Globalização é um processo econômico, político e social que se intensificou nas últimas décadas e que tem como característica principal a integração crescente entre os países e as pessoas em todo o mundo. Este fenômeno começa a acontecer muito antes, entre o século XV e o início do século XVII nas Grandes Navegações, mas não era estudado a fundo até a década de 1980.
A história da globalização e os seus exemplos
Por conta da Terceira Revolução Industrial, o processo de globalização teve avanços consideráveis no último século dentre as áreas de tecnologia de transporte e comunicação, diminuindo as fronteiras entre os países.
Mas, o primeiro passo da globalização ocorreu nos séculos XV e XVI com as Grandes Navegações. A Europa, através do comércio e exploração de territórios, iniciou uma conexão com as Américas e a África.
Um exemplo dessa conectividade foi entre a Itália, que tinha o monopólio da rota pelo Mar Mediterrâneo, e a Índia. Os italianos, aproveitando que os indianos eram grandes fornecedores de especiarias utilizadas para diversos meios, como terapêutico, de medicamentos e temperos de alimentos, vendiam tais produtos ao seu preço para outras nações.
Países como Espanha e Portugal, insatisfeitos com o monopólio italiano, buscaram outros caminhos para a Índia, a fim de também encontrar outros tipos de produtos, como metais preciosos e produtos agrícolas. Esse período denominou-se a “Era dos Descobrimentos”.
Tais movimentações davam a largada para uma mudança do comércio mundial. A globalização torna-se mais favorável através de contextos culturais, tecnológicos e político-econômicos a partir do século XX.
A globalização trouxe vários processos novos para que as empresas prestassem atenção e se adaptassem, com o curso de Black Belt, você irá aprender várias ferramentas para melhorar e otimizar esses processos diversos.
As quatro fases da globalização
Como mencionado, a primeira fase da globalização se deu com as Grandes Navegações. Outro acontecimento histórico que possibilitou a globalização, foi a Primeira Revolução Industrial esteve presente nesse primeiro período – firmamento do capitalismo.
Na metade do século XIX até o final da Segunda Guerra Mundial tivemos a segunda fase. A busca por matérias-primas mais em conta por parte dos europeus fez com que eles expandissem os seus domínios para a Ásia e África. O avanço tecnológico – industrialização e urbanização, por exemplo – também fizeram parte desse período.
A terceira fase aconteceu com o final da Segunda Guerra Mundial e se estendeu até a Guerra Fria e a queda do Muro de Berlim, em 1989. Iniciou-se também a Terceira Revolução Industrial, com empresas multinacionais e transnacionais se espalhando de forma global.
Por fim, a quarta fase teve início na década de 1990 e até hoje permanece. A fase é marcada pela Quarta Revolução Industrial e com os países emergentes tendo seus processos de industrialização consolidados. A tecnologia está mais do que presente na vida das pessoas.
Os efeitos da globalização têm se mostrado cada vez mais frequentes no mundo atual. Há uma crescente no número de empresas multinacionais e na qualidade de produtos e serviços em que elas oferecem, deixando o mercado cada dia mais acirrado e disputado.
Quais são as características?
O uso da tecnologia, que acarretou a transformação digital, é uma característica da globalização e teve grande importância no processo. Com ela, empresas multinacionais diminuíram os custos e, ao mesmo tempo, expandiram o seu mercado mundo afora. Tudo isso através da internet, satélite, entre outros meios de comunicação eficientes e rápidos.
A internet também foi importante para propagar conhecimento. O avanço da tecnologia proporcionou às pessoas informações sobre o que ocorre ao redor do mundo.
A criação de blocos econômicos, que se tornou uma prática a partir da década de 1990, após o fim da Guerra Fria, também tem conexão com a globalização. As nações pertencentes a um bloco têm relações de trocas comerciais, principal objetivo de cada um deles.
Podemos citar os principais blocos do mundo:
- Mercosul;
- União Europeia;
- NAFTA;
- APEC.
O processo de globalização também causou o efeito da aculturação, que é a modificação cultural de um grupo ou povo, adequando-se a uma outra cultura. É uma fusão de culturas por meio de contato continuado. No Brasil há, por exemplo, a indígena e africana.
Nesse processo, empresas transnacionais também são destaques. São aquelas que atravessam as fronteiras originais em que foram criadas, com fábricas em outros países além do seu de origem.
As questões ambientais – poluição e mudanças climáticas, por exemplo - também estão ligadas à globalização.
Principais objetivos da globalização
Alguns dos principais objetivos da globalização incluem:
- Expansão do comércio e investimento: visa facilitar o livre comércio e o investimento entre países, permitindo que empresas e indivíduos acessem mercados estrangeiros e se beneficiem de oportunidades de negócios internacionais.
- Desenvolvimento econômico: pode ajudar a impulsionar o desenvolvimento econômico, à medida que países em desenvolvimento se integram à economia mundial e se beneficiam do comércio, investimentos e transferência de tecnologia.
- Difusão de tecnologia e inovação: permite que novas tecnologias e inovações se espalhem rapidamente pelo mundo, melhorando a qualidade de vida e impulsionando o progresso em áreas como comunicação, medicina e energia.
- Promoção da cooperação internacional: promove a cooperação entre países em questões de interesse comum, como por exemplo mudanças climáticas, saúde global e segurança. Essa cooperação pode levar a soluções conjuntas para desafios globais e ao fortalecimento das relações entre nações.
- Intercâmbio cultural: facilita o intercâmbio e a apreciação de diferentes culturas, tradições e perspectivas, desenvolvendo a empatia e promovendo a diversidade e a tolerância.
Globalização no Brasil
A globalização começou a ser inserida, de fato, com a formação de um Estado Desenvolvimentista no governo de Juscelino Kubitschek, após a Ditatura Militar. Desde então, o Brasil tinha o seu mercado fechado para produtos importados.
O Plano Collor implementou o Neoliberalismo – mínima intervenção do estado na economia -, abrindo o mercado nacional e privatizando as empresas estatais.
A abertura de capitais intensificou a inserção das indústrias e companhias multinacionais no país. Paralelo a isso, houve maior abertura de emprego. O Brasil também intensificou a sua participação na OMC (Organização Mundial do Comércio).
Houve também a instalação de indústrias maquiladoras, que tinham o intuito de driblar os impostos alfandegários e diminuir os custos de produção. Todo o processo produtivo era feito em outros países e a montagem era feita no Brasil. Isso porque a mão de obra em países subdesenvolvidos era mais barata.
Pontos positivos e negativos no Brasil
Os brasileiros têm grande interação com produtos de fora e isso é um dos pontos em que se vê a presença da globalização no país. Por isso, o Brasil é um grande exportador de commodities (produtos básicos globais não industrializados – seus principais tipos são: mineral, ambiental, pecuário e agrícola). Isso ocasiona a atração de consumidores externos.
O Brasil segue a ideia de exportações acima das importações, gerando um superávit, além disso, o país aplica algumas tarifas para que a arrecadação do governo continue positiva. Essa aplicação de tarifas são consideradas medidas protecionistas.
Um ponto negativo muito expressivo é de que quando analisamos a balança comercial do Brasil, o PIB é majoritariamente do setor primário (um exemplo são as próprias commodities), o que deixa o país em uma situação complicada, pois se as commodities aumentam seu valor globalmente, o Brasil deverá aumentar o preço também, consequentemente, diminuindo o consumo dos produtos e assim, diminuindo o lucro brasileiro.
Vantagens e desvantagens da globalização
A globalização permite que a população de diversos países tenha acesso a produtos que não foram produzidos nacionalmente. Outro ponto positivo é a questão dos mercados mais competitivos aliados ao controle da inflação.
Há ainda, o maior fluxo de investimentos e capitais entre as nações, desenvolvimento de diversos setores da economia, entre outros pontos positivos.
De negativo, podemos citar a exploração de matéria-prima e mão de obra barata em países menos desenvolvidos, maior propagação de crises econômicas e financeiras, monopólio na economia em países de pequena extensão com a entrada de multinacionais, afetando os produtores de menor escala, e aumento do desemprego em alguns países por conta da não adequação à competição em setores da economia.
