O que é Seis Sigma? Como surgiu a metodologia?

A demanda por eficiência, qualidade e desempenho tem crescido irrefreavelmente dado a competividade do mercado e seus produtos, dessa forma metodologias robustas surgem guiando organizações rumo à excelência operacional.

O Seis Sigma é uma dessas poderosas ferramentas e neste blog exploraremos os fundamentos, os benefícios tangíveis e intangíveis dessa metodologia, demonstrando por que ela se tornou uma escolha proeminente para empresas em busca de aprimoramento contínuo.

O que é Seis Sigma?

O Seis Sigma é uma metodologia para melhoria de processos que se baseia em fatos e dados na busca de mudanças que vão gerar melhorias. Tradicionalmente, ela emprega uma série de ferramentas de análise de processos e de dados, com forte viés estatístico, para buscar tais mudanças.

Consolidada na década de 1980, ela vem desde então ajudando empresas nos mais diversos segmentos a melhorar a sua competitividade e produtividade, reduzindo a variação da qualidade na saída de seus produtos e serviços. Atualmente, também incorpora diversas ferramentas do Lean em sua prática cotidiana. Essa junção é comumente chamada de uma Lean Seis Sigma.

Além disso, o Seis Sigma possui uma grande quantidade de definições. Cada autor, cada livro, cada artigo tem uma descrição um pouco diferente sobre o que é o tal do Six Sigma. Por isso que nesse espaço, separamos vários artigos, e-books, apostilas e certificações para você que se interessa dominar o assunto. Todo este material está disponível, através de uma série de links, no final deste post.

A mídia costumava descrever como um método altamente técnico utilizado por engenheiros e estatísticos para dar sintonia fina a produtos e processos. Meia verdade, pois a coleta de dados e a análise estatística são apenas um dos componentes chaves dos projetos de melhoria, mas o Seis Sigma é muito que isto.

Os que são os "belts" no Seis Sigma?

O Seis Sigma é tradicionalmente estruturado em "belts". São faixas que, como no judô ou no karatê, avaliam o nível de conhecimento do profissional na metodologia e na utilização das ferramentas de processo e estatísticas.

Tradicionalmente, temos 5 faixas, ou certificações:

White Belt, que é a mais introdutória de todas;
Yellow Belt, que ensina as ferramentas mais básicas (certificação gratuita pela FM2S);
Green Belt, que aprofunda nas ferramentas;
Black Belt, que domina até as mais complicadas;
Master Black Belt, que é o verdadeiro mestre na metodologia.

Como é para o profissional com a Certificação Seis Sigma?

Evitar cometer erros pode fazê-lo ganhar o mesmo dinheiro, ou até mais, e está ao alcance de qualquer um. Fazendo isto, todos podem ajudar a empresa e a si mesmos.

Quando você dirige um projeto Seis Sigma, seja como Green Belt ou Black Belt, obtém muita notoriedade, muito reconhecimento e, acima de tudo, o apoio necessário para ser bem-sucedido.

Para completar, a maioria das empresas torna o negócio mais interessante dando aos líderes do projeto, e às vezes a toda equipe, uma recompensa financeira por leva-lo adiante. Dependendo da empresa, este ganho adicional pode chegar a 20% e fazer seus ganhos como profissional subirem rapidamente.

Quando você acostumar com os projetos Seis Sigma e perceber que cada um dá em média mais de 100 mil reais, o percentual de economia vai te deixar animado.

O Seis Sigma é uma filosofia administrativa concentrada em eliminar erros, desperdícios e repetição do trabalho. Não é um programa do tipo “vá e vença” ou “faça seu melhor”. Estabelece um patamar de desempenho mensurável a ser alcançado e inclui um método estratégico para solução de problemas que visa aumentar a satisfação do cliente e melhorar muito o resultado final.

Quais são as ferramentas Seis Sigma?

O Seis Sigma utiliza uma ampla variedade de ferramentas para melhorar a qualidade dos processos, resolver problemas e reduzir defeitos. Essas ferramentas ajudam na coleta e análise de dados, identificação de causas de problemas, e implementação de soluções eficazes. Aqui estão algumas das principais ferramentas do Seis Sigma:

DMAIC: Este é o framework central do Seis Sigma, que inclui as fases de Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar. Cada fase utiliza diferentes ferramentas para alcançar seus objetivos.
Diagrama de Ishikawa (Diagrama de Causa e Efeito ou Espinha de Peixe): Ajuda na identificação de causas potenciais de um problema.
Análise de 5 Porquês: Uma técnica para chegar à raiz de um problema perguntando "Por quê?" repetidamente.
Gráficos de Controle: Usados para monitorar a variabilidade de um processo ao longo do tempo e identificar tendências ou irregularidades.
Histograma: Uma representação gráfica da distribuição de dados, útil para entender a variação de um processo.
Diagrama de Pareto: Baseado no princípio de Pareto (80/20), ajuda a identificar as poucas causas que são responsáveis pela maioria dos problemas.
Diagrama de Dispersão: Utilizado para analisar a relação entre duas variáveis e identificar padrões.
FMEA (Análise de Modo e Efeitos de Falha): Uma abordagem sistemática para identificar e prevenir problemas potenciais em processos ou produtos.
Mapeamento de Processos (Fluxogramas): Ferramenta visual para entender e documentar os passos de um processo.
Análise de Regressão: Usada para examinar a relação entre variáveis e prever tendências.
Testes de Hipóteses: Ferramentas estatísticas para testar a validade de uma hipótese.
Design de Experimentos (DOE): Uma abordagem sistemática para determinar a relação entre fatores que afetam um processo e a saída desse processo.
SIPOC (Suppliers, Inputs, Process, Outputs, Customers): Resumo de um processo que define os Fornecedores, Entradas, Processo, Saídas e Clientes.
Lean Six Sigma Tools: Inclui ferramentas Lean como 5S, eliminação de desperdícios, e melhoria contínua (Kaizen).

Como aplicar o Seis Sigma na empresa?

Aplicar o Seis Sigma em uma empresa envolve uma série de etapas estruturadas que são integradas em todos os níveis da organização. O processo começa com o entendimento claro dos objetivos de negócios e como o Seis Sigma pode alinhar-se a eles para melhorar a qualidade e eficiência.

Inicialmente, é fundamental obter o comprometimento e apoio da alta direção. O sucesso do Seis Sigma depende do apoio contínuo da liderança, que deve estar disposta a investir recursos e tempo no treinamento da equipe e na implementação dos projetos.

Após garantir esse suporte, a empresa deve focar na formação de sua equipe. Isso envolve treinar funcionários nas metodologias e ferramentas do Seis Sigma, comumente designando-os como Green Belts, Black Belts e Master Black Belts, dependendo do nível de expertise.

O próximo passo é a seleção de projetos que são críticos para o sucesso do negócio e alinhados com suas metas estratégicas. Esses projetos devem ser bem definidos, com objetivos claros e mensuráveis. Uma vez que os projetos são selecionados, o Seis Sigma utiliza principalmente a metodologia DMAIC - Definir, Medir, Analisar, Melhorar e Controlar - para guiar o processo de melhoria.

Na fase de Definição, a equipe identifica o problema ou a oportunidade de melhoria. Neste estágio, é crucial ter uma compreensão clara do escopo do projeto e dos resultados esperados.

Em seguida, na fase de Medição, dados relevantes são coletados para estabelecer uma linha de base para o desempenho atual. Isso permite uma comparação objetiva à medida que as melhorias são implementadas.

A fase de Análise envolve o exame detalhado dos dados coletados para identificar as causas raízes dos problemas. É aqui que ferramentas como análise de causa e efeito e análise de 5 Porquês são frequentemente utilizadas.

Uma vez que as causas raízes são identificadas, a fase de Melhoria foca na geração e implementação de soluções para os problemas identificados. Essas soluções são testadas e refinadas para garantir sua eficácia.

Por fim, a fase de Controle visa manter os ganhos alcançados. Isso envolve o desenvolvimento de planos para garantir que as melhorias sejam sustentáveis a longo prazo e que os processos continuem operando no novo nível de desempenho.

Quais os conceitos abordados na Certificação Seis Sigma?

Como Seis Sigma consegue melhorar a qualidade?

Outra coisa que se falam bastante sobre Seis Sigma é: ele serve para melhorar a qualidade. Será que é só isto? No Seis Sigma a qualidade melhor é um meio para alcançar um fim, não o fim em si.

O objetivo não é simplesmente melhorar a qualidade por melhorá-la, mas torna os clientes mais felizes e o resultado final mais lucrativo. Se você melhora a qualidade, mas desagrada os clientes ou perde dinheiro, não está chegando ao ponto desejado. Programas que enalteciam apenas a melhora da qualidade sem olhar nos custos, não sobrevivem por muito tempo na empresa.

Ou pior, a empresa não sobrevive muito tempo. É por isto que é tão comum as pessoas pensarem que melhorar a qualidade e economizar dinheiro é impossível. A empresa Seis Sigma aprende que a qualidade economiza dinheiro, porque há menos desperdício, menos ressarcimentos relativos a garantias e menos devoluções.

Tudo isso irá aumentar seus lucros. O Seis Sigma coloca no mesmo time a área financeira e a área de qualidade. É surpreendente o quanto gastamos de dinheiro tentando atrair clientes, mas como fazemos pouco para mantê-los. O que deveríamos fazer é exatamente o que prometemos em nossos anúncios para atrair clientes: oferecer-lhes um produto ou um serviço excelente a um preço melhor ainda.

Com isto, se torna fácil manter os clientes e ainda conquistaremos seus amigos. Uma empresa Seis Sigma concentra-se na retenção do cliente.

Como o Seis Sigma ajuda a empresa? Entenda com um exemplo

O Seis Sigma é uma metodologia poderosa que tem ajudado inúmeras empresas a alcançar eficiência e qualidade excepcionais em seus processos. Um exemplo real e instrutivo do impacto do Seis Sigma pode ser observado no caso da gigante multinacional General Electric (GE). Este exemplo é particularmente útil para quem está aprendendo sobre Seis Sigma, pois ilustra como a aplicação prática dessa metodologia pode resultar em melhorias significativas.

Antes da implementação do Seis Sigma, a GE enfrentava desafios comuns a muitas organizações, incluindo ineficiências operacionais e qualidade inconsistente dos produtos. A introdução do Seis Sigma na GE foi uma decisão estratégica tomada pelo então CEO Jack Welch no final dos anos 90. O foco estava em melhorar a qualidade e a eficiência em todos os aspectos das operações da empresa.

A abordagem do Seis Sigma concentra-se em identificar e eliminar defeitos em processos de negócios. Na GE, isso começou com uma extensa formação e certificação de funcionários em diferentes níveis de habilidade do Seis Sigma, conhecidos como Green Belts, Black Belts e Master Black Belts. Esses especialistas foram encarregados de liderar projetos de melhoria de processos em suas respectivas áreas.

Um dos aspectos mais impressionantes da jornada do Seis Sigma na GE foi a forma como ela transformou a cultura da empresa. A metodologia não foi apenas implementada como um conjunto de ferramentas para a melhoria de processos, mas também foi integrada nos valores e na estratégia geral da empresa. Isso incentivou uma mentalidade de melhoria contínua em todos os níveis da organização.

O impacto do Seis Sigma na GE foi profundo. Dentro de alguns anos, a empresa relatou economias substanciais, atribuídas diretamente aos projetos do Seis Sigma. Além disso, houve uma melhoria notável na qualidade dos produtos e na satisfação do cliente. Esses resultados positivos reforçaram o valor do Seis Sigma não apenas como uma ferramenta operacional, mas como um elemento central na estratégia de negócios da empresa.

Adotar o Seis Sigma não é apenas uma escolha estratégica, é um compromisso com a qualidade, eficiência e inovação contínua. Com um histórico comprovado em diversas indústrias, essa metodologia não apenas resolve problemas, mas transforma a cultura organizacional, capacitando equipes a pensar e agir de maneira mais analítica e eficaz.