Se envolver no projeto e perder o foco: eis o medo de qualquer desenvolvedor. De qualquer projeto, na verdade. É para evitar as distrações e garantir que o cliente tenha o que quer e o que precisa que o Product Owner, ou Dono do Produto, atue em um projeto de metodologia ágil. Conheça o que é e como atua um P.O!
Product Owner, PO, Dono do Produto: o que é?
Um Product Owner será o membro de um Time Scrum que vai representar a voz do cliente para o projeto. Times Scrum – uma proposta que vem da metodologia ágil – corre o risco de se perder entre todas as potencialidades de seus membros. Aqui o P.O tem que aparecer para regular as emoções e encontrar o caminho certo, tendo o cliente em primeiro lugar. Ele vai encontrar o jeito de usar os talentos do time e falar tanto a língua do cliente quanto a da equipe, traduzindo onde for necessário.
Com quem o Product Owner trabalha?
O Product Owner, embora essencial, é parte do Time Scrum. E como parte de um time, é importante que entenda seus colegas e como cada um deles pode e vai contribuir para o andamento do projeto. Define-se um Time Scrum da seguinte maneira: Scrum Master, Product Owner e Time de Desenvolvimento.
Scrum Master
Às vezes chamado de Product Manager (normalmente na ausência de um certificado), o Scrum Master será responsável por mediar o funcionamento do time. É o gestor de KPI’s, tem foco e responsabilidade pelo desenvolvimento do produto e sabe como fazer o Time de Desenvolvimento realizar o Product Backlog – algo como a idealização.
Scrum Master e Product Owner
Um Scrum Master vai usar as habilidades do time e os insights e prioridades trazidas pelo Product Owner para entregar o melhor conteúdo no menor tempo possível. Assim, é importante que haja respeito do Scrum Master pelas prioridades do Product Owner, e entendimento deste para a função daquele em coordenar o Time Scrum.
Time de Desenvolvimento
Composto pelos programadores envolvidos no projeto, mas sendo essencialmente qualquer grupo responsável pela entrega final, são os membros competentes capaz de tornar o Product Backlog real. É a expertise deles que dará forma aos insights e demandas do Product Owner.
Product Owner e Time de Desenvolvimento
A relação entre um PO e o Time de Desenvolvimento se baseia em prioridades. Como voz do cliente, o Product Owner precisará trazer as prioridades, cortar os excessos e direcionar o foco. Ao Time de Desenvolvimento cabe trazer possibilidades e testar o match delas com o Product Backlog do P.O.
O que um Product Owner precisa verificar
Existe toda a sorte de indicadores que fazem sentido na operação de um Product Owner. Assim como a metodologia Scrum funciona a partir de Sprints – reuniões cujo formato dinâmico é específico – o Product Owner tem alguns dados que precisa coletar para avaliar a saúde da operação. Afinal, ele também é orientado por dados. Alguns dos KPI’s, indicadores de sucesso da atuação do Product Owner, podem ser:
- Número de problemas 30 dias depois do lançamento: conforme o produto for lançado, analise o volume de problemas – bugs, reclamações, avaliações negativas – do seu produto. Um volume alto indica uma baixa aderência do Product Backlog com o time.
- Funcionalidades em off: quantas das promessas do projeto ainda não ocorreram e quantas estão previstas para ocorrer? Se você tem muita carta na manga, poderá ser só um jogo errado, e elas fariam melhor estando na mesa.
- Retorno sobre investimento de esforço: nessa métrica, avalie quanto de esforço – medido em horas – gerou quanto de retorno – financeiro – ao projeto, e divida pelo número de membros do time. Isso vai indicar se você conseguiu modular as prioridades do time em entregáveis que realmente retornam valor para o cliente.
Como se tornar um Product Owner?
Um bom tradutor precisa saber não só os dois idiomas – o de saída e o de entrada – como também apresentar bem essa tradução. Um bom Product Owner vai precisar seguir essa linha, dominando a linguagem técnica de cliente e equipe. Além disso, os soft skills vão ser essenciais, uma vez que uma boa parte de seu trabalho é saber dizer não. O caminho tradicional de um Product Owner é a certificação na metodologia Scrum. Porém, esse está longe de ser o único caminho. Para se ter uma ideia, existem apenas 5 brasileiros certificados pelo site oficial da metodologia Scrum, mas o LinkedIn retorna mais de 40.000 resultados! Existem algumas competências essenciais para um Product Owner, que vão de hard a soft skills. Separamos algumas delas pra você dar uma olhada:
Empatia
A verdade é que o Product Owner fica entre o Time de Desenvolvimento e o Cliente, entendendo as demandas desse último e traduzindo para um jeito que o time possa trabalhar. É um exercício constante de empatia, se colocar no lugar do outro, uma das soft skills mais necessárias em ambientes de trabalho saudáveis.
Comunicação Assertiva
Agora que o P.O já sabe qual a demanda do cliente e entende as competências e focos do time, está na hora de dar os comandos. E para garantir o melhor desempenho de todos, vale cair na comunicação assertiva para se assegurar que um “não” aqui ou ali não é pessoal: é foco.
E por falar em foco...
Saber se organizar e gerir o próprio tempo, além do de outras pessoas, é uma habilidade chave para que a demanda ocorra da melhor forma e no menor tempo possível. Por isso, além de dominar a gestão do tempo, sempre vale a pena conhecer algumas ferramentas para se organizar.
Kanban
Essa ferramenta de gestão com relação íntima com a metodologia Scrum é essencial para analisar o andamento de projetos e encaixar demandas. Também facilita que ideais, como os que orientam o Product Backlog, estejam facilmente acessíveis aos colaboradores. A gente já separou algumas das ferramentas mais populares para se trabalhar com Kanban, e vale a pena conferir.
Quem pode ser um Product Owner?
Nós já vimos que, embora tenha uma origem com o conceito de Scrum, esse elemento é um exercício muito vasto, que perpassa várias indústrias e pode ser exercido por toda a sorte de profissionais, com backgrounds diferentes. A função é mais a correta aplicação das competências destacadas do que uma formação tradicional.