Sprint no Scrum: o que é, como funciona e seus eventos
Gestão de Projetos

26 de setembro de 2022

Última atualização: 26 de setembro de 2025

Como funciona a Sprint no Scrum

No desenvolvimento de produtos e projetos com ciclos curtos de entrega, a Sprint ganhou papel central nas equipes que adotam o framework Scrum. Ela estrutura o trabalho em períodos definidos, com foco na entrega de valor contínuo e na adaptação constante. Embora o conceito pareça simples, a prática exige disciplina, alinhamento e clareza de propósito.

Neste conteúdo, vamos entender o que é uma Sprint, como ela se encaixa no método Scrum, quais são suas principais características e quais eventos fazem parte desse ciclo. Também vamos observar erros comuns que reduzem a efetividade da Sprint e práticas que contribuem para uma execução mais consistente. Se você atua com projetos ágeis ou deseja melhorar a previsibilidade das entregas, essa leitura pode ajudar a repensar como seu time organiza o trabalho.

O que é uma Sprint no Scrum?

Sprint é o nome dado ao ciclo de trabalho com duração fixa dentro do Scrum, framework que organiza o desenvolvimento de produtos de forma iterativa. Durante esse intervalo, a equipe concentra seus esforços em entregar um incremento funcional do produto, algo que esteja pronto para ser utilizado ou avaliado.

Cada Sprint representa uma iteração completa. A proposta é dividir demandas maiores em partes menores, entregáveis em períodos curtos e com valor percebido. Com isso, o time estabelece um ritmo de trabalho mais estável e consegue ajustar a rota com base em aprendizados acumulados ao longo do processo.

O objetivo da Sprint é entregar algo que possa ser analisado, testado e validado ao final do ciclo, mesmo que o projeto ainda não esteja concluído. Para guiar esse trabalho, é definido um objetivo específico, o Sprint Goal (meta da sprint), que orienta as tarefas ao longo do período.

Pense, por exemplo, em uma empresa que desenvolve um aplicativo de agendamento de consultas. Em uma Sprint, o time pode se concentrar apenas em implementar o cadastro de usuários e o sistema de login. Essa entrega já oferece valor, mesmo que outras partes do sistema ainda estejam em desenvolvimento.

Origem do termo e ligação com metodologias ágeis

O termo “Sprint” foi adotado por analogia a uma corrida de curta duração, com início, fim e esforço concentrado. A ideia foi incorporada ao Scrum por Jeff Sutherland e Ken Schwaber na década de 1990, quando os dois estruturaram o método para aplicar os princípios descritos no Manifesto Ágil.

No contexto das metodologias ágeis, a Sprint é a base para essa entrega contínua. É nesse espaço que o time organiza o trabalho, coleta retornos e corrige desvios de rota com rapidez. O ciclo se repete até que o produto atenda às necessidades definidas no backlog.

Principais características de uma Sprint

No Scrum, a Sprint possui um tempo fixo e pré-definido. Esse conceito é chamado de timebox, ou seja, um limite de tempo que não deve ser estendido. O mais comum é adotar ciclos de 2 semanas, mas é possível realizar sprints mais longo de 1 a 4 semanas, dependendo da complexidade do projeto e da maturidade do time.

A duração precisa ser mantida constante para que a equipe aprenda a estimar melhor o esforço necessário e organize sua rotina de forma previsível. Por exemplo, em um time de projetos corporativos responsável por implementar melhorias em processos internos, sprints quinzenais permitem validar ajustes em fluxos operacionais com maior agilidade, como a automação de aprovações ou a integração de sistemas legados. Já em projetos mais estratégicos, que envolvem múltiplas áreas da empresa, ciclos de três ou quatro semanas oferecem o tempo necessário para alinhamentos entre stakeholders e entregas que envolvam mais etapas de validação.

Previsibilidade e foco

A Sprint favorece um ambiente mais organizado. Como o escopo do trabalho não deve ser alterado após o início do ciclo, o time trabalha com mais concentração, evitando interrupções e desvios de rota.

Além disso, a repetição do mesmo ritmo de trabalho permite observar padrões de produtividade e ajuda a prever entregas futuras com mais segurança. Com o tempo, a equipe passa a conhecer melhor sua capacidade e a fazer planejamentos mais realistas.

Entrega de valor contínuo

Ao final de cada Sprint, o time deve entregar um incremento funcional, que pode ser utilizado, testado ou analisado por quem vai consumir o produto. Isso não significa uma entrega final, mas sim algo que gera valor por si só, mesmo que ainda parcial.

Esse conceito é o que permite a entrega contínua em vez de esperar meses por uma versão completa, o cliente ou usuário começa a perceber melhorias em ciclos curtos, podendo ajustar prioridades com base nos resultados obtidos. Em um sistema de gestão financeira, por exemplo, o primeiro incremento pode ser apenas a tela de login e o cadastro de contas, funcionalidade básica, mas já utilizável.

Comprometimento do time

Durante o planejamento da Sprint, a equipe participa da definição das tarefas e do escopo do ciclo. Esse envolvimento contribui para o comprometimento com o que será entregue, pois a responsabilidade sobre o resultado é compartilhada. O Sprint Goal, ou objetivo da Sprint, funciona como um norte para todas as atividades que serão executadas.

Quando o time entende que a entrega depende do trabalho conjunto, o engajamento se torna parte natural da rotina. O foco deixa de ser apenas a tarefa de cada um, e passa a ser o resultado combinado no início do ciclo.

Eventos que ocorrem dentro de uma Sprint

Planejamento da Sprint (Sprint Planning)

A Sprint começa com uma reunião de planejamento. Nela, o time define qual será o objetivo daquele ciclo e quais itens do backlog serão trabalhados para atingi-lo. O Product Owner apresenta as prioridades e explica o valor de cada item, enquanto o time de desenvolvimento avalia o esforço necessário para executar as tarefas. Com isso, é formado o plano da Sprint.

Todos os papéis do Scrum participam dessa reunião: Product Owner, Scrum Master e o time de desenvolvimento. A presença de todos é importante para garantir alinhamento desde o início.

A duração varia conforme o tamanho da Sprint. Para sprints de duas semanas, por exemplo, o recomendado é reservar até quatro horas para esse planejamento. Em empresas que trabalham com projetos de melhorias internas, como redução de retrabalho em processos, esse momento é usado para definir quais etapas serão revistas ou automatizadas naquele ciclo.

Reuniões diárias (Daily Scrum)

A Daily Scrum é uma reunião rápida, que acontece todos os dias úteis da Sprint. O time se reúne por cerca de 15 minutos para alinhar o que foi feito no dia anterior, o que será feito naquele dia e se há algum impedimento em andamento.

Essa estrutura ajuda a manter o grupo sincronizado e permite identificar problemas logo no início, evitando atrasos acumulados. Cada pessoa compartilha seu avanço de forma objetiva, e o foco é entender como o time pode avançar junto no objetivo da Sprint.

Imagine, por exemplo, uma equipe que está desenvolvendo um novo módulo de controle de despesas para o sistema da empresa. Ao perceber que a integração com a base de dados está demorando mais do que o previsto, esse tipo de impedimento é exposto na daily e pode ser tratado logo em seguida com apoio do Scrum Master ou de outra área envolvida.

Revisão da Sprint (Sprint Review)

Ao final da Sprint, ocorre a reunião de revisão, onde o time apresenta o que foi entregue durante o ciclo. O foco está em demonstrar as funcionalidades finalizadas e validar se o incremento atendeu ao objetivo definido.

É uma reunião aberta a stakeholders, como gestores, usuários-chave e outras áreas impactadas. Eles têm a oportunidade de ver o que foi construído, dar sugestões e, se necessário, reavaliar prioridades com base no que foi entregue.

Por exemplo, se o objetivo da Sprint era liberar uma nova etapa de aprovação de pedidos em um sistema de compras, essa funcionalidade é apresentada funcionando. Caso algum ajuste seja necessário, ele pode ser incorporado em uma próxima Sprint, com base nesse retorno direto.

Retrospectiva da Sprint (Sprint Retrospective)

A retrospectiva encerra a Sprint. É um momento reservado apenas para o time Scrum, com o objetivo de refletir sobre o processo de trabalho e identificar pontos de melhoria.

O foco está no que funcionou bem, no que poderia ser feito de forma diferente e nas ações que serão adotadas para o próximo ciclo. Essa análise permite ajustes contínuos na forma como o time colabora, planeja e executa.

Durante a retrospectiva, perguntas como “O que dificultou nosso avanço nessa Sprint?”, “O que facilitou nosso trabalho?” e “Que ação concreta podemos adotar para melhorar?” ajudam a orientar a conversa de forma prática. Se, por exemplo, houve excesso de tarefas paralelas que desviaram o foco, isso pode gerar uma decisão de limitar melhor o escopo das próximas sprints ou reservar mais tempo para tarefas imprevistas.

Erros comuns em Sprints

Embora a Sprint seja um componente central do Scrum, sua aplicação incorreta pode comprometer os resultados esperados. Alguns erros ocorrem de forma recorrente e tendem a afetar diretamente a previsibilidade, a qualidade das entregas e o engajamento do time.

Um dos equívocos mais frequentes é a alteração do escopo durante a Sprint. Quando novas demandas são inseridas no ciclo em andamento, sem que haja uma justificativa técnica clara, o time perde foco e o objetivo da Sprint fica comprometido. O backlog deve ser ajustado entre as sprints, e não durante sua execução.

Outro problema é iniciar a Sprint sem um objetivo. Quando o Sprint Goal não está definido ou não é compreendido por todos, as entregas se tornam dispersas. O time pode até finalizar tarefas, mas sem saber se o que foi feito contribui para o propósito daquele ciclo.

Melhores práticas para uma Sprint eficaz

A qualidade da Sprint está diretamente ligada à forma como ela é planejada, executada e inspecionada. Algumas práticas ajudam a manter o foco e garantir entregas com mais valor:

  • Definir um Sprint Goal e compartilhado: o objetivo deve orientar todas as tarefas. Ele não precisa detalhar cada item, mas precisa deixar claro o que se espera alcançar.
  • Manter o comprometimento do time com o plano definido: a equipe precisa participar da construção da Sprint e ter autonomia para organizar o trabalho, sem interferências externas.
  • Executar ciclos regulares de inspeção e adaptação: a revisão da Sprint permite ajustes na direção do produto, e a retrospectiva fortalece o processo de trabalho do time. Ambas devem ser realizadas de forma consistente.
  • Proteger o time de interrupções: isso inclui respeitar o escopo acordado, reduzir demandas paralelas e manter um ambiente que favoreça a concentração.

Quando essas práticas são adotadas, a Sprint se torna não apenas um ciclo de entrega, mas uma etapa de aprendizado constante. O time passa a evoluir não só em produtividade, mas também na forma como colabora e responde às mudanças.

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