Melhoria de Processos

14/04/2015

Última atualização: 05/11/2024

Quer ser mais criativo? Pense dentro da caixa

Como ser criativo?

Criatividade: no post de hoje gostaria de falar um pouco sobre criatividade, mas acalmem-se, não vou pedir abraços em árvores ou coisas inusitadas. Vou comentar sobre um interessante livro que li durante o desenvolvimento do curso de criatividade. O livro é o famoso “Inside the box” de Drew Boyd e Jacob Goldenberg.

Para começar, o que nos chamou a atenção neste livro foi o título. A maioria dos que costumam falar sobre criatividade sempre usam o termo “outside the box”, ou fora da caixa, para se referir a pensamentos revolucionários e criativos. Estes autores, porém, falam justamente o contrário. Por que será?

Pensar fora da caixa é um mito completo. Baseia-se em pesquisas falhas da década de 1970. Pesquisas subsequentes mostram que simplesmente dizer às pessoas para pensar fora da caixa não melhora a sua produção criativa. Isso acaba enviando as pessoas em perseguições de ganso selvagem cognitivo. Uma completa loucura.

Pensar dentro da caixa restringe as opções do cérebro e regula como ele produz suas ideias. Ao restringir e canalizar nossos cérebros, nós o fazemos trabalhar para encontrar soluções criativas. Ao contrário do que a maioria das outras pessoas acreditam, as melhores ideias são geralmente as das proximidades. Pensar dentro da caixa ajuda a encontrar essas soluções inovadoras e surpreendentes.

O que é pensar dentro da caixa?

Então o que está na caixa? Muitos fatores vão para a composição da caixa - identidade da marca, valores da marca, história, cultura e a comunidade em que você joga. É tudo o que a sua marca é e representa, bem definida e compreendida pela sua equipe.

A compreensão é fundamental. Sua identidade de marca, de fato o conteúdo de sua caixa, precisa ser amplamente compreendida dentro de sua organização. Não é suficiente para os executivos e liderança sênior  saber o que faz a caixa. Cada funcionário em toda a sua organização deve ser educado sobre o que está na caixa.

Apenas uma vez que a caixa é definida e que o conhecimento é compartilhado em toda a sua organização, você poderá realmente começar a incentivar a importância da criatividade. Caso contrário, as novas ideias nascem da confusão e não serão ancoradas à sua marca. Sonhar ideias criativas é grande, mas se eles não estão enraizados em seus valores de marca, eles não servem a sua finalidade.

Como primeiro argumento, dizem que devemos ter ideias criativas para problemas que temos que resolver, ou seja, para desafios que estão dentro da nossa caixa (escritório, empresa, vida). Não adianta iniciarmos uma sessão de criatividade se ao final sairmos com várias ideias, mas sem aplicação à nossa necessidade e realidade. Desta forma, os autores transformam as técnicas de criatividade em ferramentas para resolução de problemas tornando-as mais formais.

Quais são as técnicas para pensar dentro da caixa?

A inovação geralmente resulta de um conjunto de cinco padrões simples:

Por milhares de anos, as pessoas incorporaram esses padrões em suas invenções, geralmente sem perceber. No método, Systematic Inventive Thinking (SIT), os padrões foram estruturados em técnicas que permitem a criatividade sob demanda. SIT leva um produto ou serviço e o parte em componentes. Em seguida, você usa uma ou mais das técnicas para manipular os componentes e gerar ideias novas para o mundo. Isso permite que você toque no mundo muito rico de dentro da caixa.

Psicólogos que estudam realizações prodigiosas, na ciência, música ou arte, falam sobre a regra de 10.000 horas, o que significa que, para fazer algo notável em algum campo, deve-se dedicar 10.000 horas a dominar a disciplina em questão. Prática, prática e prática e apreciar que muito desta prática precisa ser feito dentro da caixa.

Se você nunca se aventurar fora da caixa, você provavelmente não será criativo. Mas se você nunca entrar na caixa, você certamente será estúpido.

Como aplicar a técnica da subtração?

Como técnicas, os autores citam 5: subtração – unificação de tarefas – multiplicação – divisão – dependência de atributos. No livro, cada uma das técnicas é explicada por meio de um procedimento padrão de como aplica-las, exemplos e dicas para tornar a sessão mais organizada e produtiva. Eu, particularmente, gostei muito dos exemplos, pois estes mostraram o poder da ferramenta quando utilizada em projetos nas organizações.

Na subtração, por exemplo, os autores pedem que se escolha um produto ou serviço e se liste seus principais itens e características. Depois, é solicitado que um item tido como essencial seja retirado do produto e que se comece a imaginar quais seriam as vantagens do produto sem aquele item. Como exemplo, citam o grande Ipod Shuffle, que era o antigo Ipod sem a funcionalidade da escolha de músicas e o Iphone sem a capacidade de fazer ligações, que originou o Ipod Touch.

Depois que li sobre esta técnica, comecei a observar a quantidade de inovações que surgiram quando características essenciais foram retiradas. Uma vez, desenvolvemos um modelo de curso Green Belt sem a necessidade de o aluno ir até a sala de aula, mas mantendo o aprendizado convencional. Outra vez, subtraímos os exercícios e atividades do curso e formamos alunos por meio de um grande projeto, enfim, ao aprender a técnica foi possível entender como vários produtos ou serviços inovadores foram criados, além e claro de começarmos a aplicá-la para o desenvolvimento de novos produtos e serviços.

Como aplicar a técnica da unificação de tarefas?

A unificação de tarefas tem como objetivo incluir mais funções em um produto ou serviço, como os apps fazem nos smartphones. A multiplicação inova por meio da ligeira modificação em um item do produto e da multiplicação deste, como fez um famoso aparelho de barbear. A divisão é o contrário e como exemplo, pode-se citar a compra compartilhada de veículos, aviões e lanchas. Por último, na dependência de atributos, há a conexão de características, como a presença de resíduos em uma fralda de bebê e a quantidade de perfume que esta exala.

Por fim, recomendo aqui a todos uma boa leitura deste ótimo livro e após a leitura, liguem o radar para captar produtos cuja aplicação da técnica os explica. Depois de uns meses de consolidação das técnicas por meio da observação, é hora de chamar e equipe e começar aplica-la. Dica: comece pela subtração e se aparecer alguma dúvida, fale conosco.

Como ser criativo em 7 passos?

Para isto, vamos utilizar um roteiro de 7 passos proposto por Bob King em seu livro Criatividade: uma vantagem competitiva. Passo 1: selecionar o problema ou processo que será abordado primeiro (ou em seguida) e descrever a oportunidade de melhoria.  Para isto, há algumas novidades que devem ser desempenhadas pela equipe neste passo. São elas:

Algumas vezes, durante o processo de verificação dos dados e desenvolvimento de um enunciado de propósito de projeto, a equipe descobre uma solução óbvia e irresistível. Se isto ocorrer e a equipe tiver certeza de que a solução atende às necessidades do cliente, a equipe pode ir direto ao Passo 4, passando por cima dos dois próximos passos no processo de solução de problemas. Passo 2: descrever o processo atual que envolve a oportunidade de melhoria. Neste passo, desempenham-se as seguintes tarefas:

Passo 3: descrever todas as causas possíveis do problema e obter um acordo quanto à(s) causa(s)-raiz. Neste passo, os membros da equipe devem:

Passo 4: desenvolver uma solução e um plano de ação eficazes e praticáveis, incluindo alvos para melhorias. É nesse momento em que você usará as técnicas de criatividade aprendidas para gerar as soluções. Neste passo a equipe irá:

Passo 5: implantar a solução ou mudança de processo. Este passo inclui:

Passo 6: verificar e avaliar os resultados da mudança.

Passo 7: refletir e agir como o aprendido. É a hora de reservar um tempo para pensar e aprender com a experiência.

Agora é a hora de aplicar.

Como aplicar a criatividade para cozinhar?

Vamos ensinar a fazer cookies, mas de um jeito diferente. Para isto, aplicaremos a técnica da subtração, pois iremos retirar as instruções de preparo. E como dar uma receita sem as instruções de preparo. Aí está o “pulo do gato”.

Receita:

A receita fica deliciosa. Serão uns 16 cookies, saudáveis e saborosos, que você poderá comer no horário que bem desejar. É a receita ideal para matar sua fome durante o dia. E aí? Conseguiram entender?

Deu certo esta nova forma de ensinar a preparar cookies?

Para ficar mais legal a receita, você deve aplicar as cinco ferramentas de criatividade que ensinamos em nosso blog. Escolha um dos ingredientes, por exemplo, o açúcar mascavo e subtrai-o. Depois disto, veja como fazer o cookie sem ele. 

Já apliquei esta técnica e acabei criando um cookie sem açúcar, adoçado apenas com mel. Ficou bom demais também. É isto que falamos no Green Belt e no Black Belt.

Em outro dia, experimente a técnica de multiplicação. Escolha um ingrediente, como a cereja picada, e multiplique-o de diferentes formas:

Solte a criatividade e aproveite para testar novas combinações! E, se der errado, é só pedir uma pizza ou tentar de novo. Com a prática, você ficará craque na técnica e, em pouco tempo, estará pronto para aplicar essas ferramentas de criatividade no seu trabalho ou negócio.

E claro, depois que aplicar, escreva para gente. Conte-nos sobre sua experiência de aplicação da técnica. Fale-nos sobre os segredos culinários desenvolvidos. Quem sabe você não cria um novo negócio, de tão bom que será seu novo alimento? Food Truck Innovation.

Leia mais