A nova geração de profissionais traz desafios e oportunidades para o mercado profissional. Para conseguir atrair, reter e desenvolver esses talentos, as empresas precisam entender como é a realidade dos jovens no mercado de trabalho e o motivo pelos quais é importante contratar jovens.
Nesse blog, falaremos sobre as dificuldades de inserção dos jovens no mercado profissional e as vantagens da contratação deles em sua empresa.
Como é o mercado de trabalho para os jovens?
Atualmente, o mercado profissional para os jovens, que estão se preparando para adentrar a vida de trabalho, apresenta desafios significativos, mesmo tendo algumas melhorias nos últimos anos. Segundo o IBGE, a taxa de desemprego entre jovens de 15 e 29 anos foi de 14,2% no primeiro trimestre de 2024, um número significativamente alto, principalmente em regiões como o Nordeste do país, onde alcançou 19,7%.
Além do desemprego, os trabalho informais, empregos que não tem vínculos empregatícios, é um grande obstáculo: 45% dos jovens empregados trabalham sem registro formal, enquanto a média nacional é de 40%.
Em áreas como entregas, 82% dos jovens motoboys atuam de forma informal, sem benefícios da CLT ou da segurança trabalhista.
Por que os jovens têm dificuldade em conseguir emprego?
No Brasil, os jovens enfrentam diferentes desafios para conseguir um emprego e se inserir no mercado de trabalho. Entre os principais motivos estão:
- Falta de experiência: Em sua maioria, as vagas oferecidas exigem um experiência prévia, criando um ciclo difícil de romper e, sem experiência, o jovem não consegue emprego, e sem emprego, não consegue adquirir experiência. E, mesmo vagas de trainee e estágio podem ser competitivas, dificultando a entrada dos jovens no mercado de trabalho.
- Alta concorrência: O mercado de trabalho está saturado em algumas áreas, o que significa que os jovens precisam disputar vagas com profissionais que já tem experiência anterior. E muitos trabalhadores, que já estão há mais tempo no mercado profissional, estão adiando a aposentadoria e, assim, reduzem as oportunidades para os jovens.
- Precarização do mercado de trabalho: Cerca de 45% dos jovens estão empregados na informalidade, sem garantias trabalhistas ou benefícios. Ou seja, muitos acabam aceitando empregos temporários ou de baixa remuneração, dificultando o crescimento profissional.
- Dificuldades no acesso à educação e qualificação profissional: Em sua maioria, os jovens não têm certificações ou cursos complementares que os destaquem na busca por emprego. Idiomas, habilidades digitais e soft skills são cada vez mais exigidos, mas nem todos os jovens têm acesso a essas formações.
Geração nem-nem
Com isso, foi criada a expressão “Geração nem-nem” para se referir a jovens que nem estudam e nem trabalham, incluindo, justamente, a faixa etária de 15 a 29 anos e que é a que mais sente dificuldade em adentrar o mercado de trabalho.
No ano de 2023, aproximadamente 10,3 milhões de jovens se encontravam nessa situação, o que equivale a quase 20% dos jovens brasileiros. Essa quantidade vem diminuindo ao decorrer dos anos, contudo ainda preocupa especialistas, já que a ausência de oportunidades pode gerar uma sequência de exclusão social e econômica.
Causas principais
Um dos principais fatores é a desigualdade socioeconômica que leva os jovens a essa condição de “nem-nem”. A maioria desse grupo vem de famílias de baixa renda, o que dificulta o acesso a uma educação qualificada e a oportunidades melhores de trabalho.
Além disso, mais da metade da geração “nem-nem” são mulheres, muitas das quais assumem responsabilidades domésticas, o que limita as chances de inserção no mercado de trabalho. E, mesmo quando adentram o mundo profissional, sofrem com a desigualdade de gênero e remuneração inferior em relação aos homens.
Outro fator fundamental é a falta de oportunidades no mercado de trabalho. A escassez de vagas, em combinação com a desconexão entre o sistema educacional e as demandas do setor produtivo, dificulta a inserção dos jovens. Muitos acabam abandonando os estudos porque já não enxergam perspectivas de crescimento profissional e, ao mesmo tempo, não conseguem emprego devido à exigência de experiência prévia por parte das empresas.
Consequências
A marca da geração nem-nem vai além do individual e reflete diretamente na sociedade. A desigualdade social aumenta, pois os jovens que já não têm acesso ao ensino de qualidade e ao mercado de trabalho ficam e continuam em desvantagem para conseguir alcançar a independência financeira e melhorar a qualidade de vida.
Além disso, esses jovens se tornam mais vulneráveis a empregos informais e de baixa remuneração, muitas vezes sem garantias trabalhistas, o que perpetua um ciclo de precarização e exclusão econômica.
Como os jovens podem melhorar o currículo?
Porém, os jovens têm a possibilidade de fortalecer o currículo mesmo sem a experiência formal. Hoje, existe a possibilidade de participar de trabalhos voluntários, cursos de curta duração que possuem certificado e projetos acadêmicos e, com isso, podem se tornar profissionais prontos para o mercado de trabalho.
Além disso, desenvolver habilidades como comunicação, trabalho em equipe e domínio de tecnologia faz diferença no momento da contratação. Também saber se a vaga é ideal e atende suas expectativas é essencial.
Criar um perfil no LinkedIn, destacar soft skills no currículo e até mesmo atuar como freelancer ou autônomo são formas de mostrar capacidade profissional e iniciativa.
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Quais as vantagens dos jovens no mercado de trabalho?
Contratar jovens profissionais traz vantagens que vão além de só preencher vagas. Empresas que apostam na juventude ganham em inovação, dinamismo e adaptabilidade. Também, jovens profissionais possuem aspectos que os tornam grandes aliados em um mercado de trabalho que está cada vez mais digital e competitivo.
Facilidade de adaptação e aprendizado rápido
Jovens possuem maior facilidade em assimilar novas tecnologias e processos, fazendo que se tornem mais produtivos em suas funções. Se diferenciando de profissionais com hábitos mais enraizados, eles são flexíveis e se ajustam rapidamente a mudanças organizacionais.
Por estarem no início da carreira, não carregam vícios profissionais, permitindo que sejam moldados à cultura da empresa com mais facilidade. Empresas que investem no desenvolvimento desses profissionais colhem os benefícios ao longo do tempo, pois formam talentos alinhados com seus valores e metodologias.
Energia e disposição para crescer
A motivação para aprender e se desenvolver profissionalmente é um dos traços mais marcantes dos jovens no mercado de trabalho. Muitos deles enxergam a primeira oportunidade de emprego como um meio de crescer dentro da empresa.
Quando bem liderado e direcionados, demonstram entusiasmo e dedicação, o que impacta positivamente a produtividade da equipe. Além disso, empresas que oferecem treinamentos e oportunidades de ascensão interna conseguem aumentar a retenção de profissionais jovens, reduzindo a rotatividade de colaboradores.
Domínio de tecnologias atuais e redes sociais
Já inseridos na era digital desde o nascimento, os jovens possuem habilidades naturais no uso de softwares, aplicativos e plataformas de comunicação online. Essa facilidade reduz a necessidade de treinamentos longos e possibilita a implementação rápida de novas ferramentas tecnológicas dentro da empresa.
Profissionais jovens também tendem a ter uma desenvoltura maior no uso de redes sociais, algo que se tornou essencial para empresas que precisam fortalecer sua presença digital e interagir com clientes de formas mais dinâmicas.
Custo de contratação mais baixo e incentivos fiscais
Olhando para o viés financeiro, a contratação de jovens pode representar uma economia para empresas. Programas como o Jovem Aprendiz e estágios oferecem incentivos fiscais e encargos reduzidos, além de possibilitar a formação de profissionais que podem, futuramente, ser efetivados.
Como, em sua maioria, ocupam cargos de entrada, os salários iniciais são mais acessíveis, que permite às empresas investirem no crescimento dos talentos de forma internamente.
Renovação do time e cultura organizacional
Ter jovens na equipe traz dinamismo e equilíbrio para as organizações. Um time misto, que se compõem por profissionais já experientes e “recém-chegados” no mercado de trabalho, incentiva uma troca de conhecimentos e a construção de um ambiente corporativo mais colaborativo.
Ter uma inserção constante de jovens na empresa evita a estagnação e estimula o aprendizado entre gerações, criando oportunidades para o desenvolvimento de futuros e novos líderes dentro da própria organização.
Quando jovens conseguem iniciar a sua carreira em um ambiente que valoriza seu potencial, eles tendem a se comprometer mais e a construir uma trajetória de longo prazo na empresa.
Qual a importância dos jovens no mercado de trabalho?
Inserir jovens no mercado de trabalho é um desafio que exige esforços tanto dos profissionais quanto das empresas. Mesmo com as barreiras, como a falta de experiência e a informalidade, existem alternativas para que os jovens se qualifiquem e conquistem espaços no mercado profissional.
Já para as empresas, apostar na contratação de jovens é mais do que preencher vagas: é investir em inovação, dinamismo e renovação. Colaboradores em início de carreira trazem novas perspectivas, melhor e maior domínio das tecnologias atuais e disposição para aprender e crescer. Tendo oportunidades adequadas, eles podem se tornar líderes e impulsionar os resultados da organização a longo prazo.
Desse modo, a criação de um ambiente de trabalho que valorize o aprendizado, a diversidade e o desenvolvimento profissional não apenas beneficia os jovens, mas também fortalece o próprio mercado.
Ao unir esforços para reduzir o desemprego juvenil e proporcionar oportunidades de crescimento, empresas e profissionais constroem um futuro mais equilibrado e competitivo para todos.
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