Alguns termos como OKR, KPI, Scrum, PDCA, Análise SWOT podem assustar. Quando você lê, você sabe que não sabe do que elas se tratam. O problema é que com Gestão Estratégica, duas palavras comuns, a gente acha que sabe do que estão falando. Vem descobrir como a Gestão Estratégica é mais complexo do que o nome sugere.
O que é Gestão Estratégica?
Duas palavras relativamente comuns: a primeira, gestão, substantivo feminino, ação de gerir, administrar ou governar; a segunda, estratégia, lembra a cena de Tropa de Elite com suas várias definições. Separadas a gente acredita que sabe do que se tratam. Juntas, falam de outra realidade. A Gestão Estratégica é a administração baseada em dados e pautada por objetivos, sendo aplicável a um time, organização ou empreendimento. Ela parte de um ponto, entende o que aconteceu antes e traça uma rota para o futuro. Numa viagem, se usa o Google Mapas ou Waze. Na Gestão Estratégica, se usam outras peças.
Por que é importante para empresas?
Se você precisa de uma rota para não se perder quando viaja, a sua empresa também precisa de um plano de ação para saber aonde ir. É uma máxima do mercado: o destino de toda empresa é crescer, ser vendida, ou falir. O primeiro e o segundo são exemplos de quem sabia para onde ir: a última, de quem estava perdido. A Gestão Estratégica norteia as ações da empresa, mantendo a coesão de sua equipe e estabelecendo metas e objetivos para chegar aonde se quer. Por meio dela é possível ter um foco e pensar em como fazer para chegar lá. É como subir um muro de escalada, em que pensamos os principais apoios para cada etapa da subida. Sem um plano, a empresa cai. Falamos de objetivos e metas, e uma empresa que sabe que quer chegar ao topo – ser a maior de seu setor – traça objetivos para isso: primeiro, aumentar seus consumidores, depois, consolidar uma imagem, por fim, ditar o ritmo do seu setor. Cada objetivo terá sua estratégia para ser alcançado, e é isso que um gestor estratégico faz: traça planos que facilitam a escalada.
Ferramentas para uma carreira em Gestão Estratégica
Para uma boa gestão estratégica, existem hard skills (técnicas e instrumentos) e soft skills (habilidades sociais e pessoais). São como o mapa e o Waze da viagem, ou a corda e as luvas para a escalada. Para quem quer desenvolver sua carreira em Gestão Estratégica, vale a pena conferir algumas delas.
Análise SWOT
A Análise SWOT é um exemplo de por onde começar com a gestão estratégica. É desenhar o mapa que você vai percorrer. A sigla é para as palavras Strength (Forças), Weakness (Fraquezas), Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). Também pegou o apelido de FOFA em português. Com a matriz e análise SWOT você consegue observar a sua retaguarda, identificando suas fraquezas e as ameaças. Se a estrada é de terra, isso é uma ameaça, e se você não tem pneus sobressalentes, isso é uma fraqueza. Duas coisas para providenciar antes da viagem.
OKR – Objetivos e Resultados-Chave
Mapa pronto, vamos marcar o X de onde queremos chegar: esse é o perfeito exemplo de aplicação de um OKR. Essa metodologia consiste em definir um objetivo e identificar quais resultados vão te dizer se você chegou lá. Vamos fazer outro paralelo com a nossa viagem ou escalada. Na viagem, você quer ir de Brasília ao Rio de Janeiro. Nem o seu carro faz tudo isso com um tanque nem você aguenta o pé na estrada. Você pega o mapa e começa a assinalar os postos de gasolina no caminho com um X. Marca com um círculo os bons restaurantes e com um triângulo as paisagens que você gostaria de ver. Onde os três se encontram, você decide parar. Se você quiser subir o Everest, vai precisar fazer pausas no meio. Montar acampamento, deixar o corpo se aclimatar as novas altitudes. Cada pausa dessas será um Resultado-Chave (Key Result) para o seu Objetivo (Objective). Está traçado seu OKR.
PDCA – Plan, Do, Check, Act
Gestão Estratégica não está só em ter um mapa, mas em botar o pé na estrada. Para isso a metodologia PDCA é imprescindível, uma vez que ela se baseia na ação. O lema aqui é: planejamento suficiente para começar, flexibilidade suficiente para continuar. Na metodologia PDCA você vai seguir essa estrutura como um ciclo: primeiro, o plano (Plan) vai guiar suas ações (Do). Mas, para ter certeza, você checa (Check) constantemente o resultado. Viu algo errado? Aja (Act). E nesse agir a roda gira de novo, e você traça um novo plano.
Gestão Estratégica baseada em dados: futuro da gestão
Por um bom tempo gestão esteve baseada nos instintos do gestor. “Tem tino pros negócios” é outra expressão popular. Ou você nascia para isso e sabia tomar as decisões certas, ou você ia virar estatística – normalmente sinônimo de quebrar. Mas a verdade é que a gestão estratégica sempre foi, em uma medida ou outra, baseada em dados. Hoje os dados se multiplicam e estão ao alcance de quem saiba usá-los. Com dados você fundamenta melhor as análises do passado e consegue mapear com mais precisão para onde vai. Por isso não basta só saber onde estão, é preciso ter a competência crítica de analisá-los. É aqui que duas competências diferentes vão dar origem a novas carreiras: a extração e engenharia de dados, de um lado, e a visualização e administração dos dados, de outro. Para esse último nunca foi tão importante dominar as ferramentas de visualização e ser capaz de contar histórias com dados – a habilidade que se chama de Data Storytelling. É nessa especialização que você inspira a tomada de decisão baseada em dados. Hoje os principais programas para esse tipo de gestão são o Google Data Studio e o Power BI.
Alguns livros para a gestão
Para quem está iniciando os estudos em gestão estratégica indicamos os livros Cirque Du Soleil e O segredo de Luísa. Ambos os livros são referência em cursos de MBA mostrando que nem tudo são flores no mundo dos negócios. Cirque Du Soleil, conta a história e as estratégias que fizeram o circo, de sem graça e repetitivo a maior espetáculo da terra. Pelos bastidores tem ainda entrevistas com Guy Laliberté, criador das apresentações, e explica como trabalhar questões de gestão estratégica, recursos humanos, cultura organizacional, fomento à criatividade e gestão de equipes, nas quais a diversidade e a inovação é uma constante. O segredo de Luísa é uma obra mais técnica: a história de uma jovem mineira que comercializa a goiabada da tia. Mais do que um manual, o livro também aborda as dúvidas de novos empreendedores. Nessa jornada, o livro apresenta conceitos de marketing, finanças, logística e organização empresarial e ainda inclui testes para o leitor ir conhecendo o seu perfil e descobrir o potencial de seu futuro negócio.