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Gestão de Pessoas

20 de dezembro de 2021

Última atualização: 25 de novembro de 2025

Cultura organizacional: tipos, impacto e como aplicar

A cultura organizacional define como as pessoas se comportam dentro de uma empresa. Ela influencia decisões, relações e até os resultados do negócio. Mais do que valores no papel, a cultura está nas atitudes do dia a dia e molda o ambiente de trabalho.

Entender os tipos de cultura organizacional ajuda líderes e equipes a alinhar comportamentos com os objetivos da empresa. Neste conteúdo, você vai conhecer os principais modelos, como identificá-los e como aplicar esse conhecimento na gestão.

O que é cultura organizacional?

Cultura organizacional é o conjunto de valores, hábitos e formas de agir que guiam o comportamento das pessoas dentro de uma empresa. Ela define como os colaboradores se relacionam, tomam decisões e encaram o trabalho no dia a dia.

O professor Edgar Schein, autor de Organizational Culture and Leadership, compara a cultura de uma empresa ao caráter de uma pessoa. Isso porque ela influencia atitudes, dá direção às ações e ajuda a diferenciar a organização no mercado.

Para funcionar bem, a cultura precisa estar alinhada aos objetivos da empresa. Isso exige que os líderes conheçam seus elementos e saibam como fortalecê-los.

Com o tempo, essa cultura é moldada por experiências, decisões da liderança, políticas internas e práticas do cotidiano. Ter uma visão de futuro, missão bem definida e valores consistentes contribui para manter a empresa unida e preparada para crescer.

Qual a importância da cultura organizacional?

A cultura organizacional influencia como a empresa funciona no dia a dia e impacta diretamente seus resultados. Ela orienta decisões, comportamentos e a forma como as pessoas trabalham juntas. Veja como isso se aplica na prática:

1. Direção e união da equipe
Uma cultura bem estabelecida ajuda todos a caminharem na mesma direção. Os colaboradores entendem o propósito da empresa e compartilham objetivos. Isso facilita a cooperação entre áreas e fortalece o senso de pertencimento.

2. Atração e permanência de talentos
Profissionais procuram ambientes compatíveis com seus valores e onde possam crescer. Empresas com boas práticas culturais tendem a reter mais pessoas, reduzindo rotatividade e mantendo equipes mais engajadas.

3. Adaptação em momentos de mudança
Organizações com uma cultura que estimula aprendizado e inovação têm mais facilidade para lidar com desafios. Elas se ajustam com agilidade, incentivam novas ideias e mantêm o foco em soluções.

4. Imagem da empresa no mercado
O comportamento interno reflete na forma como a empresa é vista por clientes, parceiros e sociedade. Uma cultura coerente fortalece a reputação e contribui para construir uma marca mais confiável.

5. Engajamento e motivação dos funcionários
Ambientes que valorizam as pessoas e reconhecem seu trabalho aumentam a satisfação e o comprometimento. Isso melhora o desempenho individual e coletivo.

6. Tomada de decisão e comunicação
Quando todos conhecem os valores da empresa, as decisões se tornam mais alinhadas e a comunicação flui com mais facilidade. Isso reduz ruídos e melhora a execução das atividades.

Como estabelecer a cultura organizacional na empresa

Construir uma cultura organizacional exige consistência, liderança ativa e práticas bem definidas. Não se trata apenas de comunicar valores, mas de fazer com que eles orientem decisões e comportamentos em todos os níveis da empresa.

A seguir, veja os principais passos para formar uma cultura sólida e alinhada com os objetivos estratégicos.

1. Defina valores, missão e visão de forma objetiva

Estabelecer a cultura começa com a definição do que a empresa valoriza, para onde quer ir e por que existe. Os valores orientam o comportamento esperado. A missão mostra o propósito do negócio. E a visão aponta a direção desejada para o futuro.

Esses três elementos ajudam a formar a base da cultura. Eles precisam ser discutidos e registrados de forma simples e compreensível. Mais do que palavras em um quadro, devem guiar decisões e atitudes no dia a dia.

Evite declarações genéricas que poderiam servir para qualquer empresa. Escolha valores que façam sentido para o contexto da organização e que possam ser praticados em situações reais. Isso dá consistência ao discurso e permite que a cultura se fortaleça com o tempo.

2. Garanta o alinhamento da liderança

A cultura organizacional se sustenta pelas ações das lideranças. São elas que transformam valores em práticas e influenciam o comportamento das equipes. Quando líderes atuam de forma alinhada com os princípios da empresa, reforçam o que é esperado no ambiente de trabalho.

Esse alinhamento exige consistência. Quando o discurso vai em uma direção e a prática em outra, a cultura perde força. A equipe percebe essas contradições e tende a adotar comportamentos desalinhados.

Por isso, liderar pelo exemplo não é opcional. É o ponto de partida para manter a cultura viva e presente nas decisões do dia a dia.

3. Integre a cultura aos processos de pessoas

Para que a cultura seja percebida no dia a dia, ela precisa estar presente em todos os processos relacionados às pessoas. Isso começa no recrutamento, ao selecionar profissionais que compartilhem valores compatíveis com os da empresa.

A cultura também deve orientar treinamentos, avaliações de desempenho, critérios de promoção e decisões de liderança. Quando esses processos reforçam os mesmos princípios, o comportamento das equipes tende a seguir o mesmo padrão.

Esse alinhamento ajuda a manter a empresa mais estável, reduz conflitos de valor e fortalece o ambiente de trabalho ao longo do tempo.

4. Comunique a cultura no dia a dia

A cultura organizacional precisa ser comunicada de forma constante para se manter viva no cotidiano da empresa. Divulgar os valores apenas em documentos institucionais não é suficiente. Eles devem aparecer nas interações diárias e nos rituais da organização.

Reuniões de equipe, treinamentos, canais internos e até pequenos gestos da liderança são oportunidades para reforçar comportamentos esperados. Quando as mensagens são consistentes, a cultura se torna mais visível e ganha força com o tempo.

Essa repetição não significa rigidez, mas sim compromisso com a identidade da empresa.

5. Avalie e ajuste sempre que necessário

A cultura organizacional não é estática. À medida que a empresa cresce, mudanças internas e externas podem exigir adaptações. Por isso, é importante acompanhar se os comportamentos e decisões continuam alinhados aos valores definidos.

Avaliações frequentes ajudam a identificar incoerências e pontos de atenção. Pesquisas de clima, conversas com lideranças, entrevistas de desligamento e análises de feedbacks são fontes úteis para esse monitoramento.

Com base nesses dados, ajustes podem ser feitos de forma gradual, sem perder a identidade da empresa.

Elementos que formam a cultura organizacional

As características da cultura organizacional podem variar de acordo com a organização, as principais são:

  • Valores Fundamentais: representam as convicções profundas que orientam as decisões e ações dentro de uma empresa. Moldam a estratégia de negócios, e como os funcionários interagem uns com os outros e com os clientes. Refletem o que a empresa verdadeiramente valoriza, seja a inovação, a sustentabilidade, a integridade ou o compromisso com a excelência.
  • Normas e Regras: incluem diretrizes que orientam o comportamento no trabalho, como código de vestimenta e políticas de conduta, além de expectativas sobre pontualidade e comunicação. Elas mantêm a ordem e alinham os funcionários aos valores e metas da empresa.
  • Símbolos: os símbolos são elementos tangíveis ou visuais que representam a cultura da empresa. Eles podem ser tão diversos quanto o design do escritório, a logo da empresa, ou mesmo o uniforme dos funcionários. Esses símbolos servem como lembretes constantes dos valores da empresa e ajudam a criar um senso de identidade e pertencimento entre os funcionários.
  • Rituais e Cerimônias: desde reuniões diárias a celebrações anuais, fortalecem a cultura organizacional e a união da equipe, reforçando valores empresariais e estreitando laços entre funcionários.
  • Histórias e Mitos: são as histórias e exemplos que ilustram e transmitem os valores e crenças da organização. São histórias que inspiram os funcionários, ensinam lições valiosas e ajudam a manter viva a essência da cultura organizacional.
  • Linguagem: a linguagem específica pode incluir jargões, slogans ou mesmo o modo como a comunicação é estruturada. A linguagem cria uma sensação de comunidade e pode facilitar a comunicação eficaz dentro da empresa.
  • Liderança: é crucial na formação da cultura organizacional, servindo como exemplo para os funcionários. Através de suas decisões e comportamentos, líderes influentes inspiram, motivam e promovem um ambiente alinhado aos valores e metas da empresa, além de serem fundamentais na comunicação e alinhamento da visão organizacional.
  • Crenças: refletem a percepção dos funcionários sobre práticas empresariais e seus motivos. Crenças positivas elevam a moral e a eficiência, enquanto as negativas prejudicam o ambiente e o progresso.

Tipos de cultura organizacional

Os tipos de cultura organizacional ajudam a entender como uma empresa funciona internamente e como as pessoas se comportam dentro dela. Cada modelo valoriza aspectos diferentes, como controle, inovação, colaboração ou resultado.

Reconhecer o tipo de cultura predominante permite que líderes tomem decisões mais alinhadas com o perfil da organização e ajustem o ambiente de trabalho de forma mais estratégica.

A seguir, veja os principais tipos de cultura organizacional e suas características.

Cultura do Poder

A cultura do poder é marcada pela centralização de decisões em uma ou poucas pessoas da liderança. Esse modelo prioriza o controle direto e funciona com estruturas hierárquicas enxutas, nas quais a autoridade está concentrada no topo.

Características dessa cultura

As decisões são tomadas de forma rápida, o que pode ser útil em contextos que exigem agilidade. Porém, a baixa participação de outras áreas no processo decisório pode reduzir a diversidade de ideias e aumentar a dependência de um único ponto de comando. Isso eleva o risco de decisões pouco equilibradas ou desconectadas do dia a dia da operação.

É comum que essa cultura apareça em organizações menores ou em fases de estruturação, quando ainda há pouco espaço para descentralização e autonomia nas equipes.

Exemplo: startups lideradas por seus fundadores costumam operar nesse modelo nos primeiros anos. Todas as decisões passam por uma única pessoa, o que acelera o ritmo, mas pode dificultar a delegação à medida que a empresa cresce.

Cultura de Papéis

Na cultura de papéis, a estrutura da organização é baseada em funções bem definidas, com responsabilidades distribuídas de forma rígida. O foco está em seguir regras, procedimentos e fluxos formais.

Características dessa cultura

Esse modelo valoriza a estabilidade e a previsibilidade. A eficiência vem do cumprimento dos papéis estabelecidos, e as decisões seguem caminhos formais, passando por níveis hierárquicos.

A cultura de papéis é comum em grandes empresas, com operações complexas, onde a padronização é essencial para manter o controle e a consistência entre áreas.

Por outro lado, o excesso de burocracia pode dificultar mudanças rápidas e limitar a flexibilidade da equipe diante de situações novas.

Exemplo:  Órgãos públicos, bancos e grandes indústrias costumam adotar esse modelo. Nessas organizações, cargos e funções são bem documentados, e cada colaborador atua dentro dos limites do seu papel, com pouca margem para decisões fora do previsto.

Cultura de Tarefas

Na cultura de tarefas, o foco principal está na entrega de projetos e na solução de problemas. O trabalho é organizado em torno de metas específicas, e as equipes são formadas conforme a necessidade de cada desafio.

Características dessa cultura

A estrutura é mais flexível, o conhecimento técnico e a competência têm mais peso do que a posição hierárquica. Isso permite formar grupos temporários com profissionais de diferentes áreas, conforme o perfil do projeto.

Esse modelo estimula a inovação, a autonomia e a colaboração entre equipes. Por outro lado, pode gerar conflitos se não houver uma coordenação clara, já que os papéis mudam com frequência.

É mais comum em ambientes que exigem adaptação constante e resposta rápida a mudanças. 

Exemplo: Startups e empresas de tecnologia costumam adotar esse tipo de cultura. Nessas organizações, é comum que um profissional atue em diferentes projetos ao longo do tempo, de acordo com suas habilidades, independentemente do cargo formal que ocupa.

Cultura de Pessoas

A cultura de pessoas coloca o indivíduo no centro das decisões e práticas da organização. O foco está no desenvolvimento pessoal, na autonomia e no bem-estar de quem faz parte da empresa.

Características dessa cultura

Nesse modelo, a organização atua como um meio para que os profissionais alcancem seus próprios objetivos. As decisões são guiadas por relações de confiança, respeito e propósito compartilhado.

O ambiente tende a ser mais colaborativo, com abertura para escuta e participação ativa. Por outro lado, pode haver dificuldade em manter foco estratégico se não houver equilíbrio entre as necessidades individuais e os objetivos coletivos.

Esse tipo de cultura valoriza o trabalho com significado e a construção de vínculos humanos no ambiente profissional.

Exemplo: Organizações não governamentais, instituições educacionais e empresas com foco forte em responsabilidade social costumam adotar essa abordagem. Nesses contextos, a prioridade está em criar um ambiente onde as pessoas se sintam ouvidas, respeitadas e motivadas a contribuir de forma autêntica.

Empresas reconhecidas por sua cultura organizacional

Para ilustrar a prática de cultura organizacional demonstraremos algumas empresas que exemplificam bem que diferentes abordagens podem moldar a maneira como operam internamente, influenciam sua imagem no mercado e também sua interação com a comunidade em geral.

Natura

A Natura é um dos maiores exemplos de empresa brasileira com cultura organizacional alinhada a propósito e sustentabilidade. A cultura da empresa valoriza o impacto social e ambiental positivo, promovendo práticas como diversidade, inclusão e inovação colaborativa. A relação com os colaboradores é baseada em confiança e autonomia, refletindo uma gestão mais humanizada.

Netflix

A Netflix construiu uma cultura organizacional baseada em liberdade com responsabilidade. A empresa valoriza a autonomia, a inovação e a alta performance, ao mesmo tempo que oferece um ambiente onde o feedback é direto e constante. Seus princípios culturais enfatizam a importância de pessoas altamente eficazes, adaptabilidade e transparência. O famoso “Culture Deck” da empresa é estudado globalmente como exemplo de gestão moderna.

Toyota

A Toyota é conhecida mundialmente por sua cultura organizacional centrada na melhoria contínua (Kaizen) e respeito pelas pessoas. A empresa valoriza o aprendizado coletivo, a resolução de problemas na origem e a colaboração entre áreas. Essa cultura sustenta o sucesso do seu sistema de produção enxuta, sendo um modelo seguido por empresas de diferentes setores no mundo todo.

Cultura forte não acontece por acaso 

Se você sente que o clima da sua equipe influencia mais do que os processos você está certo. Mas entender como isso acontece e o que fazer a respeito é o que separa líderes reativos de gestores preparados.

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Qual a diferença entre cultura organizacional e clima organizacional?

Cultura organizacional e clima organizacional são conceitos relacionados, mas distintos, que juntos influenciam significativamente o ambiente de trabalho e o desempenho de uma organização. Enquanto a palavra cultura remete aos valores e crenças, o clima diz respeito às percepções e reações imediatas. 

Podemos dizer que enquanto a cultura organizacional é o DNA de uma empresa, moldando suas crenças e comportamentos fundamentais, o clima organizacional é o estado emocional e perceptivo atual da organização, refletindo a experiência diária dos seus membros. 

O clima impacta de maneira direta e indireta na produtividade, motivação e comportamento dos funcionários, sendo a expressão das percepções das pessoas do que acontece no seu entorno baseado em sua própria vivência, com base em aspectos positivos e negativos.

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Equipe FM2S

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