A técnica de Brainstorming consiste na junção de um time para que discutam de forma conjunta, a solução de problemas ou inovação na empresa, de forma que todos consigam expressar as suas gerando um networking que resulte nas melhores ideias dos processos escolhidos.
Com certeza, você o usou pelo menos uma vez, mesmo que não tenha percebido. Por décadas, as pessoas usaram o brainstorming para gerar boas ideias e encontrar soluções criativas para problemas. No entanto, você precisa usar o brainstorming corretamente para que seja totalmente eficaz.
Neste artigo, veja o conceito brainstorming, onde a técnica pode ser aplicada, seus benefícios, relação com a criatividade e algumas regrinhas que o ajudarão a preparar um terreno fértil para suas ideias.
O que é Brainstorming?
Brainstorming é uma palavra da língua inglesa que, no português literal, significa “tempestade de ideias”. Hoje bastante difundida, a técnica é fundamental estimular o cérebro a construir soluções criativas para um determinado problema. Isso acontece por meio de um compartilhamento espontâneo e estimulado de ideias individuais ou em grupo.
Em geral, o formato mais conhecido e aplicado é em grupo, onde, de preferência, os participantes possuem diferenças entre si, seja nas suas responsabilidades com a organização, background pessoal ou expertise técnica. Esse envolvimento de diferentes mentes pensantes pode levar o brainstorming a uma saída extremamente útil para equipes e organizações que se encontram em um bloqueio criativo, produtivo ou de inovação.
É, então, de suma importância que, para atingir esses resultados benéficos, o processo aconteça livre de julgamentos e preconceitos, e que todos os envolvidos tenham a construção de uma solução como ponto focal.
Onde posso utilizar o Brainstorming? Exemplos
O brainstorming pode ser utilizado em vários setores de uma organização, incluindo:
- Departamento de vendas: para gerar ideias sobre novas estratégias de vendas;
- Departamento de marketing: para criar campanhas publicitárias eficazes;
- Departamento de recursos humanos: para resolver questões relacionadas ao trabalho em equipe ou ao clima organizacional;
- Departamento de desenvolvimento de produtos: para criar novos produtos ou melhorar os existentes;
- Departamento financeiro: para identificar novas oportunidades de investimento ou redução de custos.
Estes são apenas exemplos, o brainstorming pode ser aplicado em outros setores da organização também. O importante é que o brainstorming seja aplicado em situações que precisem de criatividade e colaboração para resolver problemas ou encontrar soluções.
Como se faz um Brainstorming?
O brainstorming tem extrema semelhança com a fase de “Planejamento” do Ciclo PDCA. Sendo assim, devemos seguir uma sequência lógica onde: estabelecemos uma meta ou objetivo; partimos para a análise do processo; as causas do problema são identificadas; e o plano de ação se torna possível.
Tal qual o ciclo, a técnica visa a mitigação das causas do problema, porém, propõe uma abordagem não tão cíclica, mas sim orgânica e integrada de outras pessoas. Seguindo a sequência devemos, portanto:
Definir a meta/objetivo: O mediador do brainstorming deve expor a equipe qual será a meta ou problema a ser solucionado. Para então, disseminar as informações disponíveis e iniciar a rodada e opiniões;
Analise o problema: Com todos inteirados do assunto, a equipe pode trocar informações e debater de forma colaborativa a forma que conseguem enxergar o cenário atual e o que tem em vista para soluções;
Categorize as causas: Comece a elencar as ideias e visões, considere os principais pontos problemáticos levantados e tente conectar as soluções mais viáveis a cada um. Assim, você terá a capacidade de visualizar qual caminho tomar para o próximo passo;
Defina o plano de ação: Com as causas elencadas e as principais ideias selecionadas, questione a equipe qual abordagem deve ser priorizada com muita atenção e quais conseguem ser interligadas. Tome nota de tudo para que consiga construir um raciocínio que resultará em uma proposta sólida de resolução.
Quais técnicas utilizar?
Algumas técnicas e ferramentas que podem auxiliar um brainstorming incluem:
- Mind mapping: para visualizar e organizar as ideias de forma clara;
- Post-its: para escrever e organizar ideias rapidamente;
- Ferramentas digitais como quadros virtuais: para colaborar remotamente;
- Jogos e dinâmicas criativas: para incentivar a participação de todos;
- Timer: para manter o ritmo da sessão e evitar que ela se alongue;
- Canvas de Business Model: para avaliar a viabilidade das ideias geradas.
Estas são apenas algumas das ferramentas e técnicas que podem ser usadas durante um brainstorming, o importante é escolher aquelas que melhor atendem às necessidades e objetivos da sessão.
Como aplicar o Brainstorming?
O brainstorming é uma técnica criativa e colaborativa usada para gerar ideias, resolver problemas e promover a inovação. Ele envolve reunir um grupo de pessoas para compartilhar ideias livremente, sem julgamento, e estimular o pensamento criativo uns dos outros. Aqui estão algumas etapas para aplicar o brainstorming efetivamente:
1. Defina o objetivo: antes de começar, identifique claramente o problema ou a questão que você deseja resolver. Isso ajudará a manter a discussão focada e relevante;
2. Reúna a equipe: monte um grupo diversificado de pessoas com diferentes habilidades, experiências e perspectivas, ou seja, uma equipe multidisciplinar. Isso pode ajudar a gerar uma ampla gama de ideias criativas;
3. Estabeleça regras básicas: antes de começar a sessão, estabeleça algumas diretrizes para garantir um ambiente seguro e produtivo. Algumas regras comuns incluem:
- Incentivar a participação de todos;
- Não julgar ou criticar ideias;
- A quantidade de ideias é mais importante do que a qualidade nesta fase;
- Incentivar o pensamento "fora da caixa" e a construção de ideias.
4. Aquecimento: realize uma atividade rápida para aquecer os participantes e colocá-los em um estado de espírito criativo. Isso pode ser algo simples, como uma pergunta aberta ou um exercício de associação de palavras;
5. Gere ideias: peça aos participantes que compartilhem suas ideias e escreva-as em um quadro branco, flip chart ou aplicativo de colaboração online. Incentive a colaboração, a construção de ideias e a discussão aberta;
6. Classifique e agrupe ideias: após a geração de ideias, trabalhe em conjunto para agrupar ideias semelhantes e eliminar duplicatas. Isso ajudará a organizar as ideias e facilitar a discussão subsequente;
7. Avalie e refine ideias: discuta as ideias geradas, analise seu potencial e considere os prós e contras. Nesta fase, é possível criticar e aperfeiçoar as ideias para selecionar as melhores soluções;
8. Priorize e selecione: estabeleça critérios para priorizar as ideias (por exemplo, viabilidade, impacto, custo) e selecione as que melhor atendem aos objetivos do brainstorming;
9. Crie um plano de ação: desenvolva um plano para implementar as ideias selecionadas, atribuindo responsabilidades e estabelecendo prazos.
Lembre-se de que o brainstorming é um processo iterativo e flexível. É importante adaptá-lo às necessidades específicas de sua equipe e do problema em questão.
Quais são os tipos de Brainstorming?
Como todas as ferramentas e práticas criadas para nos auxiliar no dia a dia, o brainstorming se expandiu para atender diferentes momentos, pessoas e tamanhos de problema. Por isso, podemos dividi-los em um primeiro momento sob as óticas de: Estruturado e Não Estruturado. Dando a possibilidade de novas divisões e direcionamentos a partir dessas duas propostas.
O modelo estruturado segue um aspecto mais “roteirizado”, em que: tempo, participantes, espaço e formato de propor e defender ideias é predeterminado. Ou seja, ao mesmo tempo que estimula e dá espaço à participação de todos, mantém uma condução do processo a partir de suas regras. Além disso, pessoas que costumam ter bloqueios criativos ou são mais tímidas podem experienciar certa “pressão”.
O não estruturado, por outro lado, não propõe ordem ou direcionamento na apresentação de ideias, nem mesmo um limite de tempo de fala. Assim, a proposta não segue o modelo de rodada, mas um aspecto mais orgânico em que, conforme as ideias surgem, as pessoas apresentam.
Além disso, é preciso ter cuidado para que o princípio da “reunião” não saia do controle e acabe por divagar demais da proposta.
Individual
Apesar de não prover tantas ideias quanto o modelo em grupo, o brainstorming individual pode também proporcionar ideias que resultam em soluções efetivas. Isso é possível pois, sozinho, não há o risco de a proposta ser “minada” e levada para outro assunto.
Há também o fato de que algumas pessoas tendem a ficar tímidas em expor suas opiniões e ideias em grupo, mas quando utilizam o modelo individual conseguem evitar esse “bloqueio” e se desenvolverem muito bem.
Antes de tudo, organize-se e tenha em mente onde precisa chegar. A efetividade da solução e ideias podem envolver ações externas no momento da prática, mas esse momento é seu e depende somente de você utilizá-lo da melhor forma. Anote tudo o que vier à cabeça, tente elencar as ideias a partir de: viabilidade, custos, prazos, efetividade, etc.
Vale ressaltar também que, o brainstorming individual é muito bem efetivo para a resolução de problemas simples, pois através de suas anotações você consegue focar em um problema a partir de um leque amplo de ideias. Contudo, se necessita resolver algum problema mais complexo, opte pelo modelo em grupo, mesmo que adicionando apenas mais duas pessoas na sua empreitada.
Em grupo
É fundamentado no perfil multidisciplinar das pessoas, criando assim uma vantagem para a organização pois se aproveita da pluralidade de ideias. Quando um participante atinge seu limite de raciocínio, ou trava, outro pode ajudá-lo a maturar a ideia.
Somado a isso, a possibilidade de se aprofundar mais em uma ideia é um benefício do modelo em grupo. Torna-se motivador compartilhar o sentimento de contribuição para encontrar a solução e reforça a ideia de integração da equipe.
Contudo, tenha em mente que grupos muito grandes podem sair um pouco do “roteiro” e também do controle. Monte grupos de cinco a oito pessoas no máximo, sempre buscando uma variedade de perfis e expertises.
Reverso
Brainstorming reverso é um método mais direcionado a pequenos grupos, pessoas que têm dificuldade em criar novas ideias ou que possuem um ativo, mas não conseguem usá-lo da melhor maneira possível.
Em suma, todos os envolvidos devem tentar criar formas de impedir que a solução seja atingida. Assim, conseguirão visualizar a partir das barreiras, as ações adequadas para superá-las e maximizar a efetividade de seus esforços e ativos.
Além disso, identificar problemas nesse método faz com que a equipe tenha uma maior noção da experiência do cliente, tornando esse método algo efetivo para eliminar todas as adversidades enfrentadas pelo consumidor.
Speedstorming
Reúna seis pessoas e distribua uma folha de papel para cada. Cada participante deve gerar quatro ideias, uma a cada cinco minutos. Em seguida, cada participante entrega sua folha para a pessoa à sua direita e essa pessoa deve construir uma nova ideia a partir das propostas descritas pela pessoa à sua esquerda.
Repita o processo cerca de três vezes, ou até atingir trinta minutos. Se preferir, pode instigar que cada pessoa aumente o número de ideias geradas. Ao final, terá ideias que se conversam, são integradas à perspectiva de cada participante e estão assimiladas na mente de todos.
Brainwriting
A técnica de Brainwriting é uma abordagem para o brainstorming que enfatiza a geração individual de ideias antes de compartilhá-las em grupo. Neste processo, cada participante escreve suas ideias em papel ou em um dispositivo eletrônico, e depois compartilha suas ideias com o grupo.
O objetivo é incentivar a criatividade individual e evitar a dinâmica de dominação de ideias que pode ocorrer em sessões tradicionais de brainstorming. A técnica de Brainwriting é frequentemente usada quando é importante explorar a criatividade individual, evitar julgamentos precipitados e aumentar o volume de ideias geradas durante a sessão.
Nominal
O brainstorming nominal visa superar as barreiras sociais e facilitar a expressão livre de ideias. Neste método, os participantes compartilham suas sugestões de forma anônima, seja por escrito ou eletronicamente. Isso reduz a pressão social, permitindo que as pessoas se sintam mais à vontade para contribuir com ideias sem medo de críticas ou julgamentos. A ênfase está na liberdade de expressão, criando um ambiente propício para a inovação e a diversidade de pensamento.
Em Rodada
O brainstorming em rodada proporciona uma estrutura organizada para garantir que todos os membros do grupo tenham a oportunidade de contribuir igualmente. Cada participante compartilha uma ideia por vez em uma sequência de rodadas. Isso promove a participação equitativa, evitando que vozes mais dominantes monopolizem a discussão. Essa abordagem é eficaz para equilibrar as contribuições individuais e garantir que uma variedade de perspectivas seja considerada.
Passo a Passo
Já neste tipo, o brainstorming passo a passo divide o processo em etapas, cada uma focada em uma parte diferente do problema. Isso permite uma abordagem mais sistemática e organizada para lidar com questões complexas. Cada etapa pode envolver uma análise específica, como identificação de problemas, geração de soluções e avaliação de ideias. Essa abordagem estruturada ajuda a evitar a sensação de sobrecarga e promove uma consideração cuidadosa de cada aspecto do problema.
Quais são os princípios e regras do Brainstorming?
Apesar de alguns acreditarem que um brainstorming é super aberto e sem roteiro, existem princípios e regras que, quando seguidos, auxiliam no processo criativo e preparam o terreno para que as ideias sejam férteis e eficazes. Quanto aos princípios, devemos seguir dois:
- As ideias devem ser ouvidas com igual respeito e importância para o processo, mesmo que sejam absurdas ou inviáveis. Caso contrário, insights pertinentes que nascerem em uma ideia absurda podem representar uma perda para a busca da solução;
- Priorize o estímulo das ideias a qualidade. Mesmo que impares, combine as ideias para resultar em ações viáveis e proveitosas.
Agora, quanto às regras as prioridades:
- Evite oferecer críticas negativas;
- Aborde todas as ideias sem pessimismo;
- Priorize a quantidade;
- Anote e combine as ideias mais viáveis e relevantes;
- Aprecie e considere ideias incomuns;
- Use o diálogo para imaginar as ideias em prática;
- Reforce o motivo do brainstorming.
Quais são as 4 regras para o brainstorming?
As quatro regras para o brainstorming, conforme desenvolvidas por Alex Osborn, são:
- Julgamento suspenso: durante a sessão de brainstorming, os participantes devem suspender todo tipo de julgamento ou crítica em relação às ideias que estão sendo propostas. Isso ajuda a criar um ambiente seguro para que as ideias sejam expressas livremente, sem medo de rejeição ou ridicularização;
- Geração livre de ideias: os participantes devem ser incentivados a gerar o maior número possível de ideias, sem se preocupar com a qualidade ou a relevância das mesmas. Todas as ideias são válidas e devem ser anotadas, para que possam ser avaliadas posteriormente;
- Combinação e aprimoramento de ideias: as ideias podem ser combinadas e aprimoradas durante a sessão de brainstorming. Os participantes podem usar as ideias de outros membros para gerar novas ideias ou aprimorar ideias existentes, promovendo assim a colaboração e a inovação;
- Encorajamento da quantidade: o objetivo do brainstorming é gerar o maior número possível de ideias em um curto período de tempo. Os participantes devem ser incentivados a contribuir com muitas ideias, sem se preocupar com a qualidade ou a viabilidade das mesmas.
Essas regras ajudam a garantir que a sessão de brainstorming seja produtiva e criativa, permitindo que os participantes gerem ideias inovadoras e soluções criativas para problemas complexos.
O que não fazer no Brainstorming?
A proposta do brainstorming é encontrar uma ou mais soluções para um problema. Portanto, evite atitudes que atrapalhem esse processo como:
Diminuir e “pilotar” a ideia alheia
Evite praticar, ou promover, a diminuição das ideias alheias, seja por falta de embasamento ou sentido. Aceite as falas alheias e busque nelas algo para se conectar e agregar ao processo, mas nada de assumir a ideia do outro e pilota-la sem dar os créditos.
Interromper o fluxo de criatividade
Não interrompa o fluxo criativo dos demais participantes, seja “cortando” suas falas, fazendo barulhos ou saindo do recinto quando outro fala. Assim, você não compromete a sequência de raciocínio da pessoa e não a inibe de continuar participando.
Julgar ou condenar uma ideia
Mantenha a mente aberta e não ofereça críticas. Permita que todos exponham seus raciocínios e, se for necessário refutá-los, faça de uma maneira cuidadosa. É importante que você também evite que outros participantes condenem ideias alheias.
Não dar abertura para que todos falem
Como dissemos, algumas pessoas tendem a ser tímidas e por isso esperam com calma uma brecha de silêncio. Promova uma sessão em que todos tenham a possibilidade de contribuir e se sentirem integrados. Contudo, evite também que o brainstorming se torne um monólogo ou palestra.
Não colocar as ideias em prática
Lembre-se que o objetivo da sessão é encontrar soluções e aplicá-las no futuro. Assim, busque anotar tudo que for válido para colocar em prática.
Em um ambiente de negócios onde a inovação é um diferencial competitivo, o brainstorming emerge como uma ferramenta indispensável. Ao adotar essa abordagem, as organizações não apenas colhem uma variedade de ideias frescas, mas também promovem uma cultura que valoriza a criatividade.
Portanto, da próxima vez que você se deparar com um desafio complexo, lembre-se do poder do brainstorming - a chave para transformar sua criatividade em uma tempestade de ideias revolucionárias.