Nunca se pensou em um sapato tão versátil como os chinelos Havaianas...
Havaianas são tão brasileiras quanto arroz e feijão, Pelé e Ronaldo. Literalmente, todo mundo tem um par. Alguns possuem dois, cinco, até 10 pares. Em 2022, um recorde de 260 milhões de Havaianas foram vendidas mundialmente, quase 75% delas no Brasil.
Elas são os calçados mais populares e versáteis do país. Podem ser usadas na praia, nas lojas, no jantar ou até mesmo em festas. Em um casamento, por exemplo, foram distribuídas para que os convidados pudessem trocar os saltos altos por algo mais confortável.
São perfeitas para jogos de futebol na praia, estabilizar mesas de bar bambas e até servem como batentes de porta.
Elas se mostram como um dos calçados mais versáteis que existem, e no Brasil, é possível vê-las em praticamente todos os lugares. Mas como as Havaianas se tornaram uma parte tão integral da cultura brasileira?
Neste blog, exploraremos a trajetória desta grande marca brasileira e entenderemos como ela se transformou em um símbolo global de estilo e conforto brasileiros.
História das Havaianas
Era uma vez, o empresário escocês Robert Fraser se apaixonou por um sapato: uma sandália japonesa chamada Zori. Ela tinha solas feitas de palha de arroz e tiras de tecido que atravessavam o pé e entre os dedos.
Fraser queria uma versão mais resistente. Algo que pudesse suportar o estilo de vida praiano no Brasil. Então, em 1962, ele pegou um pouco de borracha de alta qualidade – acessível e barata no país – e moldou suas próprias sandálias estilo Zori. Ele até incluiu uma textura de grãos de arroz na sola em um aceno à inspiração japonesa.
Essas sandálias foram o primeiro par de Havaianas. Nomeadas em homenagem ao Havaí ( Havaí , em português), elas foram projetadas para serem o calçado perfeito para um estilo de vida descontraído na ilha. Mal sabia Fraser que Havaianas logo se tornaram sinônimo de vida praiana em todo o mundo.
Feitos de borracha azul e branca, o primeiro par foi chamado de Tradi. Vendedores ambulantes os levavam pelo país em campers Volkswagen Kombi. Eles estacionavam em frente a lojas locais em cidades pequenas para promover seu novo produto de São Paulo, a cidade grande.
O final dos anos 60
Um erro de produção em 1969 fez com que as sandálias fossem produzidas incorretamente em um lote verde em vez dos estilos azul e branco característicos. As novas cores foram um sucesso instantâneo e a marca aproveitou a oportunidade para expansão. Eles produziram novos chinelos em marrom, amarelo e preto antes da virada do ano.
À medida que as opções de cores aumentavam, a marca também crescia. Paz e amor eram o mantra da década de 1970. Eles clamavam por um estilo de vida mais minimalista com escolhas ecologicamente corretas. Com os hippies viajando pelo Brasil com Havaianas nos pés.
Anos 70
Já na década de 1970, o design original do chinelo Havaianas estava sendo imitado por fraudadores que tentavam surfar na onda do sucesso da marca. No entanto, a qualidade e a originalidade das Havaianas garantiram sua longevidade. Em 1980, milhões de pares eram vendidos no Brasil todos os anos.
Na verdade, o governo brasileiro listou as Havaianas como um produto fundamental que poderia ser usado para controlar a inflação. Implicando que as Havaianas são tão integrais quanto arroz e feijão para o estilo de vida brasileiro. Não demoraria muito para que a dominação internacional chegasse.
A criação de novos estilos e cores fez com que os chinelos fossem rapidamente adotados por americanos e europeus como sandálias de verão indispensáveis. Nos anos 90, os chinelos eram usados por pessoas casuais de praia até celebridades famosas. Incluindo nomes como Jennifer Aniston, Angelina Jolie e David Beckham.
Nos anos 2000, crianças em idade escolar até começaram a protestar contra o direito de usar chinelos na escola em vez de seus sapatos escolares úmidos e restritivos. Alguns escritórios brasileiros até iniciaram sua própria versão de sextas-feiras informais, o Dia das Havaianas, quando os funcionários podiam deixar seus pés respirarem no escritório.
A marca hoje
Hoje, a Havaianas continua a inovar, atualizando continuamente seus estilos e adicionando um toque contemporâneo com novos detalhes. Desde afinar a silhueta até adicionar cristais de edição especial e enfeites florais metálicos, a Havaianas se mantém a par das tendências da moda atual para permanecer constantemente relevante e o chinelo de verão preferido de milhões de pessoas ao redor do mundo.
Apesar de sua constante evolução, a sola de borracha texturizada de grãos de arroz e a tira de borracha exclusivas do design permaneceram praticamente as mesmas. Garantindo sua qualidade atemporal desde seus primeiros dias nos anos 60.
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Uma tendência colorida
Cansados das solas brancas, os brasileiros começaram a virar as solas de suas Havaianas de cabeça para baixo para mostrar as solas coloridas, criando chinelos de uma só cor. Os executivos da marca notaram a tendência e começaram a produzir estilos de uma só cor, chamados Tops. Uma sola com uma flor de hibisco se tornou a primeira versão impressa.
A partir daí, as expansões de linha nunca diminuíram. Novas cores e estampas se desenvolviam constantemente, e novos estilos – como baby Havis (Havaianas para crianças pequenas) – nasciam.
Em 1998, para celebrar a Copa do Mundo, a Havaianas lançou seu calçado Brasil: um chinelo amarelo e verde com uma bandeira brasileira na tira. Embora o Brasil nunca tenha vencido o torneio, as novas Havaianas foram um sucesso arrebatador. A versão brasileira continua sendo um dos designs mais vendidos da marca.
Explosão internacional
Em 1999, Havaianas fez sua estreia na passarela no desfile do estilista francês Jean Paul Gaultier, marcando o início do reconhecimento global da marca. No início dos anos 2000, celebridades como Naomi Campbell, Jennifer Aniston e Madonna estavam todas usando pares de calçados divertidos, coloridos e acessíveis.
Graças a parcerias com marcas como a Disney e à cerimônia do Oscar, Havaianas ganhou destaque internacional, aparecendo até mesmo em uma exposição do MoMA em Nova York em 2018 como uma obra de arte.
As Havaianas mais caras do mundo
Algumas Havaianas têm preços impressionantes, como o par colaborativo de H.Stern de 2003, decorado com 1.636 penas de ouro e adornado com diamantes, que custou R$ 58.500 (US$ 11.585); embora o prêmio de par mais caro de Havaianas que você não pode usar vá para os chinelos intitulados Happy Feet, uma colaboração com o artista Adhemas Batista e a marca.
Parte de uma coleção chamada Felicidade, os Happy Feet foram vendidos como um NFT no metaverso por um preço equivalente a R$ 5.600 (US$ 11.009) em 2023.
Dependendo de onde você as compra e do estilo que você compra, Havaianas no Brasil geralmente custam entre R$ 15 (US$ 3) a R$ 50 (US$ 10). Nos EUA, os preços variam de US$ 15 a US$ 38.
Forte competição
Durante a ascensão da marca à fama, muitos tentaram imitar o estilo e a simplicidade de Havaianas, sem muito sucesso. O único chinelo que chegou perto foi a Sandália Ipanema, lançada em 2002 pela maior fabricante de calçados do Brasil, Grendene, e endossada pela supermodelo Gisele Bündchen.
As sandálias Ipanema são feitas de PVC, então elas são mais macias sob os pés, embora muitos acreditem que a fórmula de borracha das Havaianas leva a um uso mais longo. Ainda assim, com o apoio de Bündchen, as sandálias Ipanema ganharam uma porção substancial da participação no mercado internacional.