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Controle de qualidade

11 de novembro de 2015

Última atualização: 20 de março de 2025

O que é Controle de Qualidade? Para que serve?

controle de qualidade é um conjunto de práticas que garantem que produtos e serviços atendam a padrões estabelecidos, reduzindo falhas e melhorando a eficiência dos processos. Inicialmente baseado apenas na inspeção final, ele evoluiu para um sistema integrado que previne problemas desde a produção.

Métodos como Ciclo PDCA, Diagrama de Pareto e Gráfico de Controle ajudam empresas a identificar e corrigir falhas, garantindo conformidade com normas e satisfação dos clientes. Setores como laboratórios e indústria de alimentos dependem de um controle rigoroso para assegurar segurança e qualidade.

Neste artigo, você verá os principais conceitos, ferramentas e aplicações do controle de qualidade nos negócios.

O que é controle de qualidade?

controle de qualidade é um conjunto de práticas, técnicas e processos aplicados para garantir que produtos e serviços atendam a padrões estabelecidos. Seu principal objetivo é assegurar a conformidade com requisitos técnicos, regulatórios e expectativas dos clientes. Empresas que implementam esse controle conseguem minimizar falhas, reduzir desperdícios e aumentar a eficiência operacional.

Essa abordagem é essencial em diversos setores, como indústria, comércio e serviços, pois impacta diretamente na satisfação do cliente e na credibilidade da marca. Sem um controle de qualidade eficaz, as organizações correm riscos como reclamações, devoluções e prejuízos financeiros, além de possíveis sanções por descumprimento de normas.

O processo de controle de qualidade pode ser aplicado de diferentes formas, incluindo:

  • Inspeção de produtos para detectar defeitos antes da entrega ao cliente.
  • Auditorias internas e externas para verificar o cumprimento de normas e padrões.
  • Testes laboratoriais e amostragens para garantir segurança e desempenho.
  • Monitoramento estatístico de processos para identificar desvios e oportunidades de melhoria.

Com um sistema bem estruturado, as empresas não apenas corrigem problemas, mas também promovem a melhoria contínua, otimizando seus processos e aumentando sua competitividade no mercado.

Como surgiu o controle da qualidade?

Historicamente, o controle da qualidade nas indústrias de manufatura e serviços era baseado na inspeção de produtos e processos. O foco era comparar o resultado final com as especificações definidas. Na indústria, essa função era desempenhada pelo Departamento de Controle da Qualidade, enquanto no setor de serviços, era realizada pela Auditoria

Na educação, testes assumem o papel das inspeções para avaliar o desempenho. 

Após a inspeção, os produtos eram classificados como aprovados ou reprovados. Aqueles fora das especificações eram descartados ou encaminhados para retrabalho. No setor de serviços, a correção de falhas incluía ações como revisão de impostos, ajustes em faturas e renegociação de prazos

Essa abordagem, porém, apresentava falhas: 

  • A qualidade só era verificada no final do processo, o que tornava a correção mais cara. 
  • A inspeção gerava alto custo e perda de produtividade. 
  • Criava uma cultura de “apagar incêndios”, focada em correções emergenciais e não melhorias duradouras. 

Para prevenir defeitos, o foco precisa ser nos processos que geram o produto ou serviço. A excelência operacional depende da qualidade integrada ao processos, reduzindo variações, retrabalho e desperdícios. 

Isso exige um comprometimento de toda a equipe, e não apenas de um setor específico. A melhoria contínua deve ser parte do trabalho de todos, garantindo um sistema mais eficiente e sustentável. 

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Objetivos do Controle de Qualidade

controle de qualidade é fundamental para garantir que os processos produtivos sejam eficientes e que os produtos ou serviços atendam aos padrões esperados. Entre seus principais objetivos estão:

1. Garantir a satisfação do cliente

A qualidade de um produto ou serviço impacta diretamente na experiência do consumidor. Um controle eficiente evita falhas, assegura que os itens entregues correspondam às expectativas e fortalece a fidelização dos clientes.

2. Reduzir desperdícios e otimizar processos

A identificação precoce de defeitos e ineficiências evita retrabalho, desperdício de matéria-prima e custos desnecessários. Isso melhora a produtividade e torna a operação mais sustentável e lucrativa.

3. Assegurar conformidade com Normas e regulamentos

Empresas precisam seguir normas de qualidade, como ISO 9001, além de requisitos específicos do setor. O controle de qualidade garante que os processos estejam alinhados com esses regulamentos, evitando multas e sanções.

4. Melhorar continuamente os processos

A implementação de ferramentas de qualidade, como PDCA, Seis SigmaLean Manufacturing, possibilita uma evolução constante dos processos, tornando a empresa mais competitiva e inovadora no mercado.

Ao adotar uma estratégia eficaz de controle de qualidade, as organizações garantem melhor desempenho, redução de riscos e maior competitividade no setor em que atuam.

Principais ferramentas de controle de qualidade

controle de qualidade conta com diversas ferramentas que ajudam a monitorar processos, identificar falhas e promover melhorias. A seguir listamos 5 ferramentas para otimização contínua.

1. Ciclo PDCA (Plan, Do, Check, Act)

Ciclo PDCA é uma metodologia de melhoria contínua usada para aprimorar processos e aumentar a eficiência operacional. Ele é composto por quatro etapas fundamentais:

  • Planejar (Plan): Identificação de problemas, análise das causas e definição de estratégias e metas para solucioná-los.
  • Executar (Do): Implementação das ações planejadas, envolvendo treinamento de equipes e aplicação das mudanças.
  • Checar (Check): Monitoramento dos resultados obtidos para verificar se os objetivos foram alcançados e se há desvios no processo.
  • Agir (Act): Ajuste das estratégias com base nos resultados analisados e padronização das boas práticas identificadas.

PDCA é amplamente utilizado em indústrias, serviços e gestão empresarial, pois promove um ciclo contínuo de aprendizado e aperfeiçoamento. Empresas que adotam essa ferramenta conseguem reduzir desperdícios, melhorar a produtividade e aumentar a satisfação dos clientes.

2. Diagrama de Pareto

Diagrama de Pareto é uma ferramenta visual utilizada para identificar e priorizar os principais problemas dentro de um processo. Ele se baseia no Princípio de Pareto, que afirma que 80% dos problemas são causados por apenas 20% das causas.

Essa ferramenta auxilia as empresas a focarem esforços onde há maior impacto, otimizando recursos e tempo. Seu uso é comum na gestão da qualidade, ajudando a determinar quais falhas, defeitos ou desperdícios devem ser tratados com prioridade.

Como funciona o Diagrama de Pareto?

  1. Coleta de dados: Registra-se a frequência ou impacto dos problemas.
  2. Classificação das causas: Os problemas são organizados do mais frequente para o menos frequente.
  3. Criação do gráfico: O diagrama apresenta barras ordenadas decrescentemente, onde o eixo Y esquerdo representa a frequência e o eixo Y direito exibe a porcentagem acumulada.
  4. Tomada de decisão: As ações devem ser direcionadas para os primeiros itens do gráfico, pois são os que geram maior impacto.

3. Diagrama de Ishikawa (Espinha de Peixe)

Diagrama de Ishikawa, também chamado de Diagrama de Causa e Efeito ou Espinha de Peixe, é uma ferramenta essencial para identificar as causas-raiz de um problema. Ele permite uma análise estruturada das possíveis origens de falhas, facilitando a busca por soluções eficazes.

Seu formato se assemelha a uma espinha de peixe, onde o problema central é representado na "cabeça" e as causas potenciais são organizadas em categorias ao longo das "espinhas". As principais categorias geralmente analisadas incluem método, máquina, material, mão de obra, meio ambiente e medição.

A aplicação desse diagrama é amplamente utilizada em indústrias e serviços, pois permite uma visão detalhada dos fatores que impactam a qualidade. Com essa análise, equipes conseguem atuar na eliminação das causas fundamentais dos problemas, evitando soluções paliativas que não resolvem a raiz da questão.

Ao utilizar o Diagrama de Ishikawa, as empresas fortalecem a tomada de decisões baseadas em dados, otimizam processos e aprimoram a qualidade dos produtos e serviços.

4. Histograma

Histograma é um gráfico que representa a distribuição de dados dentro de um processo, permitindo visualizar a frequência com que determinados valores aparecem. Ele auxilia na identificação de padrões, tendências e variações, ajudando a detectar problemas recorrentes na qualidade.

Essa ferramenta é amplamente utilizada para analisar desvios em processos produtivos, mostrando se os resultados seguem uma distribuição esperada ou se há oscilações que exigem ajustes. Com isso, a tomada de decisão se torna mais assertiva, permitindo intervenções direcionadas para a melhoria contínua.

5. Gráfico de Controle

Gráfico de Controle é uma técnica estatística usada para monitorar a estabilidade de processos ao longo do tempo. Ele identifica variações dentro de limites aceitáveis e alerta quando um desvio significativo ocorre, indicando a necessidade de correção antes que problemas maiores surjam.

Esse gráfico é essencial para manter padrões de qualidade, pois permite avaliar se as oscilações do processo são normais ou se há fatores externos interferindo no desempenho. Seu uso possibilita um controle mais eficiente, reduzindo desperdícios e garantindo a consistência na produção.

Exemplos de Controle de Qualidade em laboratórios e indústria de alimentos

controle de qualidade é essencial em setores que exigem altos padrões de segurança e precisão, como laboratóriosindústria de alimentos. Nesses segmentos, garantir que os produtos atendam a requisitos rigorosos evita riscos à saúde e assegura a conformidade com normas regulamentadoras.

Controle de qualidade em laboratórios

Em laboratórios, o controle de qualidade garante a confiabilidade dos resultados obtidos em análises clínicas, químicas e farmacêuticas. Para isso, são adotadas metodologias padronizadas, calibração de equipamentos e validação de procedimentos.

Um exemplo prático ocorre em exames laboratoriais. Para assegurar que os resultados sejam precisos, é realizada a calibração periódica dos equipamentos e a análise de amostras-controle. Além disso, seguem-se rigorosos protocolos de boas práticas para evitar contaminação e garantir que cada etapa do processo esteja dentro dos padrões exigidos por órgãos reguladores, como a Anvisa.

Outro caso é a produção de medicamentos. Antes de serem liberados para consumo, os lotes passam por testes que avaliam sua composição, eficácia e segurança. Qualquer variação nos ingredientes ativos pode comprometer a eficácia do produto, por isso os laboratórios mantêm um sistema rígido de monitoramento.

Controle de qualidade na indústria de alimentos

Na indústria alimentícia, o controle de qualidade visa garantir que os alimentos sejam seguros para consumo, tenham sabor padronizado e atendam a normas sanitárias. Esse processo envolve inspeções, testes microbiológicos e análise de composição nutricional.

Um exemplo comum é o controle de qualidade no processamento de laticínios. O leite pasteurizado, por exemplo, passa por testes para verificar presença de bactérias, nível de gordura e temperatura adequada no armazenamento. Caso algum parâmetro esteja fora do padrão, o lote é descartado ou reprocessado para evitar riscos à saúde pública.

Outro caso ocorre na fabricação de produtos industrializados, como biscoitos ou enlatados. As empresas realizam testes sensoriais e análises químicas para garantir que a textura, cor e sabor sejam sempre os mesmos. Além disso, são realizados controles para evitar a contaminação cruzada, garantindo a segurança alimentar e o cumprimento de legislações específicas, como as da Anvisa e do Ministério da Agricultura.

O controle de qualidade em laboratórios e alimentos não apenas assegura conformidade com regulamentações, mas também protege consumidores e fortalece a credibilidade das empresas no mercado.

 

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Virgilio F. M. dos Santos

Virgilio F. M. dos Santos

Sócio-fundador da FM2S, formado em Engenharia Mecânica pela Unicamp (2006), com mestrado e doutorado na Engenharia de Processos de Fabricação na FEM/UNICAMP (2007 a 2013) e Master Black Belt pela UNICAMP (2011). Foi professor dos cursos de Black Belt, Green Belt e especialização em Gestão e Estratégia de Empresas da UNICAMP, assim como de outras universidades e cursos de pós-graduação. Atuou como gerente de processos e melhoria em empresa de bebidas e foi um dos idealizadores do Desafio Unicamp de Inovação Tecnológica.

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