O termo Product Owner aparece com frequência em vagas de tecnologia e projetos conduzidos por métodos ágeis. Apesar da popularidade, ainda há dúvidas sobre o que esse profissional faz, como atua no dia a dia e qual o perfil mais comum entre quem ocupa essa função.
Neste conteúdo, vamos explicar as principais atribuições desse papel, o que diferencia o PO de outras funções de produto, como funciona a colaboração com o time técnico e quanto esse profissional costuma ganhar no Brasil. Também indicamos caminhos de formação para quem deseja atuar na área.
O que é um Product Owner (PO, dono do produto)?
O Product Owner, também conhecido como PO ou dono do produto, é um dos três papéis centrais do framework Scrum. Ele atua como o elo entre a equipe de desenvolvimento e os interesses do negócio, sendo responsável por representar o cliente no processo de construção do produto. Segundo Jeff Sutherland, um dos criadores do Scrum, o papel do Product Owner é maximizar o valor entregue pela equipe, definindo o que deve ser feito e em que ordem, com base em prioridades de negócio.
Exemplo:
Imagine uma empresa de tecnologia que desenvolve sistemas sob demanda para clínicas médicas. Um novo cliente contrata a criação de um software para agendamento de consultas e gestão de pacientes. O Product Owner atua como responsável por garantir que a equipe de desenvolvimento entregue exatamente o que foi acordado em contrato, dentro do prazo e com as prioridades certas. Ele organiza as funcionalidades em um backlog, conduz reuniões com o time técnico e toma decisões sobre ajustes no produto conforme surgem dúvidas ou imprevistos. Sua função é assegurar que o produto atenda às necessidades contratadas, sem perder de vista a viabilidade técnica e a estratégia da empresa prestadora.
Responsabilidades dentro do Scrum
As principais responsabilidades do Product Owner incluem:
- Manter o Product Backlog atualizado e priorizado,
- Garantir que as histórias estejam claras para o time,
- Tomar decisões rápidas sobre escopo e prioridades,
- Participar ativamente das cerimônias do Scrum, como o planejamento da sprint e a revisão. Ele não gerencia a equipe, mas define o que deve ser construído e por quê.
Principais funções de um Product Owner
Gestão do backlog
A gestão do Product Backlog é uma das atividades centrais do Product Owner. Esse backlog funciona como uma lista dinâmica de tudo que precisa ser desenvolvido no produto, e exige revisão constante conforme novas informações surgem.
Criação, priorização e refinamento de histórias
O Product Owner é responsável por escrever as histórias de usuário, que descrevem funcionalidades ou melhorias a serem desenvolvidas. Essas histórias precisam ser claras o suficiente para que a equipe compreenda o que está sendo solicitado e qual valor se espera daquela entrega.
Além de criar, ele também prioriza os itens de backlog com base em critérios como retorno esperado, urgência para o negócio ou dependência técnica. Essa priorização deve refletir os objetivos estratégicos da empresa, não apenas preferências individuais.
Por fim, o backlog precisa ser constantemente refinado. Isso significa revisar itens já existentes, detalhar histórias pouco claras e remover demandas que perderam relevância. Esse processo, conhecido como refinamento do backlog, é feito em conjunto com a equipe de desenvolvimento para garantir alinhamento técnico e de negócio.
Salário de um Product Owner no Brasil
O valor pago a um Product Owner varia de acordo com fatores como experiência, setor de atuação, localização e porte da empresa. Em geral, trata-se de uma posição valorizada no mercado de tecnologia, especialmente em organizações que trabalham com métodos ágeis ou entregas recorrentes de produto.
Média salarial por nível de experiência
A faixa salarial acompanha a senioridade e tende a crescer com o tempo de atuação no cargo. As diferenças mais visíveis ocorrem entre o início da carreira e os cargos com perfil de liderança, onde além da responsabilidade com o backlog, o profissional passa a influenciar decisões estratégicas e modelos de entrega.
Início de carreira
Para quem está começando como Product Owner, geralmente com até dois anos de experiência, os salários costumam partir de R$ 4.000 a R$ 6.000, dependendo da região e do tipo de empresa. É comum que profissionais em início de trajetória venham de áreas como análise de requisitos, suporte técnico ou QA, assumindo o papel com acompanhamento de um PO mais experiente.
Profissional pleno
Com três a cinco anos de experiência, o Product Owner pleno já atua com maior autonomia, domina práticas de priorização e mantém contato direto com stakeholders. A faixa salarial nesse nível gira entre R$ 7.000 e R$ 10.000, podendo ultrapassar esse valor em empresas de médio e grande porte, especialmente em setores como fintechs, healthtechs ou plataformas de serviço escalável.
Senioridade e liderança
Product Owners com perfil sênior ou que ocupam posições de liderança, como coordenação de squads ou atuação transversal em diversos produtos, tendem a ter salários acima de R$ 12.000, podendo chegar a R$ 18.000 ou mais, a depender do escopo de atuação. Nesses casos, além da responsabilidade direta pelo produto, há participação em decisões sobre roadmap, estratégia comercial e governança ágil.
Como se tornar um Product Owner?
Um bom tradutor precisa saber não só os dois idiomas – o de saída e o de entrada – como também apresentar bem essa tradução. Um bom Product Owner vai precisar seguir essa linha, dominando a linguagem técnica de cliente e equipe. Além disso, as soft skills vão ser essenciais, uma vez que uma boa parte de seu trabalho é saber dizer não.
Para quem deseja atuar ou se consolidar como Product Owner, a capacitação técnica é um diferencial competitivo. A FM2S oferece duas formações alinhadas às demandas do mercado: o curso de Especialista Scrum e o MBA em Metodologias Ágeis.
O curso Especialista Scrum é voltado para profissionais que desejam aprofundar seus conhecimentos em frameworks ágeis e entender, na prática, como funciona a dinâmica de entrega em equipes Scrum. Além da base conceitual, o conteúdo foca em aplicação no dia a dia de produtos digitais.
Já o MBA em Metodologias Ágeis oferece uma formação completa para quem busca atuar em cargos de maior responsabilidade, com foco em gestão de projetos, produtos e times multidisciplinares. O programa abrange práticas como Scrum, Kanban, Lean e OKR, preparando o aluno para desafios mais amplos em ambientes de inovação.
Essas formações ajudam o profissional a se posicionar de forma mais estratégica e a aplicar métodos ágeis de forma estruturada, aumentando seu impacto em projetos reais.
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