como gestão de projetos, Lean Six Sigma, planejamento estratégico e desenvolvimento de novos produtos. Na prática, funciona como um filtro: evita que propostas mal definidas avancem e dá respaldo para iniciativas com potencial de gerar valor.
Nos próximos tópicos, vamos mostrar como o documento é estruturado, em que situações ele deve ser aplicado, quais erros devem ser evitados e o que aumenta a chance de aprovação. Se você precisa construir um business case eficiente, ou revisar um que já existe, continue a leitura.
O que é um business case e por que ele é usado?
O business case é um documento técnico que justifica uma decisão de investimento. Ele apresenta uma análise estruturada que ajuda a responder se vale a pena seguir adiante com um projeto ou iniciativa. Sua função é oferecer elementos suficientes para que a liderança avalie custos, benefícios, riscos e alternativas possíveis antes de autorizar recursos.
Por que ele é usado?
Esse tipo de estudo é utilizado quando uma decisão depende de fatores financeiros, operacionais e estratégicos que precisam ser avaliados em conjunto. Em vez de partir apenas da intuição ou de expectativas, o business case contribui para que decisões complexas sejam tomadas com base em dados e cenários comparáveis.
A lógica por trás do business case se apoia na comparação entre fazer e não fazer. O documento não busca apenas aprovar uma ideia, mas demonstrar o impacto da proposta em relação ao contexto atual. Em geral, a análise inclui prazos, projeções de retorno, exigências de capital, possíveis obstáculos e critérios de sucesso.
Qual é o objetivo de elaborar um Business case?
Toda ideia ou projeto para saírem do papel precisam estar muito bem estruturados e pensados para evitar qualquer tipo de prejuízo à empresa em razão de um plano mal elaborado. Por conta do disposto acima, o objetivo principal de um Business case é preparar e abordar, da maneira mais específica e completa possível, todas as vertentes e possibilidades desse novo projeto, analisando:
- Viabilidade do plano de ideia
 - Investimento financeiro necessário;
 - Riscos do projeto;
 - Benefícios que ele trará;
 - Cronograma e outras informações.
 
O Business case é utilizado como material base para apresentação de um novo projeto para empresas, então seu objetivo é estar o mais completo possível para que ele possa usado como base na tomada de decisões.
Quando o business case deve ser elaborado
O business case deve ser elaborado no início de projetos que envolvam investimento, mudanças operacionais ou riscos relevantes. Sua função é orientar decisões com base em dados, alternativas e impactos mensuráveis.
Ele é exigido em metodologias como Lean Six Sigma, PMBOK e PRINCE2. No PRINCE2, por exemplo, o business case é atualizado ao longo do projeto e serve como referência contínua para validar se os objetivos ainda fazem sentido frente aos custos e benefícios.
Sem essa análise, é comum que decisões sigam desalinhadas ou sem critérios definidos. Por isso, o business case precisa ser produzido antes de qualquer execução e tratado como parte do planejamento estratégico.
Passo a passo para montar um business case eficiente
1. Apresente uma visão geral do projeto
Comece com um resumo que situe o leitor. É nesse trecho que se explica, de forma sucinta, qual é o projeto, qual problema ele pretende resolver ou qual oportunidade será aproveitada. Esse resumo deve contextualizar a proposta sem detalhar excessivamente.
2. Descreva o cenário atual
Detalhe a situação que levou à necessidade do projeto. Isso pode envolver dados operacionais, processos ineficientes, riscos regulatórios, mudanças no mercado ou pressões internas.
Essa análise ajuda a demonstrar que o projeto tem origem em um diagnóstico concreto. É nessa parte que se definem as premissas adotadas para o estudo e as restrições conhecidas, como orçamento máximo, prazos fixos ou limitações técnicas.
3. Apresente as alternativas viáveis (inclusive a de não agir)
Antes de propor uma solução, o business case deve mostrar quais caminhos foram considerados. Comparar alternativas, inclusive manter a situação atual, ajuda a fundamentar a escolha. Cada cenário deve ser descrito de forma direta, com foco nos impactos esperados, riscos associados e recursos necessários.
4. Elabore o plano de implementação
Aqui, o foco está em mostrar como a proposta será colocada em prática, caso aprovada. Inclua um cronograma resumido com fases, entregas e responsáveis. O orçamento estimado também deve estar presente, com detalhamento proporcional ao porte do projeto. A ideia é demonstrar que há estrutura para tirar o plano do papel, e que os impactos operacionais já foram considerados.
5. Defina os indicadores e os critérios de sucesso
Indicar como o projeto será avaliado ao longo da execução é essencial para que ele seja acompanhado e ajustado, se necessário. Isso inclui indicadores financeiros (como payback ou VPL), mas também métricas operacionais e de desempenho. Sem critérios definidos, não há como medir se a proposta cumpriu o que prometia.
6. Estabeleça a governança e os responsáveis
Finalize com a definição da estrutura de governança. Quem aprova, quem acompanha, quem executa e quem valida resultados. Projetos mal geridos costumam falhar mesmo com boa justificativa. Por isso, o business case precisa deixar claro como será o acompanhamento, quais fóruns estarão envolvidos e quais serão os pontos de controle durante a execução.
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Dicas para melhorar a aceitação do seu business case
Um business case bem estruturado pode não ser suficiente se falhar na forma como é apresentado. A decisão de aprovar ou não um projeto passa por critérios técnicos, mas também por percepção de risco, urgência e alinhamento com os objetivos da empresa. Por isso, além do conteúdo, a maneira como o documento é construído influencia diretamente sua aceitação. A seguir, estão pontos que ajudam a tornar a proposta mais aderente ao contexto de quem irá analisá-la.
Conheça bem quem vai tomar a decisão
Antes de redigir o documento, é importante entender o que a alta gestão valoriza no processo decisório. Alguns focam em retorno financeiro, outros priorizam ganho estratégico ou redução de riscos. Adequar o foco da argumentação ao perfil de quem avalia aumenta as chances de aceitação. Isso vale tanto para o conteúdo quanto para a forma de apresentação.
Use dados confiáveis e linguagem objetiva
O conteúdo do business case deve se apoiar em fontes verificáveis. Dados financeiros, operacionais ou de mercado precisam ter origem identificável. Além disso, a linguagem deve ser direta, sem termos genéricos ou explicações longas demais. Quanto mais fácil for compreender os impactos da proposta, mais rápido o documento será analisado.
Evite exageros e estimativas vagas
Apresentar projeções otimistas demais pode gerar desconfiança. Da mesma forma, estimativas genéricas sem base de cálculo reduzem a credibilidade do material. O ideal é trabalhar com faixas de valores, cenários conservadores e justificativas objetivas. A consistência dos números costuma pesar mais do que a promessa de retorno elevado.
Mostre o custo da inação
Projetos também concorrem com a decisão de não fazer nada. Incluir no business case o impacto de manter a situação atual ajuda a contextualizar a urgência da proposta. Essa comparação torna mais visível o que está em jogo, seja em perda de eficiência, risco de mercado ou aumento de custo no médio prazo.